quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Passeando em Sampa

Dizem que santo de casa não faz milagres. E é muito verdade. Há meses adio meu passeio ao MASP, antes mesmo do roubo das telas. E sigo adiando. Cada semana é uma coisa. Mas semana passada quebrei a ociosidade e fui passear. O local era a Avenida Paulista embora o MASP ainda não estivesse no roteiro.

Primeiro fui ao Itaú Cultural mesmo porque a exposição estava no fim e eu queria ver: Futuro do Presente. Gostei. Aliás, as exposições de lá eu quase sempre vou e sempre gosto. São sempre interativas, modernas, diferentes e que fazem sim pensar de uma outra forma, sobre muitas coisas. Saí de lá com o Jornal do Não Artista e ainda podia ter saído também com o Editorial do Gesto Simples, mas ia ser ruim de carregar, então não peguei.

Depois fui andando até a Fiesp ver a exposição Segall realista, que comemora os 50 anos de morte do artista e os 40 anos do Museu Lasar Segall. Ele tem muitas obras com colecionadores particular, creio que cerca de 50% do que estava exposto - o que me impressionou. Ele tem obras com traços cubistas, modernista e inspirado em Picasso. Tem quadros muito bonitos e outros nem tanto, pelo menos na minha leiga opinião. Me impressionei com as esculturas, que são lindas e parecem que dão vida aos seus quadros, pois, pelo menos as que estão expostas lá, eram figuras que estavam em algum quadro. Já os desenhos eram claramente estudos para futuras obras.

O passeio de sexta terminou aí, mas eu simplesmente adorei. A tarde passou e o que vi foram obras que me fizeram pensar, olhar, analisar e admirar.

Hoje foi a vez do Museu da Língua Portuguesa com a exposição Gilberto Freyre. Fui com a Paula e visitei partes do museu que ainda não tinha visto como a praça e o beco das palavras. Acho que o passeio lá sempre vale a pena. Já fui lá algumas vezes e ainda pretendo voltar muitas mais porque as exposições itinerantes são sempre muito instigantes.

Ainda tem outros passeios que quero fazer. Na Pinacoteca tem uma exposição com quadros da Tarsila do Amaral, inclusive o famoso Abaporu e Os Satyros estão com a peça Vestido de Noiva no Itaú Cultural, a partir de amanhã. Então, programas em Sampa é o que não faltam. Às vezes, o que me falta é pique.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Viajar ou não viajar, eis a questão
A dúvida entre ir pro sítio ou não é grande. Pode ser bom como pode ser um desastre, já que minha paciência tá meio curta e minha TPM tá gigante. Se bem que uma rede, um sol e uma piscina não caem nada mal. Eu não queria gastar dinheiro, mesmo porque já estou quase sem, mas sítio é sempre uma opção barata e sai da rotina. Enfim, ainda em momentos cruéis de decisão.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O que eu vou ser agora que cresci?

Eu tenho quase mil músicas no meu computador e tenho de um tudo. Hoje, ao invés de escolher alguém pra ouvir, coloquei no aleatório. Então, Ivete Sangalo, Los Hermanos, Leoni, Corinne Baile Rae, Nelly Furtado, Chico Buarque, Jota Quest, Ricky Martin, Norah Jones e outros estão aqui tocando há, mais ou menos, duas horas. E agora fiquei com a sensação que isso tá parecendo a minha vida. Nada distinto, nada exato, cada hora uma coisa.
Eu fico pensando isso principalmente em relação aos currículos que tenho mandado. Ontem fui em mais uma entrevista em uma área e em um setor que eu gosto: social e departamento interno de comunicação. Hoje mandei currículo para uma área que é bem diferente e eu também gosto e um setor que não me agrada tanto: esporte e assessoria de imprensa.
Agora, me diz se não parece meu som aqui de casa? Uma salada de frutas, completamente sem área definida. Aí penso que se eu conseguir um emprego vou fazer uma pós ou na área social ou institucional, dúvida, mas que quase acabam se relacionando, já que o que eu (acho que) quero é departamento interno de comunicação no terceiro setor. Se bem que esportes é bem legal também. Isso que é uma pessoa bem decidida na vida. Mas do jeito que tô, só penso que o que vier é lucro. E que venha logo!
Poética

sempre que
penso em nós
não consigo desatar

Jeanine Will, em Caminhão de Mudanças

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Cadê o aquecimento global?

E esse frio? 18°C quando devíamos estar com 28°. Chuva, o dia todo. Eu jurava que estávamos no verão! Que eu tinha que usar saia e regata e não calça e casaco. Que eu tinha que tomar sorvete e não chocolate quente. E alguns cientistas ainda dizem que existe o aquecimento global. Eu já não acreditava e agora acredito menos ainda. Em 25 anos de vida eu NUNCA vi um verão assim. Já vi inverno com calor, muito calor, mas verão com frio é a primeira vez. E digo: Ninguém merece! Ainda mais que eu amo calor, sol, praia. Eu preciso gastar meu tempo livre na piscina e não na cama debaixo das cobertos. Ah, to indignada. Hunf!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Bebê a bordo
Vou ser titia pela primeira vez. Mas ainda não vai ser das irmãs. Uma amiga de infância está grávida. Eu soube da notícia o ano passado, no meu aniversário, já no final da gravidez. E ontem liguei para ela, para saber como estão as coisas e como ela está, já que o momento está chegando. Conversamos bastante e fazia tempo que não nos falávamos tanto - como costumamos mais trocar cartas do que nos ligar, acabamos sem saber as últimas últimas.
Enfim, Maria Eduarda está a caminho. Espero que minha amiga tenha uma boa hora e que a menina venha cheia de saúde. Ela ficou de me avisar a data certa do nascimento, que está marcado para o dia 08, mas como ela já está com dilatação pode acontecer a qualquer momento. E eu prometi uma visita para ela e para conhecer minha primeira sobrinha postiça.
Fiquei muito feliz por ela, apesar das controvérsias. Desde pequenas cuidamos das crianças do prédio, desde pequenas sonhamos em ser mães. Ela vai realizar o sonho primeiro que eu e eu fico me sentindo meio mãe também nessa empreitada.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Cala-te boca

Eu ia escrever outro dia sobre sexto sentido. Aquela famosa percepção que nós, mulheres, temos diante de certas situações. Como achar que nunca mais vai ter encontros com aquela pessoa - pelo menos não daquele jeito - ou de achar que sim aquela prima não é só prima e que o quebrante todo foi por causa dela ou quando você "sabe" que alguma coisa está para acontecer e, às vezes, a gente acha que é boa e às vezes que é ruim.
Mas essa semana pelo menos uma das minhas últimas crenças praticamente caiu por terra. Quase. Ela está pendurada por um fio e eu estou esperando ela cair e, se cair, não sei o que fazer.
Ainda em tempo: não somos só nós mulheres que temos sexto sentido não. Homens também tem e disfarçam muito menos. Pode apostar.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Queridos Amigos
A nova minissérie da Globo promete. Até já entrei no site para saber mais. E acabei por descobrir que a história é baseada no livro de Maria Adelaide Amaral, que também foi quem adaptou o romance. Eu já li o livro em 2006 e o ritmo de novela em literatura é um pouco confuso e cansativo, confesso. Mas do meio pro fim engrenei e avancei com mais facilidade. O ritmo é como novela mesmo, que no começo você nunca sabe quem é quem.
Mas lendo já notei algumas diferenças. E sempre me pego pensando que literatura e mídia são distintas e para se adaptar uma obra para outra é necessário algumas mudanças fundamentais. Neste caso, a morte do personagem Leo é que reune a turma, que já viveu bons momentos e hoje está não só distantes de si mesmo como de tudo que acreditavam antes. O romance é o retrato do processo catártico que essa morte causa e faz com que todos se analisem e analisem principalmente suas escolhas.
A minissérie também vai retratar esse processo catártico quando a turma se reúne, no entanto, o motivo da união da turma é a doença do personagem Leo, o incentivador para a reencontro.
E como o reencontro vai lembrar os anos 70 eu fico ainda mais tentada à assistir. Eu queria ter vivido nesta época, eu amo as músicas, minha monografia tratou de um jornal que só existiu nessa época e eu tenho verdadeira paixão pelos anos 70 e sua efervescência cultural e pelo significado histórico.
Alguém duvida que eu vá assistir?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Minha escolha ou Senta que lá vem história

Uma vez conversando aqui em casa entramos no pantanoso terreno das escolhas profissionais. A escolhida, claro, fui eu. Eu devo ser como uma ovelha cinza na família - nem tão a ovelha negra, mas tão pouco um dos alvos carneirinhos do rebanho. Não que eles não apoiassem minha escolha, pelo contrário, mas sempre acharam que eu devia ter escolhido o lado glamuroso do jornalismo: TV. Mamãe sempre brincou que ia me ver na Rede Globo e falava que ao final da reportagem eu devia dar uma piscadinha pra ela. Pois bem.
Discutíamos e falávamos de salários, da vida destes profissionais, etc. Enquanto eu argumentava sobre os baixos salários, minha irmã questionava sobre o salário da Fátima Bernardes. Claro que ela queria me atacar dizendo que, sim, era possível se ganhar bem na profissão e que, portanto, eu devia seguir esse possível caminho. Além de perguntá-la sobre quantas Fátimas existem respondi que não era aquele tipo de jornalismo "vendido" que eu queria fazer na vida, que eu queria fazer jornalismo de verdade e que se eu tivesse como objetivo na vida ganhar dinheiro tão pouco tinha pensado em ser jornalista. Claro que encerrei aí a discussão e tudo o mais que poderia vir.
Eis que ontem eu e minha mãe travamos o seguinte diálogo:
Eu (sorrateira) - Mãe, será que amanhã o almoço pode sair ao meio-dia?
Mãe (curiosa) - Por quê?
Eu (blasé) - Porque eu tenho uma entrevista às 14H e queria sair depois do almoço e é lá na Zona Sul.
Mãe (empolgada) - Uma editora?
Eu (cuidadosa) - Não, uma ONG.
Ela não disse mais nada, mas certamente ouviu ao fundo: Fué, fué, fué, fué. E então cheguei à conclusão definitiva de que devo sim ser uma ovelhinha cinza nessa família.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Monotemática

Este ano serei monotemática. Eu só penso em uma coisa. Só faço coisas em relação a isso. Conseqüentemente, aqui praticamente só tratarei de um tema. Desculpem, pessoal, mas acho que assim vai ser.
Em breve. Aguardem.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Eu, a colecionadora

