Sobre BH 1: o capítulo final
Eu deixei minha avó chorando e parti aos prantos. Metade da viagem foi feita de lágrimas.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Diálogo
- Oi Vó, como está a senhora?
- Ah, tô médio.
- Uai, Vó, médio por quê?
- Ah, porque falta muita coisa ainda para ficar bom.
- E uma neta aí com a senhora resolve?
- Ah, se resolve!
- Então eu vou para aí. Você vai ganhar uma neta noiva e o noivo.
- Ah, então são dois.
- É, vó. Dois.
- Então resolve demais, sô.
- Oi Vó, como está a senhora?
- Ah, tô médio.
- Uai, Vó, médio por quê?
- Ah, porque falta muita coisa ainda para ficar bom.
- E uma neta aí com a senhora resolve?
- Ah, se resolve!
- Então eu vou para aí. Você vai ganhar uma neta noiva e o noivo.
- Ah, então são dois.
- É, vó. Dois.
- Então resolve demais, sô.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Agitada
Hoje eu estou impaciente. Queria fazer um monte de coisas. Queria ir ao cinema (assistir Lemon Tree, Pelos meus olhos, O escafandro e a borboleta ou Os desafinados). Queria dormir porque estou com o sono atrasado (devido a jogatina de ontem). Queria estudar (porque estou mega empolgada com o curso). Queria ler meu livro (As memórias do livro, Geraldine Brooks). Queria estar com as amigas (estou carente das amigas hoje). Queria assistir às novelas (que não tenho conseguido).
Enfim, queria tudo e ao mesmo tempo. Eu sou assim. E hoje está super a flor da pele. E ainda tenho muito trabalho a fazer. Hunf!
Uma viagem hilária
No sábado, fui resolver pendências no interior. E como não quis ir na sexta-feira à noite com a minha irmã, peguei um ônibus no sábado cedo. O que eu não imaginava é que a viagem podia ter uma parte tão nonsense.
Na fileira da frente iam duas mulheres. Com seus 50 anos, eu acho. Elas não se conheciam. Mas foram papeando. Quando entramos em Itu, pela última saída da rodovia, o festival de absurdos (hilários) começou. Eu peguei dois que são dignos de reprodução.
Ao entrar na cidade, a mulher da janela começou a elogiar a cidade e as beneces de se morar no interior. Elogios pra lá, elogios para cá ela avista um local calmo, arborizado e não hesita: - Olha que lugar ótimo para se morar. (era o hospital!). Eu, com vontade de rir, me contive. E seguia observando o caminho (de rato) do ônibus pela cidade. Eis quando ouvi outro absurdo comentário da mesma senhora: - Olha, tem até condomínio fechado. (Sério, pessoal, era um MOTEL!) Aí não pude me conter. Ri - controladamente.
E depois eu fiquei pensando de onde será que tinha saído aquela pessoa tão cheia de comentários absurdos. Eu não descobri, mesmo porque ela se manteve no ônibus, que seguiria para Salto.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Meme da Paula
Mais um. Não sei se vou poder responder tudo, mas vá lá:
1 - QUATRO TRABALHOS QUE TIVE EM MINHA VIDA:
Estagiária de jornalismo (foram 5)
Jornalista terceirizada
Freelancer
Jornalista (assessora de comunicação) contratada
2 - QUATRO LUGARES EM QUE VIVI:
Só morei em 3 lugares, vamos lá:
No edifício Conjunto Áreas Verdes
Em Campinas
Onde moro há muitos anos
3 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTIA QUANDO CRIANÇA:
Xou da Xuxa
Rá-tim-bum
Carrossel
4 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTO ATUALMENTE:
Tv? O que é isso? Ultimamente não tenho tempo e, pra falar a verdade, nem gosto tanto.
5 - QUATRO LUGARES QUE ESTIVE E VOLTARIA:
Florianópolis
Angra dos Reis
Belo Horizonte
Disney
6 - FORMAS DIFERENTES QUE ME CHAMAM:
Di
Didi
Did's
Din
7 - QUATRO PESSOAS QUE MANDAM E-MAIL TODOS OU QUASE TODOS OS DIAS:
Thaty
Dri
Juliana
Vendedores
8 - COMIDAS FAVORITAS:
Arroz, feijão, bife e batata frita
Batata (de qualquer jeito)
Feijoada
9 - DESEJARIA ESTAR AGORA:
No curso do Estadão.
10 - AMIGOS QUE ACREDITO QUE RESPONDERÃO ESSE QUESTIONÁRIO:
Chel
Pri
Cynthia
11 - ESPERO QUE ESTE ANO EU POSSA:
Dar conta de tudo.
Mais um. Não sei se vou poder responder tudo, mas vá lá:
1 - QUATRO TRABALHOS QUE TIVE EM MINHA VIDA:
Estagiária de jornalismo (foram 5)
Jornalista terceirizada
Freelancer
Jornalista (assessora de comunicação) contratada
2 - QUATRO LUGARES EM QUE VIVI:
Só morei em 3 lugares, vamos lá:
No edifício Conjunto Áreas Verdes
Em Campinas
Onde moro há muitos anos
3 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTIA QUANDO CRIANÇA:
Xou da Xuxa
Rá-tim-bum
Carrossel
4 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTO ATUALMENTE:
Tv? O que é isso? Ultimamente não tenho tempo e, pra falar a verdade, nem gosto tanto.
