Eu escuto a conversa alheia. Assumo. Outro dia o papo estava tão interessante que parei de ler só pra prestar atenção. Era um casal de adolescentes, ou melhor, jovens adultos. Enfim. Eles estavam cheirando a vinho barato e ouvi que estavam indo em direção à casa dele e vinham do bar da faculdade. Notei no que ouvi que eles eram ex-namorados e falavam também sobre amigos em comum. Ela contou que uma das amigas disse que sentia falta do namoro deles, que provavelmente provocava a convivência geral. Também ouvi e pelo que entendi ela namorava outro menino. Mas eu só comecei a prestar atenção na conversa por causa do seguinte diálogo:
Ele- você beijou alguém?
Ela- quando? Hoje?
Ela- quando? Hoje?
Ele- É.
Ela- HOJE não.
Na mesma hora comecei a prestar atenção. Ela era das minhas e sabia que o papo ia render.
Depois, ela estava no impasse do que falava pra mãe e pruma amiga, que a esperava. Ela, junto com ele, tentava arranjar uma mentira que camuflasse o encontro dos dois.
Ele era inseguro e dizia que a tinha visto beijando alguém naquele dia. Mas ela afirmou que só dera um beijinho de amigo. No papo, ele também dizia que se a mãe dele soubesse que ela tinha estado na casa dele ia ficar muito feliz, porque a menina a conquistara. Ele contou que ainda tinha fotos dela espalhadas pelo quarto e falou um monte de outras coisas que denunciavam não só o quanto ele gostava dela como também que ele não tinha conseguido esquecê-la enquanto ela tocava a vida, namorava outro e ainda se divertia por aí. Mas no fundo, eu fiquei pensando mesmo é que ela gostava mesmo era dele e que tinha feito tudo aquilo só pra tentar esquecer ele. E, claro, não tinha conseguido porque se tivesse não estava naquele ônibus em direção a casa dele.
E, no fundo, eu ainda fiquei super feliz que os dois estava juntos e, mesmo sem conhecê-los, eu fiquei torcendo para que eles terminassem juntos e felizes.
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