Tenho algumas coleções. A última que adquiri veio com a profissão: credenciais. Não tenho muitas, devem somar umas 10 só, mas adoro tê-las. Já ficaram um tempo exposta no meu mural, mas depois cansei e tirei. Mas de qualquer forma as tenho guardada e não vejo a hora de aumentar essa coleção.
Acho que a mais antiga é a de cartas. Na época do colégio, a troca era intensa. As aulas serviam para escrevermos e os intervalos para as trocarmos. Houve uma época em que o correio também era muito usado: férias e quando as amigas começaram a se mudar para outras cidades. Com uma mantenho correspondência via carta até hoje. Elas rarearam, é bem verdade, e o e-mail até chegou a susbtituí-la por algum tempo, mas caiu por terra. Com umas amigas do colégio, a troca de cartas via correio também chegou a ser bastante usada quando elas foram fazer intercâmbio. Era mais legal e assim os horários não precisavam se coincidir. Os e-mails também eram trocados, mas havia coisas que apenas por carta. Parece que a cobrança é menor, já que o e-mail exige rapidez. Mas, voltando à coleção. Tenho caixas e caixas. De algumas cartas eu já me desfiz. Não sou mais amiga da pessoa e tão pouco voltarei a ser porque a amizade não foi interrompida pela distância propiciada pelo fim do colégio, mas sim pela falta de caráter que essa pessoa tem. Joguei todas fora. Até me esforcei no princípio para selecionar algumas para guardar ou pelo menos ler antes de jogá-las, mas desisti, rasguei-as e joguei fora. Pretendo fazer isso com outras tantas. A questão não é para dizimar a coleção, mas para deixá-la mais preciosa. Só fica as das pessoas que realmente importam ainda hoje. Já comecei a organizar algumas. Separei se uma amiga e coloquei as em um fichário - uma a uma em plásticos, separadamente. Pretendo fazer isso com as outras também e, assim, preservar melhor a coleção.
Aliás, essa coisa de "dizimar" coleção eu já fiz com as micas - aqueles cartões de propaganda que se distribue gratuitamente em bares. Fiquei com os melhores e mais bonitos. Tenho muitos da coleção Johnie Walker e outros com imagens bem bonitas. Uns que não eram muito legais, nem bonitos e nem nada me desfiz e dei pra minha mãe - que coleciona por tabela.
Eu acabei refinando as coleções e deixando-as, assim, ter mais sentido e como conseqüência ficaram ainda mais especiais.

E você, coleciona o quê? Por quê?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Os livros de 2007 - parte III

Eu queria fazer um TOP5 dos livros, mas nã consegui. Por isso, preferi fazer um TOP10.

1 - A Menina que roubava livros, Markus Zusak
2- Travessuras da Menina Má, Mario Vargas Llosa
3- As intermitências da Morte, José Saramago
4- Alice e Ulisses, Ana Maria Machado
5- 1984, Geroge Orwell
6- Balaio: livros e leituras, Ana Maria Machado
7- O livro do Desassossego, Fernando Pessoa
8- Eu sou o Mensageiro, Markus Zusak
9- Bala na Agulha, Marcelo Rubens Paiva
10- Tudo se ilumina, Jonathan Sanfran Foer
Curriculum Vitae

Eu pinto e bordo, mas não cozinho. Escrevo, edito, corrijo, reviso. Entrevisto, anoto, cubro e fotografo. Diagramo, colo, aumento, reduzo e legendo. Só não titulo. Reporto, comento, analiso e cronico. Pergunto, sugiro, pauto, questiono. Posto, leio, grifo, estudo e relevo. Roteirizo, gravo, decupo e palpito.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Os livros de 2007 - parte II

No segundo semestre, foi mais devagar. Teve até mês que não li nada. Vamos aos livros, mês a mês:

O denso O livro do Desassossego, de Fernando Pessoa ocupou todo o mês de julho.
Em agosto li o famoso 1984, de George Orwell. Eu adorei o livro. Além de ter descoberto o porquê do ano - que na verdade, era apenas a inversão dos dois últimos algarismos do ano em que ele escreveu a obra, 1948 - ainda entendi o porquê a obra é tão famosa. Vale muito a pena ler.
Setembro passou batido sem nenhuma leiturinha.
Outubro eu li dois best sellers do ano: O Passado, de Alan Pauls, que eu gostei e to louca para assistir o filme e A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak que eu simplesmente amei e vai pra lista dos tops.
Em novembro li mais um de Markus Zusak: Eu sou o mensageiro. Que é muito bom também e vale ir pros tops junto com o outro. Não no mesmo patamar, mas esse é o romance de estréia dele e já mostra o talento que ele ia desenvolver e explodiu com A Menina, que é o terceiro livro dele.
O último mês do ano ficou com Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino e apesar de ter um título lindo e de ter apostado no livro, me decepcionei. Ele começa muito bem com a frase: "O amor é sexualmente transmissível.", que é impactante, mas acheio o meio do romance bem fraco. Começou bem, mas não manteve a bola lá no alto e foi uma das decepções do ano.
Uma pausa de mil compassos

Hoje o sol voltou. E eu voltei pra piscina. E meu bronze está tinindo. E eu adorei. E eu não agüentei TANTO tempo no sol. E eu... e... e... e zaz!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os livros de 2007 - parte I

Como eu já escrevi aqui, eu li muitas coisas em 2007. Comecei o ano lendo muito, depois o ritmo diminuiu drasticamente. Ao total, fiquei com 24.
Eu gostei de muita coisa que eu li. O primeiro semestre do ano ficou assim:

Alice e Ulisses, de Ana Maria Machado foi o primeiro do ano. O uso cuidadoso das palavras que contam uma boa história me fizeram começar o ano com o pé direito. Depois veio o romance policial Bala na Agulha, de Marcelo Rubens Paiva. O romance é bom e acaba te prendendo. Eu lembro que terminei o livro em uma noite de insônia. Peguei na metade e só larguei depois de terminar. Ainda em janeiro li A fúria da Beleza, de Elisa Lucinda, que trouxe poesia pro primeiro mês do ano e fechei o mês com Tudo se ilumina, de Jonathan Sanfran Foer, que amei. No começo eu achei o livro meio pretencioso, mas amei. E depois, ainda sem querer, acabei assistindo o filme do livro - Minha vida iluminada -na TV a cabo e acabei me apaixonando ainda mais pela história.
Em Fevereiro, a marca de 4 livros ainda se manteve. Clarissa, de Érico Veríssimo, que gostei médio. Rio Literário, de Beatriz Resende, que adorei. Música ao longe, de Érico Veríssimo, que é a continuação de Clarisse e eu gostei muito mais que o outro. E, por último, Água Viva, de Clarice Lispector, que é muito bom.
Em março eu li Não és tu, Brasil, de Marcelo Rubens Paiva, que achei longo demais e gostei mais da terceira parte do livro, que é de fato o romance que fica esquecido na segunda parte - a maior do livro. Reli Feliz Ano Velho, também de Marcelo Rubens Paiva. E fechei o mês com As intermitências da Morte, de José Saramago. Esse livro é bom. Está entre os melhores que li.
Abril foi a vez de mais uma releitura: Venha ver o pôr-do-sol e outros contos, de Lygia Fagundes Teles. Lembro que ela é uma das autoras preferidas de um mega professor de literatura que tive no terceiro colegial. Eu gosto muito do conto As formigas - é sem dúvida meu preferido. Depois li 2 escritores contemporâneos brasileiros: Milton Hatoum com Dois Irmãos, que gostei e Bernardo Carvalho com Nove Noites, que odiei. Achei a mistura de fatos reais com literatura muito ruim. Cheguei a ler críticas a ele (o autor) comparando o com Truman Capote, em seu realismo fantástico. Mas pra mim passa MUITO longe. Por último foi Travessuras da Menina Má, de Mário Vargas Llosa, que eu amei e também vai pra lista dos tops.
Em maio li Abusado, de Caco Barcellos - o livro é bom, mas eu ainda prefiro o Rota 66. E Balaio: livros e leituras, de Ana Maria Machado que trata mais de crítica e literatura e eu amei. Mais que o primeiro livro dela dessa mesma coleção.
Junho ficou com a releitura fofa de Olhai os lírios do Campos, de Érico Veríssimo e o primeiro semestre fechou com a incrível marca de 18 livros e ultrapassando, com folga, a metade dos livros lidos durante todo o ano.

sábado, 12 de janeiro de 2008

São Pedro brincalhão

Desde o ano passado que tenho aproveitado meu tempo ocioso e desempregado para me bronzear. Sempre gostei de sol e do calor. Amo ficar com uma corzinha, então por que não aproveitar a piscina que vive tão solitária? Resolvi que seria sua companheira e ela a minha, fazendo do bronze o meu seguro-desemprego.
Pois, aproveitei. Me lambuzei de óleo bronzeador e me postei na melhor cadeira. Cheguei até a pegar uma corzinha. Depois peguei uns frilas, me ocupei e a cor voltou a morrer, já que o sol não parecia mais querer me fazer companhia. Então, fui viajar e voltei com a cor recuperada e para não deixá-la ir embora tenho comparecido à piscina.
Já comentei que vou ficar mais negra que o Pelé. Mas foi só convidar umas amigas para me fazerem companhia durante as manhãs e/ou finais de semana que o sol resolveu sumir. A semana inteira foi ensolarada e eu só não aproveitei dois dias (um por causa do enterro e outro para resolver burocracias bancárias).
Só que parece que São Pedro andou espiando meus e-mails e ouvindo minhas conversas por aí e resolveu me castigar. Hoje me mandou uma manhã pra lá de nublada e feia e logo depois ainda mandou a chuva. Então, São Pedro, colabore. Já convidei minhas amigas, agora seja bonzinho, mande o sol que a gente promete aproveitar.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Um relato

Cada um que ali passava não levava apenas uma ou duas sacolas com parcas peças de roupas, carregava consigo o pesado sentimento de dor. Se carregavam ou vestiam? Me pareceu que vestiam - a contragosto, é verdade, mas a dor não é um sentimento muito fácil de se levar.
A espera mandava avisar que se estenderia por toda tarde e além de tingir o luto da cor mais negra ainda se encarregaria de trazer a angústia e alimentar a dor.
Pessoas em volta se preocupavam com as leves sacolas e tentavam confortar o que não podia ser dividido. Eu pude sentir a dor que nem era minha e que ainda não foi. Mas eu ficava ali imaginando e, mesmo que de forma tênue, sentindo.
Pouco ou nada se podia fazer. Então, ofereci meu melhor abraço, minha silenciosa companhia e meu verdadeiro amor. Assim: simples e significativo.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Receita de Ano Novo (Carlos Drummond de Andrade)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mude
me seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Viajo amanhã e só volto na segunda semana de janeiro. Portanto, Feliz Ano Novo. Aproveitem e não esqueçam que o Ano Novo está dentro de nós.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Uma árvore de Natal na memória

Entre as lembranças mais remotas acerca do Natal está a da foto. Eu tinha apenas dois anos e me lembro não do Natal, mas do momento em que tirei a foto. Estava encantada com a árvore de Natal da vovó e queria por toda lei pegar uma das bolas. Foi quando me esticava na ponta dos pés para tentar pegar um dos enfeites que fui flagrada. Ao invés da bronca - por sorte - fui convidada para uma foto. Ei-la. Mamãe puxou uma cadeira e eu, claro, como estava pertinho da árvore não resisti e peguei uma das bolinhas. Mamãe me chamou e eis que tirou a foto. Sou praticamente cabelo liso e bochechas na foto. Isso sem contar os babados.