5 - QUATRO LUGARES QUE ESTIVE E VOLTARIA:
Florianópolis
Angra dos Reis
Belo Horizonte
Disney
6 - FORMAS DIFERENTES QUE ME CHAMAM:
Di
Didi
Did's
Din
7 - QUATRO PESSOAS QUE MANDAM E-MAIL TODOS OU QUASE TODOS OS DIAS:
Thaty
Dri
Juliana
Vendedores
8 - COMIDAS FAVORITAS:
Arroz, feijão, bife e batata frita
Batata (de qualquer jeito)
Feijoada
9 - DESEJARIA ESTAR AGORA:
No curso do Estadão.
10 - AMIGOS QUE ACREDITO QUE RESPONDERÃO ESSE QUESTIONÁRIO:
Chel
Pri
Cynthia
11 - ESPERO QUE ESTE ANO EU POSSA:
Dar conta de tudo.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Talento
Talentosa. E eu tenho orgulho de dizer que eu conheço. Olha que lindo. Foi a Jeanine quem fez.
Talentosa. E eu tenho orgulho de dizer que eu conheço. Olha que lindo. Foi a Jeanine quem fez.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Pra quem entende
Antonio
Milly Lacombe
Antonio
Milly Lacombe
Enxerguei Antonio pela primeira vez em Los Angeles. Ele tinha 2 anos e chegou com o irmão para passar o verão comigo. Cabelos praticamente brancos e muito lisos, orpinho parrudo, pele dourada, boca carnuda e vermelha, apareceu, entre várias malas, grudado na calça da mãe com a força dos que temem a imensidão do mundo, ele olhou. “Essa é sua tia, Antonio”, anunciou minha irmã. “Dá um beijo nela.”O pequeno Antonio me mediu de cima a baixo e decidiu que eu não mereceria seu beijo. Para deixar a decisão muito clara, apertando a perna de minha irmã com mais intensidade, escondeu o rosto. Antonio nasceu em São Paulo quando eu estava de mudança ara s Estados Unidos, e só fui vê-lo na maternidade. A vida estava corrida, eu estava trocando de casca e de mundos, e não tive tempo para freqüentar meu segundo sobrinho estabelecer com ele a relação de intimidade que construí com o irmão. Por isso, depois de dois anos longe da pátria e vendo Antonio apenas por fotos, notei que simplesmente não o conhecia: naquela manhã ensolarada e quente de Los Angeles éramos perfeitos estranhos. Sobre Antonio, eu sabia apenas o óbvio: que ele tinha 2 anos, mas tamanho de 4. Como continuou crescendo assustadoramente, sempre gerou alguma confusão. “Ele ainda não sabe ler?”, perguntavam. E os pais tinham que responder: “Ele mal fala. Ele tem 3 anos!”. Rapidamente, percebi que Antonio era um universo próprio: comia como se o mundo fosse terminar o dia seguinte, falava uma língua única, interagia com qualquer americano que cruzasse seu caminho sem se preocupar se estava se fazendo entender e, quando havia festivais étnicos no parque em frente a minha casa, passava as tardes dançando no meio de adultos, olhinhos fechados, como se estivesse em transe e deixando claro que tinha vindo para este mundo a passeio. Ainda assim, nossa relação afetiva era capenga: eu estava viciada nele, e ele mal me enxergava. Como havia feito com seu irmão, tentei conquistá-lo com uma bola, ensinar dribles, estabelecer um sistema de comunicação só nosso. Não colou. Antonio não se interessava pela bola e estava mais ligado nas árvores e flores do parque, no hambúrguer sem queijo,“só pão e carninha”, como deixava claro para a atendente mexicana do McDonald’s, ou em conversar com adultos que jamais o entenderiam, mas que, ainda assim, ficavam fascinados com aquele ser humano mínusculo, de cabelos brancos e boca vermelha, que parecia sempre muito feliz e faminto.
Espírito livre
Quando voltei definitivamente para o Brasil, Antonio já tinha 8 anos.Aos poucos, foi me deixando entrar em sua galáxia. Quando dormíamos juntos, me abraçava como se eu fosse um travesseiro – uma forma de se entrelaçar que não deixa espaço para que nos mexamos. Ainda assim, nossa relação não era como a que eu tinha com seu irmão mais velho. Salvo pelas noites que passávamos juntos quando os pais viajavam, havia, entre Antonio e eu, uma estranha distância, talvez alimentada pela enorme intimidade que sempre tive com o irmão. Por mais que tentasse, não conseguia todos os números da senha de Antonio. Ele era, para mim, um enigma. E, de uma forma engraçada, ainda é. Antonio não divide comida, não dá gole nem mordida. Se alguém enfiar um garfo em seu prato, pára de comer imediatamente. Nunca gostou de meias ou sapatos e, mais de uma vez, esqueceu seus calçados por aí: a primeira coisa que faz ao chegar em qualquer lugar é tirá-los. Cueca ele passou a usar recentemente, depois de um pequeno acidente escolar que jamais será esquecido. O fato é que Antonio não gosta de nada que o prenda. É um espírito livre. Ama teatro, sorvete de creme, macarrão e Malhação. Detesta brigas, brócolis e discussões. Mas, acima de tudo, adora comida japonesa.Aos 12 anos, calça 42 e freqüenta semanalmente um restaurante japonês. Armado de sua inigualável lábia, sempre convence alguém a levá-lo: o pai, a avó, eu ou até mesmo minha namorada. A verdade inconveniente é que a companhia é o de menos: Antonio senta no balcão e passa horas conversando com os sushimen, que começam a servi-lo sem perguntar o que ele quer, porque Antonio come sempre a mesma coisa. Antonio é um boa-vida e deixa a sensação de que está sempre muito ocupado para se interessar por aquilo que não o interessa. Até hoje, todas as tentativas de dar uma sonora bronca nele – seja porque largou o par de tênis no meio da garagem, porque esqueceu a porta da geladeira aberta, porque comeu cinco pedaços do bolo de chocolate – foram frustradas: Antonio debocha, não se leva a sério e acaba colocando a situação em perspectiva: “Isso importa mesmo? Não podemos ir comer um sushi ou tomar um sorvete?”. Outro dia, no balcão do restaurante japonês, enquanto estava muito ocupado entretendo ossushimen com caretas e cânticos perguntei se ele já havia ficado chateado alguma vez na vida. “Claro que já”, respondeu. “Agora, por exemplo, porque estou com fome e meu sushi não chega.” Falou isso e continuou a cantar. Mas, quando eu já havia me esquecido da pergunta, me puxou para perto e disse baixinho:“Quando a Nononna morreu”.
