quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Receita de Ano Novo (Carlos Drummond de Andrade)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mude
me seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Viajo amanhã e só volto na segunda semana de janeiro. Portanto, Feliz Ano Novo. Aproveitem e não esqueçam que o Ano Novo está dentro de nós.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Uma árvore de Natal na memória

Entre as lembranças mais remotas acerca do Natal está a da foto. Eu tinha apenas dois anos e me lembro não do Natal, mas do momento em que tirei a foto. Estava encantada com a árvore de Natal da vovó e queria por toda lei pegar uma das bolas. Foi quando me esticava na ponta dos pés para tentar pegar um dos enfeites que fui flagrada. Ao invés da bronca - por sorte - fui convidada para uma foto. Ei-la. Mamãe puxou uma cadeira e eu, claro, como estava pertinho da árvore não resisti e peguei uma das bolinhas. Mamãe me chamou e eis que tirou a foto. Sou praticamente cabelo liso e bochechas na foto. Isso sem contar os babados.

Desejo a todos um ótimo Natal. Espero que o bom velhinho seja bastante camarada com todos e traga não só presentes como muitos planos para se concretizarem em 2008.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Por que quero ter filhos?

Rafael, seis anos, a caminho de casa diz ao pai:
- Hoje eu tive um dia de sorte. Ganhei um monte de presente.
Você precisa de mais? Eu não preciso.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Sobre o ano que acabou

Pra mim, 2007 já acabou, pois meus ciclos iniciam-se e terminam no meu aniversário. Então, agora é a hora de fazer aquele balanço geral.
Outro dia li em um blog sobre a questão numerológica de 2007, que por ser um ano 9 - portanto, de fechamento de ciclo - a gente deveria colher tudo que plantou. A blogueira considerava-se, então, uma semeadora fracassada já que 2007 foi pífio. E eu posso me considerar como tal.
2007 foi muito ruim. Penso que meu ano já veio fechado com as conquistas de 2006 e foi como se não tivesse sobrado mais nada para 2007. Não sei se considero isso bom ou ruim. Bom por 2006 ter sido tão bom assim ou ruim por 2007 não ter sido nada do que prometia depois de um ano tão bom. Mas eu não posso deixar de levar em consideração características minhas que podem ter contribuído com isso: 1) minha pressa em fazer as coisas e resolvê-las e 2) minha péssima habilidade em lidar com conclusões e finais.
Claro que 2007 não foi só coisa ruim. Entre as coisas boas, destaco os amigos que deixaram de fazer parte da minha existência para fazer parte da minha vida, as novas experiências, os novos aprendizados, os cursos que valeram a pena, os livros que me emocionaram, as saídas que foram regulares, os filmes que assisti, etc. Mas no campo profissional foi ruim quando eu considerava que ia ser muito bom e que eu achei que ia ser importante, já que era o meu primeiro de formada. Não deu.
Mas o bom é pensar que 2008 é ano 1, onde eu posso começar muitas coisas e com muito mais pique e com uma visão mais equilibrada de um processo que envolve mais tempo e serenidade porque eu não preciso correr com tudo desesperadamente. Assim, vou poder desfrutar de cada passo da caminhada porque a trilha é nova e essa, como eu ainda não conheço, enfrento com mais vontade e disposição. E lá vamos nós porque eu estou cheia de vontade de começar mais uma vez.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

2007, 2008 e os livros

Comecei 2007 cheia de pique para ler. Para compensar o último ano da faculdade que só li coisas relacionada aos trabalhos de conclusão de curso. Nos primeiros meses, lia cerca de um livro por semana. Eu gosto mesmo de ler nos itinerários de ônibus e metrô, então aproveitava a inda e vinda do trabalho. Só que em junho e julho fiquei sem emprego fixo, apenas frilando e o ritmo diminuiu. Trabalhei mais um mês com regularidade onde trabalhava antes, mas o ritmo de leitura diminuiu e ficou irregular.
Só sei que, no total, li 24 livros em 2007 - contando com o que estou lendo agora. Na média dá 2 por mês. Queria ter lido mais, mas como a qualidade foi boa e eu nem sei escolher o melhor (vou tentar fazer um top 5 depois) eu me consolo.
Para o ano que vem, já tenho alguns me esperando. Eles somam 6. Um que me dei de aniversário/Natal (Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, Marçal Aquino) outro que ganhei dela (Sobre Alice, Calvin Trillin), 3 que ganhei* do meu cunhado (Eu sei que vou te amar, Arnaldo Jabor; Mário Quintana de Bolso e A Caixa-preta, Amós Oz) e 1 que ganhei em um quiz (As fêmeas, Marcelo Rubens Paiva).
Com estes 6 eu já garanto um bom início de ano cheio de coisas boas pra ler. E já me aqueço para ampliar o número de livros lidos em 2008.