Desejo a todos um ótimo Natal. Espero que o bom velhinho seja bastante camarada com todos e traga não só presentes como muitos planos para se concretizarem em 2008.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Por que quero ter filhos?

Rafael, seis anos, a caminho de casa diz ao pai:
- Hoje eu tive um dia de sorte. Ganhei um monte de presente.
Você precisa de mais? Eu não preciso.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Sobre o ano que acabou

Pra mim, 2007 já acabou, pois meus ciclos iniciam-se e terminam no meu aniversário. Então, agora é a hora de fazer aquele balanço geral.
Outro dia li em um blog sobre a questão numerológica de 2007, que por ser um ano 9 - portanto, de fechamento de ciclo - a gente deveria colher tudo que plantou. A blogueira considerava-se, então, uma semeadora fracassada já que 2007 foi pífio. E eu posso me considerar como tal.
2007 foi muito ruim. Penso que meu ano já veio fechado com as conquistas de 2006 e foi como se não tivesse sobrado mais nada para 2007. Não sei se considero isso bom ou ruim. Bom por 2006 ter sido tão bom assim ou ruim por 2007 não ter sido nada do que prometia depois de um ano tão bom. Mas eu não posso deixar de levar em consideração características minhas que podem ter contribuído com isso: 1) minha pressa em fazer as coisas e resolvê-las e 2) minha péssima habilidade em lidar com conclusões e finais.
Claro que 2007 não foi só coisa ruim. Entre as coisas boas, destaco os amigos que deixaram de fazer parte da minha existência para fazer parte da minha vida, as novas experiências, os novos aprendizados, os cursos que valeram a pena, os livros que me emocionaram, as saídas que foram regulares, os filmes que assisti, etc. Mas no campo profissional foi ruim quando eu considerava que ia ser muito bom e que eu achei que ia ser importante, já que era o meu primeiro de formada. Não deu.
Mas o bom é pensar que 2008 é ano 1, onde eu posso começar muitas coisas e com muito mais pique e com uma visão mais equilibrada de um processo que envolve mais tempo e serenidade porque eu não preciso correr com tudo desesperadamente. Assim, vou poder desfrutar de cada passo da caminhada porque a trilha é nova e essa, como eu ainda não conheço, enfrento com mais vontade e disposição. E lá vamos nós porque eu estou cheia de vontade de começar mais uma vez.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

2007, 2008 e os livros

Comecei 2007 cheia de pique para ler. Para compensar o último ano da faculdade que só li coisas relacionada aos trabalhos de conclusão de curso. Nos primeiros meses, lia cerca de um livro por semana. Eu gosto mesmo de ler nos itinerários de ônibus e metrô, então aproveitava a inda e vinda do trabalho. Só que em junho e julho fiquei sem emprego fixo, apenas frilando e o ritmo diminuiu. Trabalhei mais um mês com regularidade onde trabalhava antes, mas o ritmo de leitura diminuiu e ficou irregular.
Só sei que, no total, li 24 livros em 2007 - contando com o que estou lendo agora. Na média dá 2 por mês. Queria ter lido mais, mas como a qualidade foi boa e eu nem sei escolher o melhor (vou tentar fazer um top 5 depois) eu me consolo.
Para o ano que vem, já tenho alguns me esperando. Eles somam 6. Um que me dei de aniversário/Natal (Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, Marçal Aquino) outro que ganhei dela (Sobre Alice, Calvin Trillin), 3 que ganhei* do meu cunhado (Eu sei que vou te amar, Arnaldo Jabor; Mário Quintana de Bolso e A Caixa-preta, Amós Oz) e 1 que ganhei em um quiz (As fêmeas, Marcelo Rubens Paiva).
Com estes 6 eu já garanto um bom início de ano cheio de coisas boas pra ler. E já me aqueço para ampliar o número de livros lidos em 2008.


* Na verdade, eu ganhei um vale presente e acabei comprando os citados.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Eu continuo contando

Diz o ditado que o melhor da festa é esperar por ela. Apesar de concordar e, inclusive, ser adepta ao ditado eu também aproveito bastante as festas. Mas acho que nada substitui preparações, espera, a contagem regresiva e toda a expectativa que envolve alguns eventos.
Depois de ter feito a contagem anual infalível - a do meu aniversário - agora faço para o Natal e para a viagem de fim de ano, que começa dia 28 e tem como destino Florianópolis. Eu amo o Natal: amo ter as pessoas reunidas por, pelo menos, uma noite no ano; amo as comidas; amo o espírito de Natal; amo as luzes; amo toda a simbologia, enfim gosto e ponto final.
E depois ainda tem a viagem. Eu acho que vai ser incrível, eu não vejo a hora de mergulhar no mar e tirar a "nhaca" de 2007, quero tomar sol e aproveitar o que resta do ano para entrar em 2008 com o pé direito.
Então, nesse momento aproveito para pensar em que doce vou fazer para a noite de natal, tento organizar um amigo secreto em família, planejo os pormenores com a minha mãe, penso nos presentes que quero comprar. E, ao mesmo tempo, eu penso nas coisas que eu vou colocar na minha mala de viagem, faço pesquisas na Internet e descubro que lugares eu ainda não conheço de Floripa para montar um roteiro, penso nas compras que ainda tenho que fazer para a viagem, além de outras coisas.
É por me embuir do espírito e expectativa que cada situação promove que acabo gostando e aproveitando tanto o "antes" de uma festa. Imaginar as reações, as sensações e tudo mais promovido por cada coisa que planejei estão, claro, entre as melhores expectativas e, no final, a melhor recompensa das festas.
Na contagem:
7 dias para o Natal
11 dias para viajar

sábado, 15 de dezembro de 2007

25 anos ou Uma nova história de família



Eis que completei os 25 anos. E diferentemente do que profetizei não houve recordações sobre o dia que nasci e a então possibilidade de morte dita pelo médico. Na hora do almoço Mamãe disse: - Didi, você está nascendo. E de noite ninguém quis lembrar mais uma vez quantas noites eu deixei mamãe em claro, já que era uma chorona de primeira e não parava no berço. Em compensação eu ouvi uma nova história, a da colher.


Minha mãe abriu a gaveta de talheres na cozinha, procurou uma colher e a tirou da gaveta exibindo a para minha vó.


- Você lembra dessa colher, mãe?, Mamãe questionou Vovó e logo emendou: - O Roberto (mais conhecido como meu pai) comprou ela junto com outra colher e dois garfos para a senhora, ele e as meninas comerem pizza na maternidade quando a Adriana nasceu.


Minha vó ainda lembrou que naquele ano de 1982, por volta daquela hora da noite, meu pai estava de cabelo em pé exatamente do mesmo jeito que entrou em casa ontem, depois de ter acordado. O comentário remetia ao caso do médico, mas a história não foi sequer mencionada, apenas elucidada. Acho que ela quis dizer mesmo que ele continuava parecendo um doido, mas enfim.


Depois de ouvir o comentário sobre a colher, o primeiro pensamento que me assolou foi: Mas quem raios come pizza em uma maternidade?, mas em seguida resolvi que eu devia não só registrar a história como fotografar-me com a colher que tem 25 anos de convivência em família, assim como eu.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Presentes

Meu segundo presente de aniversário já chegou: uma bela de uma gripe. E já veio desembrulhado.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Definida
Já fazia uns pares de horas que eu estava tentando encontrar uma definição exata para meu humor tão inconstante nestes últimos dias. E agora chegou: volúvel.
Ontem, por exemplo, estava disposta e alguns minutos depois fiquei com preguiça e sono. E junto veio o mau-humor. No final do dia um telefonema me animou e duas horas depois além de mau-humorada de novo já estava mesmo triste e chateada, com vontade de chorar. E nem é pra dizer que teve motivo pra tanto. Será que os 25 anos estão chegando pra mexer de vez comigo?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A caminho dos 25 ou senta que lá vem história



Eu amo fazer aniversário. Faço contagem regressiva, planos, esquemas e tudo o mais. A-do-ro. E faltando só 4 dias eu fico ainda mais ansiosa.
E como o médico achou que euzinha não ia sobreviver todo anúncio de idade é precedido por um "pra quem não ia sobreviver" e seguido por um "tá muito bom".O tal médico achou que eu tinha água nos pulmões. Ele é que devia ter água no cérebro, isso sim. Papai não achou que o médico estava certo, por isso em um ato de heroísmo *hohoho* foi atrás de outro médico e INVADIU a maternidade. Imundo, falando alto, empurrando todo mundo. EXIGIU que eu fosse examinada pelo outro, que desconfirmou tudo. E então, eis que estou aqui. Bela e formosa fazendo meus 25 aninhos. Pois é, quase todo ano repetem essa histórias em casa. E o legal é pensar que sim, Papai já foi capaz disso.



- Na foto eu tinha 4 meses.

domingo, 9 de dezembro de 2007

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A novidade veio dar à praia

Depois de um ano que me formei e realizei meu documentário sobre a revista Ocas" aconteceu uma surpresa: participaremos da exibição de curtas da Prefeitura de São Paulo em comemoração ao 59º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos.
Exibido com filme de diretores conhecidos e experientes, como Selton Mello, Bel Bechara, Jair Giacomini, Alexandre Guerreiro, entre outros, o meu documentário Ocas" - Atravessando a rua tem 15 minutos e será exibido no dia 14 de dezembro entre 12:30 e 13:30, sendo o segundo a ser apresentado.
O evento, que reúne a apresentação de 26 curtas, acontece no Centro Cultural da Caixa Econômica, em São Paulo.
Esse foi o meu primeiro presente de aniversário que eu ganhei. Soube da notícia na segunda-feira e em meio a um monte de trabalho ainda não tinha dado tempo de contar. Além do mais, a apresentação é no dia do meu aniversário!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Feliz

Hoje estou feliz, sem explicação, razão, circunstância. Nada de novo ou especial. Só assim. Irritantemente feliz.
Incrivelmente feliz.
Sensacionalmente feliz.
E esse negócio faz bem, né?
Eu me sinto bonita, disposta, alegre, enfim viva.
Tenho uma novidade pra contar, mas vou deixar o post pra amanhã, porque ele merece exclusividade.
E o mundo se descortina

Acabei de descobrir que o Daniel Sam, do Karatê-Kid, era dublado por Selton Mello. E o mundo agora é outro, gente. Será que só eu não sabia disso?