Com você meu mundo é mais completo
Ontem, jantei na casa de Antonio. Quando ia embora, ele me pediu para ver o jogo do São Paulo com ele na TV. Como Antonio não liga muito para futebol, entendi aquilo como uma declaração de amor e fiquei. Na hora de sair, dei vários beijos nele e fui indo para a porta.Mas ele me chamou de volta. “Fala, Antonio”, disse,esperando uma de suas piadas ou um pedido para levá-lo ao restaurante japonês – ele pode perfeitamente comer sushis depois do jantar. Mas não era nada disso. “Eu te amo”, foi o que disse Antonio. Ele tem essa desconcertante capacidade para emocionar. Eu te amo mais, Antonio”, respondi. Mas, como é sempre dele a última palavra, já na porta tive tempo de ouvir: “Impossível”. Às vezes me pego pensando em como seria meu mundo sem Antonio. Eu, naturalmente, teria um pouco mais de dinheiro porque não gastaria tanto em comida japonesa.Mas,sem Antonio, eu, sem a menor sombra de dúvida, não daria tantas risadas, não me sentiria tão amada e não seria tão feliz.
Nem preciso dizer que eu chorei. Tirei daqui.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Pensando alto
* Ontem fui à exposição Bossa na Oca. Adorei. Cheia de vídeos (que são sempre as partes que eu pulo em exposições) e interatividade. Vale a pena. Mas corre que termina dia 07. E de terça-feira é de graça.
* Alguém aí tem 1 hora do próprio tempo para me dar? To precisando arrumar o guarda-roupa, mas não to conseguindo.
* Semaninha animada. Ontem exposição, hoje aula, amanhã encontro com amiga da faculdade e sexta teatro. Uia. Quem precisa descansar mesmo?
* Eu cismei com o raio do sofá branco. Mas quem disse que eu encontro? Ah sofrimento!!!
* Eu to tentando fazer o meme de sonhos da Dri. Mas tá difícil. Tá faltando um ou dois. E eu continuo pensando.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
História da carochinha
Eu sempre ouvi dizer que jornalistas competiam. Especialmente, os concorrentes entre si. E eu sempre achei balela. Hoje comprovei que isso realmente não existe.
Agendei duas entrevistas com duas emissoras de tevê. Uma era ao vivo, a outra gravada. Mesmo horário. Mesmo entrevistado até. Além dos cinegrafistas todos se conhecerem, as repórteres se revezaram amigavelmente. Cordial. Assim tem que ser. Ninguém compete e todo mundo se ajuda. E não é assim que tem que ser?
Quando a questão é um furo*, a gente não entra no mérito, ok?
* no jargão jornalístico é a matéria desejada por todos: a que revela algo bombástico que ninguém ainda publicou/descobriu.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Sem parar
Semaninha suuper corrida. Mas estou super bem. E super feliz.
Segura. Ganhando e conquistando espaços. Escrever três texto. Aprovados. Elogiados. Um minimamente alterado e consultado. Outro nível. Profissionalismo e independência em área nunca dantes pisadas é muito bom. Mesmo. Me faz feliz e me deixa segura. Por enquanto preciso de pouca coisa mais.
Eu to me sentindo bem segura. Bem certa do que faço. E isso se mostra lentamente. São reconhecimentos que surgem. Conquistas que se evidenciam. E então eu me sinto feliz, segura e começo acreditar no ditado que minha irmã vive repetindo: a fruta não cai do pé sem estar madura. E eu concordo, mas ainda espero - receosa e ansiosa - para saber se estou mesmo ou não pronta para cair do pé.
Segura. Ganhando e conquistando espaços. Escrever três texto. Aprovados. Elogiados. Um minimamente alterado e consultado. Outro nível. Profissionalismo e independência em área nunca dantes pisadas é muito bom. Mesmo. Me faz feliz e me deixa segura. Por enquanto preciso de pouca coisa mais.
Eu to me sentindo bem segura. Bem certa do que faço. E isso se mostra lentamente. São reconhecimentos que surgem. Conquistas que se evidenciam. E então eu me sinto feliz, segura e começo acreditar no ditado que minha irmã vive repetindo: a fruta não cai do pé sem estar madura. E eu concordo, mas ainda espero - receosa e ansiosa - para saber se estou mesmo ou não pronta para cair do pé.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Encuestas
Começou com a Dri, que passou pra Paula, que me passou.