* Na verdade, eu ganhei um vale presente e acabei comprando os citados.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Eu continuo contando

Diz o ditado que o melhor da festa é esperar por ela. Apesar de concordar e, inclusive, ser adepta ao ditado eu também aproveito bastante as festas. Mas acho que nada substitui preparações, espera, a contagem regresiva e toda a expectativa que envolve alguns eventos.
Depois de ter feito a contagem anual infalível - a do meu aniversário - agora faço para o Natal e para a viagem de fim de ano, que começa dia 28 e tem como destino Florianópolis. Eu amo o Natal: amo ter as pessoas reunidas por, pelo menos, uma noite no ano; amo as comidas; amo o espírito de Natal; amo as luzes; amo toda a simbologia, enfim gosto e ponto final.
E depois ainda tem a viagem. Eu acho que vai ser incrível, eu não vejo a hora de mergulhar no mar e tirar a "nhaca" de 2007, quero tomar sol e aproveitar o que resta do ano para entrar em 2008 com o pé direito.
Então, nesse momento aproveito para pensar em que doce vou fazer para a noite de natal, tento organizar um amigo secreto em família, planejo os pormenores com a minha mãe, penso nos presentes que quero comprar. E, ao mesmo tempo, eu penso nas coisas que eu vou colocar na minha mala de viagem, faço pesquisas na Internet e descubro que lugares eu ainda não conheço de Floripa para montar um roteiro, penso nas compras que ainda tenho que fazer para a viagem, além de outras coisas.
É por me embuir do espírito e expectativa que cada situação promove que acabo gostando e aproveitando tanto o "antes" de uma festa. Imaginar as reações, as sensações e tudo mais promovido por cada coisa que planejei estão, claro, entre as melhores expectativas e, no final, a melhor recompensa das festas.
Na contagem:
7 dias para o Natal
11 dias para viajar

sábado, 15 de dezembro de 2007

25 anos ou Uma nova história de família



Eis que completei os 25 anos. E diferentemente do que profetizei não houve recordações sobre o dia que nasci e a então possibilidade de morte dita pelo médico. Na hora do almoço Mamãe disse: - Didi, você está nascendo. E de noite ninguém quis lembrar mais uma vez quantas noites eu deixei mamãe em claro, já que era uma chorona de primeira e não parava no berço. Em compensação eu ouvi uma nova história, a da colher.


Minha mãe abriu a gaveta de talheres na cozinha, procurou uma colher e a tirou da gaveta exibindo a para minha vó.


- Você lembra dessa colher, mãe?, Mamãe questionou Vovó e logo emendou: - O Roberto (mais conhecido como meu pai) comprou ela junto com outra colher e dois garfos para a senhora, ele e as meninas comerem pizza na maternidade quando a Adriana nasceu.


Minha vó ainda lembrou que naquele ano de 1982, por volta daquela hora da noite, meu pai estava de cabelo em pé exatamente do mesmo jeito que entrou em casa ontem, depois de ter acordado. O comentário remetia ao caso do médico, mas a história não foi sequer mencionada, apenas elucidada. Acho que ela quis dizer mesmo que ele continuava parecendo um doido, mas enfim.


Depois de ouvir o comentário sobre a colher, o primeiro pensamento que me assolou foi: Mas quem raios come pizza em uma maternidade?, mas em seguida resolvi que eu devia não só registrar a história como fotografar-me com a colher que tem 25 anos de convivência em família, assim como eu.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Presentes

Meu segundo presente de aniversário já chegou: uma bela de uma gripe. E já veio desembrulhado.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Definida
Já fazia uns pares de horas que eu estava tentando encontrar uma definição exata para meu humor tão inconstante nestes últimos dias. E agora chegou: volúvel.
Ontem, por exemplo, estava disposta e alguns minutos depois fiquei com preguiça e sono. E junto veio o mau-humor. No final do dia um telefonema me animou e duas horas depois além de mau-humorada de novo já estava mesmo triste e chateada, com vontade de chorar. E nem é pra dizer que teve motivo pra tanto. Será que os 25 anos estão chegando pra mexer de vez comigo?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A caminho dos 25 ou senta que lá vem história



Eu amo fazer aniversário. Faço contagem regressiva, planos, esquemas e tudo o mais. A-do-ro. E faltando só 4 dias eu fico ainda mais ansiosa.
E como o médico achou que euzinha não ia sobreviver todo anúncio de idade é precedido por um "pra quem não ia sobreviver" e seguido por um "tá muito bom".O tal médico achou que eu tinha água nos pulmões. Ele é que devia ter água no cérebro, isso sim. Papai não achou que o médico estava certo, por isso em um ato de heroísmo *hohoho* foi atrás de outro médico e INVADIU a maternidade. Imundo, falando alto, empurrando todo mundo. EXIGIU que eu fosse examinada pelo outro, que desconfirmou tudo. E então, eis que estou aqui. Bela e formosa fazendo meus 25 aninhos. Pois é, quase todo ano repetem essa histórias em casa. E o legal é pensar que sim, Papai já foi capaz disso.