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dilema de aniversário

E só faltam 10 dias e eu ainda não decidi o que vou fazer. Eu queria MUITO comemorar. A idéia inicial caiu por terra quando fiquei sem emprego e me restaram duas opções que, como tudo na vida, tem lados positivos e negativos e, por isso, contribuem para minha indecisão.
A primeira opção é um jantar aqui em casa. Mas isso além de reduzir o número de convidados me faz repensar porque o espaço aqui é pequeno e sem dúvidas nenhuma a mala do meu cunhado vai pegar no pé dos meus convidados. Como ando mais intolerante do que nunca isso era a última coisa que eu queria. E já que tirá-lo da lista de convidados não é uma opção válida eu não sei o que fazer.
A segunda opção seria um churrasco no meu sítio. Eu poderia convidar um monte de gente e todos teriam mais espaços para 1) aproveitar e 2) fugir do meu cunhado. Além do mais, seria uma delícia pelo calor, pela piscina, por tudo. Mas a questão sítio me pega por alguns fatos complicadores. Meu aniversário é em dezembro e eu sempre odiei isso porque as pessoas nunca compareciam. Tudo bem que quando a gente cresce isso muda um pouco, mas mesmo assim a adesão às minhas comemorações são sempre baixa. E daí tem o complicador das amigas que não iriam por ter que viajar, pela data e tal, pelos avós que não devem comparecer, pelos meio-irmãos que irão.
Enfim, eu to nesse dilema que pretendo resolver até o final dessa semana. Mas não tenho a menor idéia de como resolver. Você tem alguma sugestão?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Exemplificando
Depois de transcrever algumas coisas da abertura do evento que cobri a semana passada achei que devia dividir o que falei, principalmente na questão dos discursos. Estou, ainda, na parte da abertura que eu não assisti e comecei a me lamentar. Juro que eu ia ter dado muitas risadas com o que perdi.
A instituição (que é de pesquisa e vale ressaltar) comemorava seus 10 anos de existência. Estavam na mesa de abertura o então presidente e mais alguns representantes dos principais parceiros. Pois o presidente foi o último a falar e não deixou por menos.
O primeiro momento gafe foi quando ele disse que a instituição não é neutra assim como seus pesquisadores. (Acreditem ele disse isso!) Depois ele disse, que a instituição não tinha muita credibilidade no meio onde atua com prioridade. (Uia!) E fechou destacando as duas palavras que nomeiam o evento anual 'pesquisa' e 'ação sindical'.
Enfim, agora vocês podem sentir que se isso veio do presidente o que mais eu não ouvi, não é mesmo? Pois é.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Virando a folhinha

A semana foi agitada. Semana de cobertura de seminário e desde terça-feira que eu só faço correr e me esforçar. Isso, claro, me fez sumir daqui.
Como estava desacostumada com o ritmo e com horários no começo foi difícil, mas hoje ainda estou firme forte próxima do horário da meia noite. E o final de semana promete muito trabalho, que deve render pra semana inteira (mas espero conseguir terminar antes).
Eu odiei algumas coisas como os erros de português, ter que ouvir certas coisas que são de doer e ter que anotar falas totalmente descabidas do contexto e pior descabidas e sem sentido até pelo que estava sendo dito; odiei ser vítima da inveja e sofrer com o quebrante, mas amei tantas outras coisas. Amo sempre voltar à equipe da qual já fiz parte e ser muito bem recebida; amei aprender e ouvir pessoas competentíssimas nos debates sobre o trabalho decente, responsabilidade social empresarial e trabalho escravo; amei a cervejinha no final de tudo; amei ser chamada para fazer parte de outra parte; amei dividir momentos; amei aprender mais sobre o jornalismo, sobre organização, sobre as pessoas, sobre o mundo e, no final das contas, sobre mim mesmo.
Porque a gente vai crescendo e a vida se encarrega de nos mostrar quais são realmente os caminhos certos que devemos seguir. E bora pros 25 que só faltam 15 dias.

sábado, 24 de novembro de 2007

O amor começa*

O amor começa porque um dia já acabou. Basta um olhar cruzado, um toque de mãos, um abraço apertado e um beijo roubado para que o amor regresse; na escola, numa danceteria, em um bar, no supermercado, na sorveteria, no cinema, em um jogo de basquete, durante o trabalho, em qualquer lugar o amor nasce; é com carinho, abraço, palavras escritas e ditas, músicas, conselhos, incentivo, flores, presentes, perfumes, camas e lençóis; e-mails, bilhetes, SMS e fotos que ele cresce, vive e se fortalece; começa porque devia, porque não devia, como não se queria, depois de se ter pensado, planejado e sonhado; acontece de manhã, de tarde, de noite, durante a madrugada, depois de um encontro ou antes dele, por causa de um e-mail, de um telefonema dado ou um casaco esquecido; dura muito, pouco, o suficiente, demais, ultrapassa as previsões, os limites, o esperado, o pretendido; pulsa em parques, nos shoppings, nos pátios dos colégios, entre as mãos dadas, durante os abraços, no cruzamento do olhares, em línguas que se tocam e em lençóis bagunçados depois do amor sorvido; o amor começa porque ele tem que chegar não importa em que época da vida seja e ele sempre vem pra balançar, pra bagunçar, pra estabelecer, pra ajeitar, pra consertar um coração quebrado ou um amante incorrigível; às vezes, o amor começa de forma proibida, entre primos, entre enteados e madrastas, entre professores e alunas, entre maridos e amantes, entre esposas e personal-treiners, entre patrão e empregado, entre amigos, entre vizinhos; pode acontecer com você a qualquer hora – se já não aconteceu -, com seu pai, sua mãe, seu professor, sua vizinha, sua amiga, sua irmã, sua sobrinha, seus filhos e netos; começa estrategicamente em uma armação adolescente, como se fosse uma aventura juntar duas pessoas que estão ali lado a lado na sala de aula, na busca frenética dos não amados em todas as noitadas, de segunda a sexta, porque o amor é artigo raro e todo querem provar o seu gosto; o amor pode começar sem querer, sem perceber, sem se entender, em um dia de semana de tarde, numa quinta ao amanhecer ou ao anoitecer de um domingo, enquanto os que já amam estão juntos e não se preocupam com nada mais do que sorver o que o amor lhes dá; o amor também começa em parágrafos mudos, com mãos trêmulas, pernas bambas, taquicardia, vergonha; ele chega mesmo em salas de esperas, em escritórios indefectíveis, com músicas bregas, em um elevador que parou dando tempo que os amantes se olhassem para que o amor notasse que era ali mesmo que ele devia estacionar; o amor começa em um luau na praia, no entardecer cinza da cidade e no amanhecer caipira do interior; o amor começa depois de uma batida de carro, em uma consulta médica, pois o amor sentencia seu começo, se impõe, se instala e não tem mais jeito por mais que algumas pessoas finjam que não, se enganem, disfarcem ou neguem, mas o brilho nos olhos entrega e aos poucos todos se rendem porque não vai mesmo ter jeito; então o amor recomeça já que um dia acabou e teve que voltar porque sem amor, - ah, sem ele – ninguém vive!



* homenagem contrária e adversa à Paulo Mendes Campos

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Monofrasal

- A pressa é inimiga número 1, tipo arqui-inimiga, da perfeição e melhor amiga da ansiedade, tipo soulsister.

- Faltam 22 dias pros 25.

- To indo pr'aquele raio de julgamento.

- Hoje está uma típica e infernal quinta-feira. Volto só amanhã.
Socorro

Alguém aí tem bom-humor injetável? To precisando de três doses, por favor. E rápido!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sobre os laços trabalhistas

Aí que eu trabalhei naquela ONG, né? E eles ficaram ruins de grana e, em maio, não renovaram meu contrato. Eu saí. A coisa tava feia porque em maio mesmo o então presidente disse que não ia se recandidatar ao cargo e tudo ficou meio: e agora?. Mas outro jornalista ia sair e seria a minha chance de voltar. Em junho e julho eu frilei e em agosto eu voltei só pra organizar um seminário. E meu chefe direto pediu demissão e queria me colocar lá. A comunicação toda ia saltar fora. E todo mundo (que só eram 2) comunicaram que iam sair. Eu era a substituta direta. Me ligaram, me sondaram. E nunca mais mandaram resposta, nem negociaram meu valor, nem nada. Simplesmente sumiram. Aí precisaram de mim. Mas aí foi o chefe quem ligou e negociou. Ele continua lá, mas não de dentro. Ele que já era terceirizado agora ficou mais distante. E o que era difícil, piorou. Aí que eu sou praticamente a terceirizada do terceirizado desta vez e as coisas estão pra lá de demorada para se resolverem. E eu to aqui morrendo de medo de não dar tempo, mas sem poder ir na fonte e beber água. Só que eu já sou ansiosa de natureza e to quase me matando aqui. Só espero que, no final, dê tudo certo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Boi na linha

# Fulano tá aí?
* Sim.
# Então, eu vou te falar uma coisa e faz cara de blasé.
* Ah, tudo bem. Mesmo porque não está no mesmo recinto.
# Tá, mas então não faz comentários.
* Manda.
# Tem alguém que está interessado em você. Mas nível BEM interessado.
* Já sei quem é.
# Nível pergunta todo dia de você. Diz um nome.
* O Ciclano.
# Nossa, como você é sagaz.
* hahahahaha
# Ele pergunta de você todo dia. Quer saber quando você vai voltar lá. Quando vai almoçar. E eu disse que ia ter que fofocar com você sobre isso.
* Aé. E o que ele disse?
# Ele quer mais que a gente fofoque.
Eu sou assim

Se não vai ser do meu jeito não vai ser jeito nenhum. E tá acabado.
Eu to 'P', eu to triste, eu to tudo. Mas já decidi. É. Eu sou resoluta.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Na folhinha

Falta exatamente um mês para o meu aniversário. Entremos no inferno astral e esperamos que tudo corra bem.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sonho

Essa noite eu sonhei que tinha tido uma filha. E se chamava Luiza.
Dizem por aí que quando a gente sonha que teve filhos é porque alguém por perto está/ficará grávida. Quem será a bola da vez?
Se bem que eu prefiro acreditar que quando a gente sonha isso quer dizer que algo novo vai acontecer na nossa vida: um projeto novo, uma mudança positiva, etc. Eu prefiro essa opção. Mesmo porque estou precisando.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Assalto sem fim - episódio II

Eu falei aqui sobre o assalto de 2005 e sobre a intimação que eu tinha recebido pro ano que vem. Só que eu recebi uma ligação do oficial de justiça, hoje, me dizendo que a data mudou. E é agora, dia 22.
Ele alegou que a juíza não sabia que os fulanos estavam presos, por isso o julgamento foi adiantado. Agora, me diz como é que ela ia julgar dois fulanos que estavam soltos? E como é que ela não sabia? Não devia constar nos autos que eles foram presos dias depois?
Eu to super indiguinada. SUPER. E não é a primeira vez que me convocam porque não sabiam de alguma coisa. Será que a justiça é mesmo cega?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Uma dupla de i

Ando insolente e impaciente. Não sei se é a TPM, se a chegada dos 25 anos ou é pessoal mesmo. Só sei que as minhas tacadas andam cada vez mais freqüentes e abusadas. No fundo, eu sei que não adianta nada - e segundo minha mãe e minha irmã, isso só piora. Mas eu não consigo me segurar.
Quando eu vi, já falei. Já fui grossa, já era - tarde demais! Se bem que o meu alvo bem que merece. É que a paciência anda mais que curta que o normal, sabe? Então, ele que tome cuidado.
Eureka

Ontem descobri os Mojo Books. A idéia é muito legal.
A partir de um CD qualquer você escreve um livro de ficção. Ou seja, a partir de tudo que as músicas te inspiram, sucitam e/ou lembram, você escreve um texto entre 10 mil e 30 mil caracteres (com espaço). Acho que vou me aventurar.
Mas, por enquanto, estou pensando em que CD vou escolher. Tem alguns CDs e histórias já disponíveis no site. Ah, e você baixa de graça. E ainda pode imprimir e encartar no CD.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

domingo, 4 de novembro de 2007

Eu posso ser má

As máscaras caem. E eu, zombeteira, agradeço - e me divirto. E, olha, eu juro que foi sem querer (querendo!).