1. Quais são as três últimas coisas que você comprou?
3. Quais são os três últimos lugares que você visitou?
Conta-me histórias
Tin tin por tin tin
Pensamentos Insanos
Começou com a Dri, que passou pra Paula, que me passou.
1. Quais são as três últimas coisas que você comprou?
- uma blusa de gola alta azul turquesa
- uma blusa de algodão de gola alta roxa
- uma camiseta de manga comprida preta
- Wilson Simoninha
- Mário Zan
- Gonzaguinha
3. Quais são os três últimos lugares que você visitou?
- Porto Feliz (meu sítio)
- Bragança Paulista
- Jaú
- Moulin Rouge - O amor é vermelho
- Lisbela e o Prisioneiro
- Dona da História
- Meus óculos vermelhos
- Minhas fotos
- Minhas bolsas de tecido
- acessar e-mail
- ler
- escrever
- que março chegue logo
- ser repórter do Estadão
- que dia 07 seja perfeito e meus avós cheguem até lá
- ter um filho
- escrever um livro
- fazer um mochilão pela Europa
- arroz, feijão, bife e batata frita
- feijoada
- bife à parmeggiana
- Zuenir Ventura
- Pedro Bial
- Ricky Martin
- perder as pessoas que amo
- assaltos
- não realizar meus sonhos
- dedicada
- empolgada/agitada
- quieta
- minhas unhas
- falar rápido
- colocar a língua no nariz
- minha casa
- uma máquina fotográfica digital
- ter mais tempo e mais dinheiro
Conta-me histórias
Tin tin por tin tin
Pensamentos Insanos
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
sábado, 9 de agosto de 2008
Frila conhecido
A amiga, que já trabalhou junto, chama no MSN e você já pensa: deve ser oferta de emprego - desde que você perdeu o emprego ela te oferece várias. Você já até tem um novo emprego, mas vira e mexe ela te manda uma vaga. Desde então você recusa, agradece e passa adiante (afinal há outras amigas necessitando destas vagas). - Então, quando ela te chama você já sabe. Deve ser emprego. Pois bem. Era quase.
Ela, que te considera ágil, te chama para frilar na concorrente de onde trabalharam juntas. Você, querendo todos os frilas do mundo, aceita. Mas jamais pensa que a concorrente também estará no tal evento. Pois bem. Lá estava a concorrente e os poucos conhecidos que sobraram e seguem episódios engraçados e bizarros como:
1. Andando pelos corredores percebe que de dentro do estande da concorrente o ex-chefão-master-dono-da-editora te caça por cima de cabeças alheias. Você nota, olha. E resolve que, num impulso eu sou mais eu, vai entrar e cumprimetá-lo. O faz sem dar explicação. Cumprimenta a vendedora de anúncio conhecida e - sem falar com os desconhecidos presentes - se vai. Sem explicação ou detalhes de sua presença em um evento tão "energético".
2. Dentro do estande da pagadora do frila faz contagem dos estandes que deve ir quando outro conhecido, o administrador, da concerrente adentra o estande em que está. Como já sabe que ele também não trabalha mais na concorrente e conhece o dono de onde está frilando - porque ele já trabalhou no mesmo local e saiu para fundar a concorrência - fica na boa. O dono pagador lhe chama para dizer olha quem está aqui e não sabe se quer mostrar o ex-administrador para você, ex-estagiária ou a ex-estagiária para ele, ex-administrador. Se cumprimentam e comenta: Eu sei que você saiu de lá; o pessoal sempre se reúne e me mantenho informada das fofocas. Num impulso ambos perguntam: E a ex-chefe também participa dos encontros? Você com vontade de dizer que não porque senão não teriam assuntos apenas responde: É, bem, a ex-chefe não está incluída nos encontros. Ele responde que a liderança tem suas desvantagens. E você sai, sem graça.
3. Passando pelos corredores com uma das vendedoras de anúncio pagadora passa pelo estande da concorrente onde está o ex-chefão-master-dono-da-editora que te fuzila com o olhar. Você pára e pensa: vou pedir para minha avó me benzer.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Do começo de livros
Em algum blog que leio - e, agora, não me lembro qual -, o autor menciona inícios incríveis de livro. E cá está mais um. Pelo menos para mim.
" 'Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando' - costumava dizer Ana Terra. Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano? Bom, devia ser em 1777: ela se lembrava bem porque esse fora o ano da expulsão dos catelhanos do território do Continente. " Érico Veríssimo em Ana Terra.
Up-date: Como bem lembrou meu amigo Thiago é o blog Toda Prosa, de Sérgio Rodrigues que cita inícios inesquecíveis. Vá lá e confira.