- Na foto eu tinha 4 meses.

domingo, 9 de dezembro de 2007

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A novidade veio dar à praia

Depois de um ano que me formei e realizei meu documentário sobre a revista Ocas" aconteceu uma surpresa: participaremos da exibição de curtas da Prefeitura de São Paulo em comemoração ao 59º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos.
Exibido com filme de diretores conhecidos e experientes, como Selton Mello, Bel Bechara, Jair Giacomini, Alexandre Guerreiro, entre outros, o meu documentário Ocas" - Atravessando a rua tem 15 minutos e será exibido no dia 14 de dezembro entre 12:30 e 13:30, sendo o segundo a ser apresentado.
O evento, que reúne a apresentação de 26 curtas, acontece no Centro Cultural da Caixa Econômica, em São Paulo.
Esse foi o meu primeiro presente de aniversário que eu ganhei. Soube da notícia na segunda-feira e em meio a um monte de trabalho ainda não tinha dado tempo de contar. Além do mais, a apresentação é no dia do meu aniversário!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Feliz

Hoje estou feliz, sem explicação, razão, circunstância. Nada de novo ou especial. Só assim. Irritantemente feliz.
Incrivelmente feliz.
Sensacionalmente feliz.
E esse negócio faz bem, né?
Eu me sinto bonita, disposta, alegre, enfim viva.
Tenho uma novidade pra contar, mas vou deixar o post pra amanhã, porque ele merece exclusividade.
E o mundo se descortina

Acabei de descobrir que o Daniel Sam, do Karatê-Kid, era dublado por Selton Mello. E o mundo agora é outro, gente. Será que só eu não sabia disso?

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dilema de aniversário

E só faltam 10 dias e eu ainda não decidi o que vou fazer. Eu queria MUITO comemorar. A idéia inicial caiu por terra quando fiquei sem emprego e me restaram duas opções que, como tudo na vida, tem lados positivos e negativos e, por isso, contribuem para minha indecisão.
A primeira opção é um jantar aqui em casa. Mas isso além de reduzir o número de convidados me faz repensar porque o espaço aqui é pequeno e sem dúvidas nenhuma a mala do meu cunhado vai pegar no pé dos meus convidados. Como ando mais intolerante do que nunca isso era a última coisa que eu queria. E já que tirá-lo da lista de convidados não é uma opção válida eu não sei o que fazer.
A segunda opção seria um churrasco no meu sítio. Eu poderia convidar um monte de gente e todos teriam mais espaços para 1) aproveitar e 2) fugir do meu cunhado. Além do mais, seria uma delícia pelo calor, pela piscina, por tudo. Mas a questão sítio me pega por alguns fatos complicadores. Meu aniversário é em dezembro e eu sempre odiei isso porque as pessoas nunca compareciam. Tudo bem que quando a gente cresce isso muda um pouco, mas mesmo assim a adesão às minhas comemorações são sempre baixa. E daí tem o complicador das amigas que não iriam por ter que viajar, pela data e tal, pelos avós que não devem comparecer, pelos meio-irmãos que irão.
Enfim, eu to nesse dilema que pretendo resolver até o final dessa semana. Mas não tenho a menor idéia de como resolver. Você tem alguma sugestão?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Exemplificando
Depois de transcrever algumas coisas da abertura do evento que cobri a semana passada achei que devia dividir o que falei, principalmente na questão dos discursos. Estou, ainda, na parte da abertura que eu não assisti e comecei a me lamentar. Juro que eu ia ter dado muitas risadas com o que perdi.
A instituição (que é de pesquisa e vale ressaltar) comemorava seus 10 anos de existência. Estavam na mesa de abertura o então presidente e mais alguns representantes dos principais parceiros. Pois o presidente foi o último a falar e não deixou por menos.
O primeiro momento gafe foi quando ele disse que a instituição não é neutra assim como seus pesquisadores. (Acreditem ele disse isso!) Depois ele disse, que a instituição não tinha muita credibilidade no meio onde atua com prioridade. (Uia!) E fechou destacando as duas palavras que nomeiam o evento anual 'pesquisa' e 'ação sindical'.
Enfim, agora vocês podem sentir que se isso veio do presidente o que mais eu não ouvi, não é mesmo? Pois é.