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Take your time

É isso que ando fazendo. Quase não respondo mais e-mails; menos ainda os escrevo. São raros os encontros que me disponho a participar e mais raros os que resolvo organizar. Então achei que esse era o momento. Enfim. Sem falar, sem ver, sem ouvir. E não é por omissão. É escolha. E isso, meu bem, é muito diferente.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Insone

(sem título)

Tudo que é pouco,
e devia ser muito.
Tudo que sangra,
e dói mudo.
Tudo que faço,
ou, então, anulo.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Amar é...

...revisar o TCC da melhor amiga e passar tudo por telefone. Inclusive todos os seus pitacos e sugestões.
Dos sonhos que não são pesadelos, mas são estranhos
Essa noite sonhei como se fosse um livro. Cada parte do sonho era um capítulo. Mas acontece que os capítulos estavam embananados. E as personagens eram a Menina que roubava Livros e Max Vanderburg, do livro A Menina que Roubava Livros, e Rímini e Sofia, d'O Passado. Ou seja, eram duas histórias paralelas que não se encaixavam, mas que ainda sim estavam no mesmo livro (ou melhor, no mesmo sonho).
Depois dessa acho que vou deixar de ler antes de dormir e começar a ler ao acordar.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Quase como na música

Ontem comprei um biquini. Ele é de bolinhas. Mas elas não são amarelinhas e nem é tão pequeno que chega a se esconder na palma da minha mão ou da Ana Maria.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Mania ou As minhas coleções

Eu faço poucas coleções. Uma delas é marcador de livros. Inspirada aqui resolvi criar os meus próprios com as citações que anoto dos livros e das minhas fotos.

Influenciada

Depois de assistir O Cheiro do Ralo 'bunda' virou assunto - e piada. Virei monotemática e cheia de graça. Ui!

sábado, 20 de outubro de 2007

Vivendo este momento

Vai fazer dois meses que eu estou desempregada. Há três semanas eu estava começando a me estressar e me irritar - com tudo e todos. A viagem pra BH veio em boa hora, mas foi rápida. E nas outras duas semanas que se seguiram eu acabei fazendo os cursos de pinhole. Pronto; recarreguei as baterias, mudei o olhar (tanto sua direção quanto sua intenção) e estou me sentindo muito melhor. Parece que existe uma outra vida aqui dentro neste instante. E a vontade de aproveitar esse momento desocupada cresceu e tomou forma.
Por isso, eu vou ali aproveitar o sol que voltou a brilhar e volto mais tarde.
Bom final de semana!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Assalto sem fim

Na páscoa de 2005 fui assaltada no meu sítio. Traumatizei. Não dormi nas noites seguintes e sempre que vou pra lá relembro o que aconteceu. Eram dois, que foram e estão presos. Quando esqueço do episódio a justiça me faz lembrá-lo.
O ano passado fiz reconhecimento fotográfico e este ano recebi mais uma intimação, mas que veio em vão e me fez perder tempo indo até o interior à toa. Esta semana recebi outra. Para o ano que vem depor como testemunha no tribunal. Creio que eles serão julgados pelo que fizeram.
Eu ainda perguntei pro oficial se eu teria que encontrá-los cara a cara. Ele não soube me responder, mas acredita que não. Porque eu faço o que for para que eles continuem preso - menos reencontrá-los.
O caminho de uma idéia

Aí eu estava fazendo o curso do Pinhole, né? E para a última aula, que foi ontem, eu tinha que levar um filme fotografado com algum tema. E eu saí da aula, na terça, pensando: um tema, um tema, um tema, um tema. O que eu vou fotografar era a pergunta que ecoava na minha cabeça. Como eu não tinha chegado a conclusão nenhuma fui dormir. E no dia seguinte acordei com o tema: cadeiras. Ok, vou fotografar cadeiras. De tarde, enumerando as cadeiras e pensando como iria fotografá-las fui e voltei da perfumaria ainda tentando me convencer de que o tema era bom. Só que o que o professor tinha dito não saía da minha cabeça: inove, faça coisas diferentes. E eu pensando que cadeiras não era exatamente inovador.
Enquanto estudava os tempos que precisaria para fotografar, um outro clique veio: dupla exposição. Achei que era a idéia perfeita. Vou fotografar com dupla exposição, que é algo mais legal. E pensei, então, que o perfeito seria fotografar mesas e cadeiras. Dupla exposição.
A idéia era essa, mas apesar de ter que entregar as fotos na quinta e já sendo quarta eu tava com uma preguiça danada de sair pra fotografar e adiei para o dia seguinte.
Na quinta, às seis da manhã, levantei com outra idéia. Mais brilhante ainda. Iria, então, fotografar em dupla exposição coisas inseparáveis. E comecei a enumerá-las mentalmente: xampu e condicionador, pasta e escova de dentes, bloco e caneta, etc. Resolvi que eu tinha que levantar e anotar pra não perder nenhum par. Minha irmã me achou louca, mas eu acredito que aquelas idéias não iam me deixar dormir se eu não anotasse e tenho certeza que foram elas que me acordaram.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Futebolês ou um post pra quem é bom de bola

Não me lembro ao certo em que posição jogava. Se era ala ou armador. Só sei que entendeu o amistoso como partida oficial e decisiva. Entrou em campo como se fosse clássico, mas não era bem assim. Com um esquema tático digno de goleada podia ter feito mais bonito, mas deixou a desejar. Armou a cama-de-gato e fez cera por um tempo. Até que na antecipação cometeu penalidade máxima. Pênalti. E tomou um golaço no contra-ataque. Não soube lidar com time experiente. Afinal jogava com boleiros. E time descolado sabe como se armar.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Quem tem boca vai a onde quiser
Pior do que perguntar pelo lugar errado e que nem existe em uma cidade é ser indicado, por taxistas, como se chega lá. Depois de rodarmos por horas, achamos. A enorme torre iluminada indicava o caminho. Quase saímos da cidade, voltamos e chegamos. Depois de todo esse tour a irmã menor de idade não podia entrar. Viagem quase perdida. Ela resolveu dormir no carro e nós nos divertirmos em pouco tempo. E lá nesse bar tava tocando uma banda cover do Legião Urbana. E eu, que há tempos não escutava, lembrei o quanto eles são bons. E esse mês fez 11 anos de morte de Renato Russo e eu voltei a ouvir Legião.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

No Sesc/SP

Foto: Wicca, tirei daqui.

O objetivo do curso é construir uma Pinhole a partir de uma caixa de fósforo. E uma Pinhole de filme. As dinâmicas são muito legais. O ritmo da aula é calmo. E dá vontade de fotografar adoidado. O professor é o fotógrafo Miguel Chikaoka. E ele tem um sotaque diferente que não é de japonês, nem de belemense (onde mora há anos), nem de paulista (porque ele é de São Paulo). A gente ainda construiu uma câmera obscura. E no final de semana ainda participei do curso de Pinhole no tubinho do filme. E foi tão legal, que a vontade que dá é de ficar inventando mil e uma coisas para construir outras pinholes e fazer várias fotos. Foi o melhor feriado dos últimos tempos e o curso mais gostoso também.

domingo, 14 de outubro de 2007

Avisa lá

Alguém pode dizer ao meu cérebro/inconsciente que ter pesadelos toda noite não é legal?

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Semioticando

Estou fazendo um curso de Pinhole com o fotógrafo Miguel Chikaoka. E ele sempre faz umas dinâmicas na aula. Por causa do tempo da aula que é curta, ele sempre comenta que a dinâmica se desdobra em muito mais, mas mesmo assim são incríveis. Ontem, além do brainstorm de LUZ É... passamos o barbante na sala e formamos um desenho no chão. Era assim: estávamos em uma roda e ele começou com o barbante entregando pra outra pessoa e dizendo uma palavra para LUZ É... Ele entregava o rolo para a pessoa, segurava um pedaço do barbante que continuava rodando na sala.
Ao final, todos estavam sentados e com o barbante formando um desenho, como se fosse a luz. Conversamos mais um pouco sobre a luz, matéria-prima da fotografia, e depois ele foi recolhendo o barbante. Quando recolheu tudo formou uma bola de barbante e disse que ali estava tudo que guiaria nosso curso. Cheio de simbolismo, de significados, signos e significantes. Adorei.
Dentro da bola de barbante estavam todas as palavras e seus significados sobre a luz, então tínhamos energia, luz, brilho, fim, caminho, saída, eletricidade, calor, idéia, etc.
Imagina que legal? E hoje ainda tem OUTRO curso, mas com o mesmo professor.Iei. Feriado mais que bem aproveitado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Osso duro de roer