Up-date: Como bem lembrou meu amigo Thiago é o blog Toda Prosa, de Sérgio Rodrigues que cita inícios inesquecíveis. Vá lá e confira.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Hoje
Eu saí do trabalho com dor de cabeça. Às vezes é difícil. Muito. Mas por enquanto dá para levar. No fundo, eu me divirto. Apesar de sair de lá esgotada. Osso do ofício. Eu saí de lá dando graças e achando que o percursso do ônibus seria capaz de aplacar minha dor. Viria lendo, anotando e escrevendo palpites no livro de um amigo. Mas dei azar. Peguei um maldito ônibus que estava com o sinal (o que se dá de dentro para descer) quebrado. O tal disparava por mais de 15 segundos toda vez que apertado. Adivinha se eu não cheguei pior do que saí do trabalho? Coisas da vida. Acho que foi só porque tive uma noite tão gostosa.
sábado, 26 de julho de 2008
O TCC, o Jornalismo e o meu amadurecimento
O meu TCC foi um documentário sobre a Revista Ocas" e o que a revista - quanto veículo de comunicação e organização não-governamental - promovia na vida das pessoas em situação de rua. Pois bem. Hoje, cerca de um ano e meio depois da apresentação, eu me lembrei de uma pergunta feita na banca, que só agora encontrei a resposta.
A pergunta feita pelo professor de rádio e televisão da faculdade foi: "E, agora, como fica a sua relação com a Ocas"?" Eu, que naquele momento ainda não tinha pensado e sofria uma certa pressão por parte da revista para que entrássemos para o time de voluntários, apenas respondi que ainda não sabia. Eu pretendia pensar nisso depois do turbilhão do TCC, mas de qualquer forma tinha aprendido ali uma coisa muito valiosa: nunca mais olhar para uma pessoa em situação de rua da mesma forma e que, portanto, sempre pensaria que aquela pessoa tinha uma história e, provavelmente, algo bastante trágico a ponto de o levar para a situação de rua.
Não era mentira. Não é. Mas hoje entendo com mais clareza meu papel de jornalista. Eu não posso e nem podia entrar para o time de voluntariado porque o meu trabalho é outro. É mostrar para as pessoas que há exemplos que dão certo e podem ser repetidos. É mostrar o que o mundo ainda tem de bom e, por isso, não devo e não posso ficar presa a uma instituição. Não pra sempre. Se entrasse e lutasse especificamente por aquela ou outra causa me tornaria, então militante. E não é o foco. Eu quero fazer acontecer. Mas de outro jeito. Do meu jeito.
terça-feira, 22 de julho de 2008
domingo, 20 de julho de 2008
Momento decisivo
É difícil tomar certas decisões. Mais difícil ainda quando estas decisões não lhe parecem acertadas. Por exemplo, filha de pais separados (traumaticamente) decidir se casar. Chavão, mas verdadeiro. Eu demorei. Sim, demorei muito. Até o dia que veio a prensa e eu parei para pensar. Ele me jogou na cara que eu tinha medo e eu assumi. Ué. Como tentar uma vida a dois se o exemplo que vem de casa lhe diz para que não faça isso? Foi então que eu parei para analisar: a vontade crescia; ter e formar uma família tinha sempre sido meu sonho de criança; e eu podia fazer algumas coisas diferentes. E agora que chegava a idade eu negaria a chance?
Tentar é o caminho. Eu acredito sim. Eu nunca deixei de acreditar só porque um caso (embora fosse o meu exemplo) não deu certo. Eu me pego nos pais das amigas que deram. Se com eles deu por que comigo não pode dar?
Claro que é mais do que isso. É ver a pessoa com quem se tenta. É entender uma história que já se constrói e ver que ela pode e deve ser alongada. É fazer com que a vontade de não dar tchau e de acordar junto vire real. É querer frutos. É, em síntese, um enorme aceitar. E, apesar de tudo, acreditar.
sábado, 19 de julho de 2008
Uma notícia que alivia
Eu já falei aqui várias vezes sobre o assalto que sofri no meu sítio há mais de 3 anos. Do processo moroso. Diversas vezes fui depor. Reconhecimento fotográfico em São Paulo. Depoimento em Porto Feliz. Até o depoimento final no Fórum Criminal. Pois bem. Semana passada eles foram condenados. O que estava do lado de fora, portando arma e encapuzado, mais de 50 anos. O que estava do lado de dentro, de cara limpa, talvez com arma (não confirmado e nem visto) e que agrediu meu pai, mais de 20.
Eu ainda fico ligeiramente impressionada e assustada no sítio. Mas saber disso alivia.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
...
Ando com preguiça de escrever aqui. Ando devorando Ana Cristina Cesar. Já me sinto íntima, até. Acho que ando vazia (sem assunto, eu digo). Por isso, a ausência. Queria dizer que volto logo. Mas sinto que não depende de mim. Pensei em mudar de endereço (o blog). Ainda não sei. Tudo são apenas idéias. Eu só queria mesmo o maldito caderno encapado de tecido. E esse eu não acho em lugar nenhum.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Pelo que eu acredito
Eu escolhi o jornalismo pelo que acredito que ele é capaz de fazer. Sim, eu acho que vou mudar o mundo um dia. Que posso realizar transformações.
Nesse sentido, meu último estágio foi super válido. Lá eu via, sim, que era possível. E nem precisava de muito coisa: uma pauta, uma matéria, uma revista - mesmo que institucional.
Foi também nesse sentimento, crença, ideologia, critério e toada que fiz meu trabalho de conclusão de curso: um documentário sobre a revista Ocas", que resgata pessoas em situação de rua dando-lhe não só oportunidade de trabalho como de re-inserção social e resgate da auto-estima.
E foi também por causa do trabalho e do estágio que acabei me aprofundando e descobrindo que ainda mais pessoas fazem isso. E também na grande imprensa, embora em menor volume e com mais desafio. Mas isso só aumentou tudo que eu sentia aqui. E reforçou a aposta.
