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domingo, 19 de julho de 2009

Sweet Tea
Por Adriana Franco

Você colocou
adoçante ou açúcar
no seu chá-de-sumiço?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Receita de ano novo
Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Mais uma

(Des)autoria

você era um poema
de (ras)cunho pessoal
mas abri mão
do direito autoral

Mais um poema da amiga-talento Jeanine Will

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Talento

Talentosa. E eu tenho orgulho de dizer que eu conheço. Olha que lindo. Foi a Jeanine quem fez.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vermelho


Foto da Xará Preferida


Tua,
de seda e feno
no transe da metáfora
a fenda soletrada-sol,
vala de luz, vocabulário

Tua, folhagem. O
olho
alcança o Olho,
desce aos infernos:

sonha o cabelo da urna,
o vermelho
da cifra, a ferida
no centro da fogueira

Tua, tua

(Age de Carvalho, daqui)

sábado, 7 de junho de 2008

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Insone

(sem título)

Tudo que é pouco,
e devia ser muito.
Tudo que sangra,
e dói mudo.
Tudo que faço,
ou, então, anulo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Pequenos funerais

à luz desamparada dos dias
morrem manhãs silenciosas e tardes de sol

morrem estrelas e pequenas ondas
fundidas à desolação noturna

morrem folhas, ponteiros e calendários
à sombra da tua inércia

morrem células, sonhos e vozes
na várzea constante e viscosa das tuas omissões

morrem esperanças, expectativas e aplausos
cansados da mesma ausência

da Jeanine Will, do Caminhão de Mudança

quarta-feira, 14 de março de 2007

Dia nacional da poesia

não fosse isso
e era menos
não fosse tanto
e era quase

Paulo Leminski