Ontem fui assistir Tropa de Elite. Só posso dizer que o filme é osso duro de roer. As cenas de agressão eu pulei, todas. Fiquei escondidinha pra não ter que ver. Mas ainda não sei o que penso sobre o filme.
Primeiro de tudo acho que o começo alivia toda e qualquer ação. Como se fosse a desculpa perfeita, o filme começa com uma frase que diz que não é o caráter que determina as condições de um homem, mas, sim, o contexto social em que ele vive. Para mim, isso foi claramente uma forma de justificar toda e qualquer ação violenta da polícia e da forma de repressão do BOPE, mas também posso muito bem encarar a frase como justificativa pro tráfico, oras. Quer pior condição social de quem vive no morro? Eu não estou do lado do bandido, mas tão pouco quero ficar do lado de quem entra na favela para matar e não para morrer, como explicou o Capitão Nascimento.
Achei incrível no filme coisas como a hora que o policial repreende a classe média que faz passeata pela paz, mas consome droga e financia o tráfico, o crime organizado, a violência, etc. A classe média é claramente aquela que vai dizer que deve ter segurança pública e políticas eficientes e, ao mesmo tempo, vai financiar o tráfico sem pensar que ele está num círculo vicioso que vai acabar contra ele mesmo.
Mas o filme também tem suas obviedades. Ele conta como se fosse novidade que só existe uma ONG no morro se o dono dele, o traficante, permite. E quem não sabe disso? E quem não sabe que todos e qualquer criança e adolescente usado no tráfico como aviãozinho vai proteger quem te dá o que comer, roupas, proteção, etc? E quem faz isso? O traficante, claro.
E eu fiquei super pensativa com o filme porque se de um lado você não acha certo que matem as pessoas da favela, mesmo que elas trafiquem etc, você também pensa que uma amiga sua foi assaltada e que deviam fazer exatamente aquilo com os bandidos e com aqueles que também já te assaltaram.
E se o Capitão Nascimento está certo em dizer que quem matou aquele cara lá no morro tinha sido aquele estudante, que comprava a droga lá no morro, a mãe do menino aviãozinho também está certa em dizer que quem matou o filho dela foi o BOPE que o fez entregar quem estava com a carga.
Depois de colocar tudo isso no "papel" concluo mesmo que não há justiça. De nenhum lado. Nem por parte da polícia que mata e nem dos traficantes. Apesar que o filme não mostra nenhuma ação violenta dos criminosos de forma direta, gratuita, apenas como reação às ações policiais. Enfim, não conclui nada. Continuo confusa com toda esta questão social que o filme mostra.
Mas a produção é ótima. Adorei ver a música que usei na abertura do meu documentário de conclusão de curso no filme e gostei do começo entrecortado com a dança de funk no morro. Gostei de muitas cenas. Gostei dos atores, até do Caio Junqueira que não gosto. Gostei do Wagner que está sem sotaque - exceto por uma pequena parte das cenas, mas bem pequena mesmo. Gostei das músicas, do roteiro. Gostei. Gostei de algumas frases chocantes e de algumas situações que, embora limite, me fizeram rir. É a comédia do trágico.
Mas o final me deixou com a pulga atrás da orelha. Porque aí sim o Matias teria virado um verdadeiro policial?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ócio produtivo

Tenho um amigo mui sábio. Estava reclamando para ele da minha vida de desempregada, que não agüentava mais, quando ele veio com uma sábia metáfora. Disse que quando estamos sozinhos temos que saber aproveitar e sair com os amigos, curtir, beijar, fazer tudo que a solteirice nos permite e quando estamos com alguém, seja casado ou namorando, temos que fazer programinhas de casais, dar satisfação, cuidar e ser cuidado. Enfim, ele resumiu que temos que saber aproveitar o momento que vivemos já que quando estamos sozinhos queremos alguém e quando estamos com alguém queremos a liberdade que a solteirice nos dá. Então, ele me disse que eu devia aproveitar e ir à exposições - já que estou com tempo de sobra -, cinema, teatro e outros programas afins.
E hoje já comecei a colocar em prática e aproveitei todo o sol que está em São Paulo para me bronzear na piscina acompanhada de uma revistinha. E não é que em quase uma hora deu até pra começar a me bronzear. Este será meu programa das manhãs, por enquanto.
Pequenos funerais

à luz desamparada dos dias
morrem manhãs silenciosas e tardes de sol

morrem estrelas e pequenas ondas
fundidas à desolação noturna

morrem folhas, ponteiros e calendários
à sombra da tua inércia

morrem células, sonhos e vozes
na várzea constante e viscosa das tuas omissões

morrem esperanças, expectativas e aplausos
cansados da mesma ausência

da Jeanine Will, do Caminhão de Mudança

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A família Franco

A família é grande. Imensa. Tenho 9 tios vivos e mais uma porrada de primos. Nem sei quantos são ao todo. Acho que 30. E quando todos se juntam é uma bagunça da boa. Neste final de semana foi assim. Casório de uma prima. Em BH. Fui e acampamos na casa da minha vó. Eu e mais um tanto dos primos, tios, namorados e agregados. A família não pára de crescer e até bisnetos já fazem parte da família.
Na sala tinham colchões, gente em todos os cômodos. Nos dois apartamentos que são no mesmo prédio mais gente, e nem assim cabia.
E a gente dançou a noite toda, riu, tirou fotos, contou, conversou. E agora eu fico, assim, esperando as atualizações orkutísticas pra pegar as fotos de todo mundo. A gente tirou fotos com a matriarca da família. Só os primos. Só os filhos. E foi tão lindo. E tão emocionante. E eu não vejo a hora de ter outro casamento só pra juntar todo mundo de novo.

A matriarca dos Franco e alguns de seus netos.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Nada será igual

Depois de ontem, do porre de verdades, dos anseios, dos desejos, da rinite que ataca na madruga e não deixa dormir, da vontade de ser mais, de estar assim com o sex-appeal pra lá de extrapolando, de ter uma das tardes mais gostosas da fase de desempregada, de ter ganho o melhor dos conselhos ontem, de ter recebido uma mensagem no MSN hoje que nem foi tão legal assim porque só incita, de estar com vontade de tentar TUDO mesmo, de pensar em possibilidades nunca dantes imaginadas, de estar feliz apesar dos pesares, de estar com as unhas vermelhas por mais uma semana, de esperar pela viagem que começa amanhã. Depois de tudo. Porque a vida muda, sempre, o tempo todo, de todas as formas e pra todos os lados. Ainda bem.

*

perguntas nunca se calam
a não ser no fundo
bem junto
do silêncio do mundo
da Jeanine Will, no Caminhão de Mudanças

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pra sempre, mesmo

A gente divide a cama, os segredos, os amigos, as conversas, o conhecimento, as bandas preferidas, os livros, os autores, as idéias, as mães, as irmãs, as lágrimas, as risadas, os gostos, as aventuras. A gente vai fazer dois cursos juntas. A gente não cansa de dividir porque, na amizade, é assim que se soma. E sempre foi assim. Bastava perguntar Vamos? sem precisar dizer onde. A resposta era sempre a mesma: Vamos! A gente sempre disse que era 'pra sempre' e hoje, mais que nunca, temos certeza disso.

domingo, 30 de setembro de 2007

Sobre o oposto da vida II - a continuação

Ela pode ter acertado na previsão da mãe, do irmão e da vó. Mas errou na do pai. Ele ainda está lá. Na UTI, em coma induzido é bem verdade, mas está lá.
Esse final de semana recebeu visitas. E andam dizendo mesmo que ele é um verdadeiro Vieira, que não vai ser desta vez que a morte o levará. Talvez ele viva tanto quanto a mãe, que chegou nos 90-e-tantos. Ele, que é tio-avô, já tem 83.
Ela vai todo dia visitá-lo. Entra no quarto imenso e vazio apesar da aparelhagem toda. Durante o dia todo são as máquinas que o fazem companhia. Ela vai lá por algumas horas. Conversa com ele e antes de ir embora se despede, como se fosse a última vez.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Definição do dia

Sabe feliz? Sabe barriga doendo de tanto rir? Sabe vontade de fazer um monte de coisas legais? Sabe?
Eu sei.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sobre o oposto da vida

Primeiro foi a irmã que partiu. A mais velha. Meio sem porquê. Do nada. O acontecimento que ninguém espera. E aí a mãe decaiu. E a mãe que inventava doenças pela vida inteira começou a tê-las de verdade. E também se foi.
A casa, outrora grande, já não tinha mais tanta gente. O irmão, que era louco de verdade, ia e vinha do sanatório. Era ele o único responsável pelas fortes emoções da casa. Mas adoeceu. Pensou que era Aids porque ele estava magro demais, debilitado demais. Na internação descobriu-se o câncer, na garganta, que não o permitia comer. E sem tempo de sofrer também partiu. E na casa de três quartos, salas, cozinha, quintal e biblioteca só restou ela e o pai.
A idade do pai o fazia perder os movimentos, a visão, até ser dependente de novo. Até sentar-se na cadeira de rodas. Hoje ela ligou porque o pai está internado. UTI. Ela é boa em previsões, talvez já aprendeu a conversar/negociar com a morte. Diz que ele não deve passar de amanhã.
E ela não deve nunca ter pensado que a vida ia ser assim: uma sucessão de perdas. Não tão cedo. Como todo mundo achou que não ia ser a última a partir, por não ser a mais nova. Com certeza pensou que contaria com a ajuda dos irmãos na hora de enterrar os pais. Mas não foi assim. Nem sempre a vida é justa. E parece que a morte não leva muito em conta o que a gente acredita e quer na vida.

sábado, 22 de setembro de 2007

Aquele encontro

Da outra vez que a gente tinha se visto você sentiu ciúmes. Daquela vez que a gente tinha se visto todo mundo prcebeu que sua atenção era só minha. Naquela noite eu dancei forró com o seu amigo, que também é meu. Você tentava fingir que não estava nem aí, mas não parava de olhar. No final das contas, você rodou na mesa feito peão e acabou sentado do meu lado. Naquela noite eu tive certeza que nem todo mundo gostava de mim, mas também soube que outros meninos da sua turma eram muito legais e alguns outros ainda se lembravam de mim, mesmo depois de tanto tempo. Você se aborreceu por, de repente, eu estar tão bem entre tantos meninos. E, então, ficou com uma menina. Eu fui embora e a gente não se despediu. Lembro que depois você disse que tinha se arrependido do seu comportamento. Você ainda era tão menino que minha presença te desnorteava. Você era tão menino que não sabia onde colocar as mãos. Você ainda era o menino pelo qual me apaixonei e hoje já não é mais, mas ainda me olha da mesma forma. Você já sabe onde colocar as mãos, apesar delas ainda tremerem quando chegam perto de mim. Será que eu ainda te desnorteio como antes?
Amanhã

Temporada das Flores [Leoni]

Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.

Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.

Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...
Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.

Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Os livros, a Copa, as resenhas e a opinião

Enquanto acompanho a Copa de Literatura fico pensando em qual será o papel da resenha. Lembro-me de um professor, na faculdade, dizer que a resenha tinha que despertar a sua vontade de ler aquele determinado livro ou assistir ao filme resenhado. Mas não foi o que aconteceu ontem. Durante a quarta partida da Copa (As sementes de Flowerville, de Sérgio Rodrigues X Corpo estranho, de Adriana Lunardi) eu fiquei com vontade de rasgar os dois livros; de sequer chegar perto de nenhum deles apesar da linda capa do livro de Sérgio e da história do livro de Adriana parecer muito boa.
Eu não li nenhum dos livros que disputam, mas fiquei, por exemplo, morrendo de vontade de ler Música Perdida de Luiz Antonio de Assis Brasil e resenhado por Olivia Maia. Por que sou gorda, mamãe? de Cíntia Moscovich e resenhado por Renata Miloni também me despertou interesse. E o mais engraçado é que em si - os dois livros que me interessaram através dos argumentos - talvez não me interessariam de outra forma. Um porque trata do amor em paralelo com a música e apesar de eu gostar muito de música não conheço e nunca estudei música ou qualquer instrumento, o que me afasta um tanto considerável do tema. Já o outro tem um título meio auto-ajuda e por tratar do tema 'peso' jamais me faria olhá-lo mais que uma vez em qualquer prateleira de livraria.
E aí, eu fiquei aqui pensando. Será essa a função da resenha? Despertar nosso interesse mesmo sendo sempre escrita por uma ótica tão pessoal de quem a faz? Porque eu amo o jornalismo, acredito no seu poder, mas jamais em sua imparcialidade. E então fica tão subjetivo ler uma resenha que vale a pena pensar uma segunda vez e até pedir outras opiniões ou, quem sabe, nunca mais lê-las.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Fazendo (ou perdendo) as contas

1 ano é igual a 365 dias ou 8.760 horas ou 525.600 minutos.
Mas de quantos pensamentos é feito um ano? De quantas palavras escritas? De quantas palavras ditas e ouvidas? De quantas fotos tiradas? De quantos suspiros? De quantos sonhos? De quantos encontros? De quantos desencontros? De quantas vontades? De quanta vida? De quanto?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Frágil uma pinóia
Meu tipo mignon engana. 1,60m de altura e quase 45kg. Do tipo que todo mundo diz que não pode abraçar muito forte porque quebra. Não, eu não quebro. Posso ter cara de boazinha e jeito quietinho e tímido dando margem às pessoas interpretarem como santinha, mas aviso logo: De anjo não tenho quase nada. Por aqui não salvam nem os cabelos enrolados.
Então, não se surpreenda se passar por mim na rua e a cara estiver fechada. Se eu disser: Vocês podem fazer o favor de calar a boca que eu to tentando dormir. Ou se depois de esperar um bom tempo pelo suco virar para a garçonete com a pior das caras e a mais seca das vozes: Ei, cadê o suco, hein? Ou então quebrar o pau no telefone porque eu só vou pagar pelo MEU diploma o que a LEI determina.
É claro que você também pode passar por mim na rua e me ver sorrindo à toa, cantarolando, caminhando alegremente. Sou a pessoa que vai passar creminho gelado nas suas costas e pés caso eles estejam ardidos do sol ou até a única irmã capaz de levantar da cama e ir buscar um copo de água enquanto você está no computador.
Lado bom e lado mau. Lado grosso e lado meigo. Eles andam assim, todos juntos, em mim.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A conversa

A data. Eis o assunto. Que puxou o começo. Que puxou antes. E engatou a conversa descontraída. De guarda totalmente baixa falamos, rimos. Desvaneamos nos "e se..." que não aconteceram, mas podiam. Quando você perguntou 'quando' eu assustei e pensei: homens também pensam nisso? Como você soube que eu estava pensando nisso, que é por esses dias? Você simplesmente sabe, como eu. A conversa morreu, mas o assunto ainda voltou no mesmo dia.
Entreguei os pontos. Eu não fui lá pedir um autógrafo - mesmo que tenha feito isso -; eu só fui lá confirmar se era você mesmo quem respondia aos e-mails. Era um truque e você caiu. Porque apesar de tudo, eu não tinha certeza. Aliás, a incerteza era tamanha que a pergunta saiu exatamente assim: - Não sei se você se lembra de uma menina que te escreveu um e-mail dizendo que queria ser Malu. Então ... E eu nem precisei completar a frase, terminar o raciocínio. Antes disso você me olhou, sorriu e estendeu os braços indicando qual era o caminho mais curto para um abraço. Certeza acompanhada de olhar surpreso, sorriso e abraço é melhor que qualquer coisa. Eu soube e você ainda completou: - Eu tenho o seu e-mail guardado até hoje.
Você pode até questionar - E se eu tivesse dito que não lembrava, que eu recebia milhares de e-mails como aquele? - porque a gente sabe que não foi assim que aconteceu.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Tem muita vida lá fora

Ando vivendo. Muito. O calor e o desemprego tem me empurrado pra rua. E é incrível ver as pessoas pelas ruas em pleno dia, durante a semana. Porque quando a gente está trabalhando, fica na frente de uma tela iluminada, concentrada, em uma sala. O mundo acaba; é só aquilo ali; como se o mundo fosse você e tudo o mais que tiver só ali dentro daquela tela ou o seu redor na sua sala. Como eu trabalhei por quase um ano e meio em uma sala bem grande, com muitas pessoas que falavam e riam muito e um dia de calmaria era raro, quase não percebia que havia outra coisa. Meu mundo era isso: aquela sala com tijolos aparentes na parede oposta, com janelões que permitiam a entrada da luz do sol ou até o escurecimento da sala em caso de tempestades, com gritarias, telefones, uma sala ao lado e muita gente circulando, entrando, saindo, pedido, comentando, conversando, trabalhando, produzindo, divertindo, distraindo, etc. Pra mim, parece estranho circular pelas ruas dos bairros e ver que tem gente andando, passeando, trabalhando, transitando. É a vida que pulsa e é a vida que quero tanto retratar. Eu queria um emprego em um jornal diário, ter correria, ter que ir na rua, voltar e poder ter as duas coisas: uma mesa com um computador e uma tela iluminada que tem vida dentro, mas que me permita também tratar da vida que eu vi na rua e merece ser retratada. Porque tem tanta vida lá fora que não é possível que eu não encontre algo interessante pra contar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A minha fome

Eu tenho fome de: um emprego novo, de desafios, de amigos sempre perto, de livros, de descobertas, de viagens, de fotos, de letras e palavras, de carinho, de abraço apertado, de notícias boas, de gente feliz, de manualidades, de músicas que digam coisas boas, de filmes que acrescentem, de beijos, de atenção, de amor, de chocolate, de doces em geral, de atitudes positivas, de pensamentos bons, de unhas vermelhas, de conversas sinceras, de revistas, de organização, de listas, de cabelos molhados, de praia, de calor, de verão, de boas companhias, de risadas, de segredos, de vontades, de sol, de lua, de céu estrelado, de rede, de colo, de chá, de amores, de e-mails, de cama quentinha, de tudo que me faça feliz.
E você, tem fome de quê?

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

MSN 2

A conversa começou estranha. Mas avançou. A princípio não entendi porque tinha sido escolhida para saber sobre os seus problemas de relacionamento. E quanto mais a conversa avançava mais eu achava que o assunto não era sobre ele e a namorada, mas sobre mim. Era um teste. Só não sei qual foi o resultado.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Epitáfio

“...existi somente porque enchi tempo com consciência e pensamento.” Fernando Pessoa, em O Livro do Desassossego.

domingo, 26 de agosto de 2007

"Saudades! Tenho-as até do que me não foi nada, por uma angústia de fuga do tempo e uma doença do mistério da vida. Caras que via habitualmente nas minhas ruas habituais - se deixo de vê-las entristeço; e não me foram nada, a não ser o símbolo de toda a vida. (...) O que é feito de todos eles, que, porque os vi e os tornei a ver, foram parte da minha vida? Amanhã também eu sumirei da Rua da Prata, da Rua dos Douradores, da Rua dos Fanqueiros. Amanhã também eu - alma que sente e pensa, o universo que sou pra mim - sim, amanhã eu também serei o que deixou de passar nestas ruas, o que outros vagamente evocarão com um 'o que será dele?'. E tudo quanto faço, tudo quanto sinto, tudo quanto vivo, não será mais que um transeunte a menos na quotidianidade de ruas em uma cidade qualquer." Fernando Pessoa, em O Livro do Desassossego.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O Seminário - parte final e definitiva


Deu tudo certo, como em todo final. A lista de participantes, ontem, tinha 110 pessoas e o foi o exato número que compareceu, mas nem todos da lista - alguns não foram, outros compareceram e mais uns foram substituídos. Todos os palestrantes foram, ou melhor, quase todos. Tudo que eu me encarreguei de confirmar estava certo. Apesar dos sustos do final da quinta-feira, tudo se ajeitou. O tempo foi extrapolado, mas nos planos tudo tinha larga escala de tempo. Pensado para isso. Eu fiz o material, eu divulguei, eu confirmei os palestrantes, orcei tudo, mandei imprimir, resolvi e contornei os percalços e apesar do amadorismo geral foi tudo bem. Eu me estressei, me descabelei, me esforcei, fui mais competente do que me imaginava porque nem na hora do aperto eu falhei. Hoje eu cobri, organizei, arrumei a sala, ajeitei tudo, coloquei água para os palestrantes, controlei o tempo, decidi os horários e o que faríamos ou não. Substituímos o faltante e contornamos o que foi possível. No fim, ainda recebi parabéns de todo mundo e eu saí de lá mais do que com a sensação de tarefa cumprida, saí com a sensação de ganho, de aprendizado. Eu nunca tinha feito isso sozinha. Queria que eu tivesse tido mais tempo, pra divulgar melhor e ter realmente o número estimado de participantes - embora eu ainda ache que um evento do porte do que queriam era preciso mais competência e experiência. Agora eu posso respirar alivida e começar a procurar um emprego.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

MSN

M. entra no MSN com a seguinte frase: O amor é paciente.
Eis que não resisti.

Didi diz: Achei que o amor fosse doutor
M. diz: tb
M. diz: e o tempo é a cura
Didi diz: pois é, ele é um mutante
M. diz: quem sabe
Didi diz: não sei. mas eu que não
M. diz: eu tão pouco
18 anos sem Raul

Eu não saberia desta informação se não tivesse ido buscar. E buscar muito. Nenhum jornal noticiou, nenhum veículo comentou contraponto tantas comemorações de mortes nestes últimos dias: 30 anos sem Elvis, 20 sem Drummond, 10 sem Diana.
Mas soube e fui buscar a informação não por admiração - porque se assim fosse o saberia -, mas por pura curiosidade. Ontem, saindo do trabalho vi uma pequena/média multidão concentrada em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. A maioria vestia camisetas pretas e tinha uma Kombi com altos-falantes em cima de onde saía o som do Raul. Alguns tinham faixas com os dizeres Viva o Raul, entre outros. Foi então que eu desconfiei.
Eu não gosto de Raul. Geralmente mudo a estação do rádio quando começa a melodia de qualquer uma de suas músicas, mas me emocionei. Achei lindo aquelas pessoas todas reunidas por um cantor, um músico, um ídolo. Fiquei toda arrepiada e só não fiquei mais tempo prestando atenção na cena porque avistei o meu ônibus parado no semáforo e eu ainda ia ter que descer a rua, virar a esquina e descer até o meio da outra quadra, então saí em disparada sem ter certeza se comemoravam aniversário de vida, de morte ou qualquer outra coisa. Mas, pelo menos, saí emocionada pela manifestação.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