Por isso, acompanho o blog e o trabalho da Adriana Carranca - uma dessas que enfrentam o desafio na grande imprensa. E hoje tinha um post lá que eu gostei muito. E resolvi incentivar a idéia - porque eu também acredito.
Pois bem: a campanha consiste apenas em você entrar neste site e preencher o formulário, que ajudará as cerca de 2 mil pessoas que deixam o Iraque por dia e por viverem escondidos não têm direito nenhum. 
domingo, 6 de julho de 2008
sábado, 5 de julho de 2008
WALL•E
Se você for pensar nos ingredientes de um filme, em que pensa? Eu, quando comecei a assistir ao WALL•E me surpreendi e me pus a pensar nisso e a listar: trilha sonora, personagens, enredo, diálogos, conflitos, emoções. Mas a lista embora assim precária, mas sendo o possível em uma sala escura em que rodava um filme que me surpreendia tanto, não se encaixava no que via porque não havia diálogo. O filme avançava e não havia diálogo. Mas o filme estava completo. Como pode? Era possível perceber tudo pela música, pelos sons, pelas expressões dos personagens. E eu, que nem sabia o enredo do filme, saí da sala de cinema encantada.
Houve, depois, algumas falas e alguns princípios de diálogo, mas se eu fosse produtora de filmes juro que ia tentar isso: um filme sem nenhum diálogo. Fiquei encantada com a possibilidade.
E se você quer saber, mais que indico o filme. Bom demais.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Lenda
Começou a namorar e sumiu. Normal. Quem nunca fez isso? Sonho do trio, que virava sexteto. Então os planos de programa de casais podia ser real. Seria. Nunca foi.
Até se tentou. 1,2, 3 vezes. Mas sempre dava errado. Ela mesmo desistia. Das viagens, dos jantares, dos programas. Sempre tinha uma desculpa. A turma dela, agora, era a dele. Normal, quem nunca fez isso?
Só que agravou-se. Nenhum convite, nenhum programa. Nada era aceito. Nem viagens. Nem barzinho. Nem filme. Nem jantar. Então eu desisti. Mas ainda insistia. E desisti de novo. E mais outras tantas vezes até que foi definitivo.
Foi quando ela chamou no MSN e combinou uma viagem. Já tinha dado alguns canos este ano. E eu já tinha desencanado. Apostei. Me certifiquei. Cobrei e ela achou ruim dizendo que não ia dar o cano. Dito e feito. Mandou um e-mail desmarcando. Mais uma desculpa como as outras. Dessa vez não colou e eu me enfureci. Ela, culpada, sumiu. Até me ligar essa semana. Prometeu que viria hoje. Eu já não ligo, não aposto, não acredito. Fui sincera da última vez que ela ligou a uma semana atrás: olha, cansei. Só acredito vendo.
Só que além de cansar e de ter virado piada aqui quando digo que ela diz que vai aparecer eu me entristeço. A opinião unânime é de que vai acabar. E isso é triste. Eu queria ela do meu lado no altar, mas quase não faz mais sentido. Eu queria ela como madrinha de um dos meus filhos, mas nem sei até quando vai durar a amizade, a afinidade, a ligação. É triste. Esse ano a gente não comemorou nosso aniversário de amizade como sempre. No aniversário dela eu era a única amiga presente, o restante era da turma do namorado.
Eu sou da opinião que isso é coisa do namorado. Namorado, inclusive, que ela só conheceu por minha causa. Mas é assim. Infelizmente. Ela virou lenda, boi dormindo, história errada de carochinha.
terça-feira, 1 de julho de 2008
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Workaholic
Entrei em um ritmo frenético. Mesmo. Muito. Nível doida. Caminho sem volta. Só que a semana tem mais de 15 coisas pra resolver e uma gripe chegando. Trabalhar demais sempre me baixa a resistência. E agora vou ter que me obrigar a diminuir. Será que vai dar?
To indo pra cama com remédio e livro porque o primeiro semestre do ano termina. Hoje avaliação no trabalho me fez pensar que meio ano já passou e eu podia avaliar meu semestre.
22 filmes, 18 livros, algumas exposições e diversos programinhas culturais (não to com tudo aqui, mas depois vou ver se coloco) como teatro, shows. Enfim. Melhor do que me propus. E isso que tem as muitas outras coisas que estou fazendo junto. Dá-lhe que dá-lhe que 2008 vai ser muito bom.
Turistando em SP
Adoro passeinhos culturais e que me fazem conhecer São Paulo. Sou, como já disse aqui, enlouquecida para ir a um concerto na Sala São Paulo. Ainda não fui. Mas preciso mais do que nunca.
No final de semana fui com minha irmã e meu cunhado à visita monitorada que acontece lá e me deslumbrei. Só de entrar na sala de concertos meu coração disparou e, conforme a história ia sendo contada e relatos iam surgindo, me arrepiava.
Sim, estou ensandecida para ir lá e ver tudo "funcionando". Fiquei realmente impressionada. Entre as coisas legais que aprendi estão:

Estação Júlio Pestes, onde está a Sala São Paulo
- a sala é uma das 4 melhores no mundo, sendo a melhor sala de concertos da América Latina
- tudo é desmontável e encaixado na estrutura do prédio, porque é Patrimônio Histórico então não podia ser modificado e nem receber nenhuma intervenção
- onde é hoje a sala de concertos deveria ser (no projeto original) o espaço onde a primeira classe esperava o trem e era, na prática, um jardim
- a obra foi inaugurada no dia do aniversário do então governador do estado de SP, Mário Covas, em 19 de julho em 1999, que foi reeleito no ano seguinte
- a sala foi construída como exigência do regente John Neschiling para assumir a Osesp, que até então não tinha sede própria
- todas as salas são alugáveis para eventos
- o palco pode sem ampliar conforme as necessidades, assim como o teto abaixa, se levanta ou se altera conforme a necessidade do concerto tocado (para salas grandes ou pequenas, ou seja, para grandes ou pequenas reverberações). Além disso, o piano é elevado no meio do palco, que comporta abaixo as cadeiras que podem desaparecer do palco e grandes instrumentos
- além da sala de concertos, o espaço abriga também salas de ensaios totalmente isoladas acusticamente

A sala de concertos. Em tons de madeira clara e azul marinho. Tudo que é novo tem um ar moderno para se destacar na construção antiga
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Vermelho
Tua,
de seda e feno
no transe da metáfora
a fenda soletrada-sol,
vala de luz, vocabulário
Tua, folhagem. O
olho
alcança o Olho,
desce aos infernos:
sonha o cabelo da urna,
o vermelho
da cifra, a ferida
no centro da fogueira
Tua, tua
(Age de Carvalho, daqui)
Tua,
de seda e feno
no transe da metáfora
a fenda soletrada-sol,
vala de luz, vocabulário
Tua, folhagem. O
olho
alcança o Olho,
desce aos infernos:
sonha o cabelo da urna,
o vermelho
da cifra, a ferida
no centro da fogueira
Tua, tua
(Age de Carvalho, daqui)
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Emendando
No dia em que você me beijou eu não pensei que fosse pra sempre.
Eu queria, queria, queria. E você demorava, demorava, demorava.
Eu me atrasei e você se adiantou. Nos encontramos no caminho. Nem em casa e nem no ponto de encontro. No meio.
Você queria ir longe demais e eu vetei. Você continua querendo e eu, vetando. Parece que nada mudou desde então.
Mas olhando percebe-se quantas coisas mudaram: cenas, cenários, ciúmes, canções, casais, casados - quase.
Continuo amando seu cabelo curto ou comprido. Seu jeito engraçado. Sua simplicidade. Sua, simplesmente. Integralmente eu posso dizer. Dos pés a cabeça e com o perfume que prefere. Pra sempre.
Eu queria, queria, queria. E você demorava, demorava, demorava.
Eu me atrasei e você se adiantou. Nos encontramos no caminho. Nem em casa e nem no ponto de encontro. No meio.
Você queria ir longe demais e eu vetei. Você continua querendo e eu, vetando. Parece que nada mudou desde então.
Mas olhando percebe-se quantas coisas mudaram: cenas, cenários, ciúmes, canções, casais, casados - quase.
Continuo amando seu cabelo curto ou comprido. Seu jeito engraçado. Sua simplicidade. Sua, simplesmente. Integralmente eu posso dizer. Dos pés a cabeça e com o perfume que prefere. Pra sempre.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Fomos perfeitos.
De Cléo Araújo.
Segurei sua mão antes de atravessar a rua. E de repente, pensei: acho que quero esse homem para sempre.Você e seu jeito engraçado de ser elegante, seu jeito elegante de ser engraçado. Como naquela vez, quando cruzou a sala para me acudir de uma cantada inoportuna... Foi como se não quisesse resgatar ninguém que você seguiu, despretensiosamente determinado a me tirar da área de investidas do amigo embriagado. Eu fingi nem perceber. Toda a sedução estava em deixar você ser assim, meio lord, mesmo quando tinha que lidar com um amigo cheio de mãos. Com você fui até meio mulherzinha. Foi naquele jantar, em que eu deixei você escolher o prato para mim. Logo eu, que chegava aos lugares com o menu lido previamente pela internet e que costumava indicar os pedidos que os outros deveriam fazer. Você me quebrou, me deixou gaga e me apresentou cordeiro ao molho de menta. E eu gostei.Você segurava minha mão sobre a mesa, onde uma luzinha de vela iluminava o estreito espaço entre nós. E eu nunca mais iria querer ser sozinha na minha vida se tivesse você me mimando daquele jeito, a segurar minha mão, a me indicar pratos de cordeiro ao molho de menta, a me servir taças de vinho e a me fazer querer você para sempre.Um pouco era só por causa daquela entrada que você tinha do lado direito da testa. Outro pouco era porque você tinha aquele olhar safado/cavalheiro de Matthew Mcconaughey. Ou talvez fosse só porque você era quentinho num dia frio. Eu gostava particularmente da manhã. Você era mais perfeito do que em outras horas do dia, pela manhã. Seus braços davam a volta no meu corpo e eu me sentia sedutoramente pequena e franzina. Acho que poderia me sentir pequena e franzina para sempre, ali. Eu ficava na cama e você ia se arrumando enquanto o quarto se perfumava de um aroma de melão. Então, você se vestia. Nunca houve no mundo alguém que ficasse tão bem em uma camisa branca. Você me arrastava até a cozinha, preparava ovo mexido, suco de laranja e café. Eu só assistia. Não fazia nada, a não ser deixar você cuidar de mim e de tudo.A gente saía, você segurava minha mão e assim ficava fácil de a vida ganhar sentido. Acontecia em cada esquina, quando a gente parava para esperar os carros e você me beijava. E segurava a minha mão. E me beijava de novo. E de repente, eu pensei: acho que quero esse homem para sempre.De mim você não esperou nada de elementar. De mim, eu sei, você sentiu saudade logo depois. Mas foi como num trecho de Lygia Fagundes Telles que o resto aconteceu. O meu “para sempre” virou um casamento com os mistérios. O seu “para sempre” eu nunca soube. Eu só sei que é do toque morno das suas mãos sobre meu rosto frio que eu me lembro...Toda vez que a temperatura cai.