No trabalho
Nunca pensei que organizar um seminário fosse tão difícil. Tô esgotada e não vejo a hora da semana acabar. Cansadíssima. E tão preocupada que durmo e fico sonhando com a maldita organização. Da próxima vez eu peço o dobro do valor e ainda vai ser pouco. Aff.
E aí, tá todo mundo perguntando no trabalho: você fica até quando? E eu, desta vez, respondo: até sexta-feira e eu não vejo a hora.
E hoje uma das pessoas me disse assim: Você vai na reunião com a OIT amanhã? Eu respondi: Acho que não, vou ter várias coisas pra fazer por causa do seminário. Ela saiu. Depois voltou. Você devia, pelo menos, assisitr a primeira parte sobre a definição de trabalho escravo. Porque eu vou pedir pro ciclano pra você organizar o seminário sobre o trabalho escravo que vai ter esse ano.
Eu sei que foi, claro, na melhor das intenções, mas eu tava tão cheia de organizar seminário que quase falei: organizar seminário? Ai não, me tira dessa!
*
No final das contas, eu adoro trabalhar no Observatório. Mesmo mesmo, de verdade verdadeira. Mas desta vez foi cansativo e ainda teve uma pequena queda de braço que eu venci, mas saí de lá com quebrante. Então, não vejo a hora da semana acabar, o seminário acontecer, eu receber e não voltar.
Eu queria muito ficar lá, mas pra escrever matérias, pra realizar o sonho do meu chefe: virar a repórter do site, mas enquanto a coisa não sai, eles não conseguem e eu não posso ficar, prefiro procurar outras coisas. E vamos à luta!

domingo, 19 de agosto de 2007

A tal da TPM

Sábado já fui dormir de mau-humor. Domingo acordei com dor de ouvido, de cabeça e de garganta. E com TPM. Chorei assistindo TV, lavando louça, ouvindo música. A flor da pele. Nhém-nhém-nhém total. Mas o bom foi que o dia acabou bem sem o trio-solução "c" destes caso: carinho, cama e chocolate.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Oftalmo urgente

É, eu uso óculos. E não posso deixar de usá-los devido a um problema na córnea. Depois que eu descobri isso resolvi que ia colecionar óculos. Eu sempre escolhi as armações mais diferentonas (já tive uma que parecia uma casinha e hoje revezo duas: uma marrom normalzinha e uma vermelha diferentinha). Eu não gosto muito de usar óculos, mas não tenho opção. De vez em quanto apelo para as lentes de contato, claro, mas não consigo usar horas e horas. No dia a dia, vai óculos mesmo. Só sei que as coisas que mais faço e gosto de fazer no dia a dia, como ler e ficar no computador já estão me dando dor de cabeça. Então, vou ao oftalmo. Aliás, preciso ir - com urgência. E agora já to aqui pensando em qual aramação eu vou querer, se uma transparente, uma preta ou mais uma colorida. Ai, que dúvida.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Minha flor

Ela não é minha flor preferida, mas é a segunda opção.

A semana

Na terça eu achei que fosse quarta; na quarta eu pensei que fosse quinta e hoje (quinta) eu queria que fosse sexta.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Conversas paralelas

Eu escuto a conversa alheia. Assumo. Outro dia o papo estava tão interessante que parei de ler só pra prestar atenção. Era um casal de adolescentes, ou melhor, jovens adultos. Enfim. Eles estavam cheirando a vinho barato e ouvi que estavam indo em direção à casa dele e vinham do bar da faculdade. Notei no que ouvi que eles eram ex-namorados e falavam também sobre amigos em comum. Ela contou que uma das amigas disse que sentia falta do namoro deles, que provavelmente provocava a convivência geral. Também ouvi e pelo que entendi ela namorava outro menino. Mas eu só comecei a prestar atenção na conversa por causa do seguinte diálogo:
Ele- você beijou alguém?
Ela- quando? Hoje?
Ele- É.
Ela- HOJE não.
Na mesma hora comecei a prestar atenção. Ela era das minhas e sabia que o papo ia render.
Depois, ela estava no impasse do que falava pra mãe e pruma amiga, que a esperava. Ela, junto com ele, tentava arranjar uma mentira que camuflasse o encontro dos dois.
Ele era inseguro e dizia que a tinha visto beijando alguém naquele dia. Mas ela afirmou que só dera um beijinho de amigo. No papo, ele também dizia que se a mãe dele soubesse que ela tinha estado na casa dele ia ficar muito feliz, porque a menina a conquistara. Ele contou que ainda tinha fotos dela espalhadas pelo quarto e falou um monte de outras coisas que denunciavam não só o quanto ele gostava dela como também que ele não tinha conseguido esquecê-la enquanto ela tocava a vida, namorava outro e ainda se divertia por aí. Mas no fundo, eu fiquei pensando mesmo é que ela gostava mesmo era dele e que tinha feito tudo aquilo só pra tentar esquecer ele. E, claro, não tinha conseguido porque se tivesse não estava naquele ônibus em direção a casa dele.
E, no fundo, eu ainda fiquei super feliz que os dois estava juntos e, mesmo sem conhecê-los, eu fiquei torcendo para que eles terminassem juntos e felizes.

domingo, 12 de agosto de 2007

Dia dos pais

Ele já errou feio. Já fez um montão de coisa errada, mas fazer o quê se o laço de sangue - e até o de amor - é mais forte? Já fui do tipo rancorosa que se quer olhava na cara dele, já fui aquela que o fez chorar dizendo poucas e boas no melhor/pior momento catarse, já fui aquela que o fez entrar maternidade adentro empurrando enfermeiras só pra que outro médico me examinasse e dissesse que ia ficar tudo bem, ainda sou a queridinha apesar de tudo e a de quem ele mais se lembra na hora de presentear.
Hoje foi um dia normal, com ele por aqui como sempre e ainda querendo agradar a gregos e troianos. Falando suas habituais bobagens e deixando os filhos pra lá de constrangidos na mesa do almoço com os avós. E é através de seus olhos verdes brilhantes, seu sotaque arrastado e sua cerveja na mão que ele se faz notar. Na sua voz alta e no seu jeito de conversar, comer pouco e repetir sempre a célebre fase: quê mais? ele marca presença. Ele se faz respeitar e ser amado, mesmo que em silêncio. E também ama, embora de uma forma que pareça estranha.
No fim, é bom ver que o tempo passa, as feridas fecham e que o melhor de tudo ainda é tê-lo por perto. Nada como uma data desta pra gente perceber que ele é sim importante e que amadurecer, crescer, perdoar e superar faz parte de todo mundo. E, aqui em casa, todo mundo aprendeu a lição.

sábado, 11 de agosto de 2007

Matando a vontade

Unhas vermelhas. Pra tirar o mau olhado, pra matar a vontade, pra ficar bonita, pra ficar olhando muito. Porque eu quis, porque eu tava com vontade, porque eu mereço. Enfim.
Os amigos e as indicações

Não tem nada melhor do que trocar indicações com os amigos. Você mostra, empresta, dá o que está vendo, ouvindo, lendo e recebe em troca o mesmo tratamento. Vale tudo: uma peça, um livro, uma banda, um filme, um seriado de tv.
Esta semana foi a vez da Thaty me introduzir ao mundo da banda Trash Pour 4. E se você não conhece, eu recomento. Eles "repaginam" aquelas músicas pra lá de batidas e conhecidas e que você e todos nós já estamos até cansados de ouvir. Sucesso dos anos 80 e 90 é o que mais tem nos 2 cds da banda, que é brasileira e manda muito bem. Tô com eles no mp3 e não paro mais de ouvir. Até já mostrei pra mãe e pras irmãs e estou em alta velocidade na difusão deles. Porque eu acho que coisa boa a gente tem que difundir mesmo.
Foi assim com O Teatro Mágico, mas confesso que estava mais resistentes. As meninas que trabalhavam comigo falavam que era bom, chamava para os shows e eu, nada. Até que um dia resolvi baixar na Internet. Amei. Comecei a ouvir muito e fui num show. Pronto, nem preciso dizer que antes mesmo de ir no show já tinha difundido aqui em casa e falado bem pra todo mundo.
Eu sou assim. Tanto que livros é a coisa que eu mais gosto de emprestar, mas só para aqueles que eu sei que devolvem. Com a Thaty é melhor ainda. Nós duas grifamos livros e entre nós, nos nossos livros, isso também é permitido. Então eu grifo os meus e os dela e ela os meus e os dela. Assim, a cada leitura, a gente vai saber não só o que grifamos como também o que o outro grifou. É tão bom.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Diálogos e amigas

Amiga 1: Preciso te contar uma coisa.
Euzinha: Ai, que medo. Que foi?
Amiga 1: Eu só te conto porque você é como se fosse eu.

Amiga 2: Eu precisava tanto falar com você. Só você podia me entender neste momento.

Se alguém tem duas amigas assim na vida não precisa de quase mais nenhuma.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O que acontece?

Eu não tenho conseguido acessar este blog. E nenhum outro que tenha a extensão blogspot. Não sei se o problema é aqui em casa (confesso que o computador não está lá muito bom) ou se é com o blogger. O outro computador com o qual poderia acessar era do trabalho, mas me bloquearam, então sem chances.
Esta noite tive um sonho meio doido. Acordei e fiquei até uns minutinhos a mais na cama só pra me certificar de que tinha sido sonho mesmo. Foi estranho. Mas foi ótimo acordar e ver que já tinha passado. Eu estava grávida, fugia para uma casa na qual o dono não poderia me ver, mas me encontrava com um DR com o pai do filho, que estava no banheiro. E eles não podiam se encontrar. E a empregada estava passando roupa e me via e conversávamos como se fôssemos íntimas e tinha gente da família na casa, gente que eu nem conheço e no sonho só ouvia as vozes. Os móveis eram brancos e era um lugar que eu nunca estive. E eu lembro que a sensação era de medo, de o que eu vou fazer agora grávida e só aqui me sinto bem - mesmo que esteja aqui escondida. Agora, pensando bem no sonho e colocando tudo digitado, pensado, escrito, talvez comece a entender algumas coisas. E o sonho não terminava bem. Quer dizer, eu acordei no ápice. Na hora da raiva, das lágrimas, da briga. Eu não sei o que aconteceu depois. Quer dizer, depois eu acordei e tudo passou. Eu acho.