De Cléo Araújo.
Segurei sua mão antes de atravessar a rua. E de repente, pensei: acho que quero esse homem para sempre.Você e seu jeito engraçado de ser elegante, seu jeito elegante de ser engraçado. Como naquela vez, quando cruzou a sala para me acudir de uma cantada inoportuna... Foi como se não quisesse resgatar ninguém que você seguiu, despretensiosamente determinado a me tirar da área de investidas do amigo embriagado. Eu fingi nem perceber. Toda a sedução estava em deixar você ser assim, meio lord, mesmo quando tinha que lidar com um amigo cheio de mãos. Com você fui até meio mulherzinha. Foi naquele jantar, em que eu deixei você escolher o prato para mim. Logo eu, que chegava aos lugares com o menu lido previamente pela internet e que costumava indicar os pedidos que os outros deveriam fazer. Você me quebrou, me deixou gaga e me apresentou cordeiro ao molho de menta. E eu gostei.Você segurava minha mão sobre a mesa, onde uma luzinha de vela iluminava o estreito espaço entre nós. E eu nunca mais iria querer ser sozinha na minha vida se tivesse você me mimando daquele jeito, a segurar minha mão, a me indicar pratos de cordeiro ao molho de menta, a me servir taças de vinho e a me fazer querer você para sempre.Um pouco era só por causa daquela entrada que você tinha do lado direito da testa. Outro pouco era porque você tinha aquele olhar safado/cavalheiro de Matthew Mcconaughey. Ou talvez fosse só porque você era quentinho num dia frio. Eu gostava particularmente da manhã. Você era mais perfeito do que em outras horas do dia, pela manhã. Seus braços davam a volta no meu corpo e eu me sentia sedutoramente pequena e franzina. Acho que poderia me sentir pequena e franzina para sempre, ali. Eu ficava na cama e você ia se arrumando enquanto o quarto se perfumava de um aroma de melão. Então, você se vestia. Nunca houve no mundo alguém que ficasse tão bem em uma camisa branca. Você me arrastava até a cozinha, preparava ovo mexido, suco de laranja e café. Eu só assistia. Não fazia nada, a não ser deixar você cuidar de mim e de tudo.A gente saía, você segurava minha mão e assim ficava fácil de a vida ganhar sentido. Acontecia em cada esquina, quando a gente parava para esperar os carros e você me beijava. E segurava a minha mão. E me beijava de novo. E de repente, eu pensei: acho que quero esse homem para sempre.De mim você não esperou nada de elementar. De mim, eu sei, você sentiu saudade logo depois. Mas foi como num trecho de Lygia Fagundes Telles que o resto aconteceu. O meu “para sempre” virou um casamento com os mistérios. O seu “para sempre” eu nunca soube. Eu só sei que é do toque morno das suas mãos sobre meu rosto frio que eu me lembro...Toda vez que a temperatura cai.
roubei daqui.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Lendas rurais
Uma visita a uma cidade desconhecida pode surpreender. Jau, localizada no centro-oeste do estado, é a cidade que fui visitar uma amiga que teve bebê recentemente e me surpreendi desde a estrada até os costumes.
No caminho, eu e o namorado observávamos a paisagem e a predominância do plantio de cana para o lado que viajávamos. Sem brincadeira, era um mar de cana. 3/5 da estrada era cana; 1/5 era laranja; 1/2/5 era café e 1/2/5 era banana.
Para chegar na casa dela foi fácil e foi bom ver que ainda existe cidade do interior com cara de cidade do interior. Meus referenciais de interior não são mais cidades assim tão interioranas, como Campinas e São José dos Campos. A rua, em um bairro que está nascendo e até pouco tempo era vizinha de uma fazenda, só tem casinhas e é bem sossegada. A ponto de podermos colocar as cadeiras na calçada e ficarmos batendo um papo durante à tarde (coisa, aliás, bem de interior!).
Inacreditável também foi notar a quantidade de crianças e bebês que tem em uma só rua. Mais de 50% das poucas casas que tem a rua estão com bebês pequenos e/ou recém-nascidos. E em dia de vacinação, isso significou ver todos e ainda ouvir as lendas rurais acerca do assunto maternidade e crianças.
Primeiro a vizinha da frente veio conversar enquanto o marido levou a pequena Heloísa de 2 meses para vacinar. O assunto: a criança troca o dia pela noite e então disfilou-se o primeiro rosário sobre simpatias para resolver o problema: vesti-la com uma roupa ao contrário, colocá-la para dormir com os pés virados na cabeceira da cama, alimentá-la em posição invertida e mais outras tantas que nem consegui assimilar.
Pois bem, pouco depois outras vizinhas passaram pela rua com seus bebês e todos foram ver o mais novo morador e enquanto todos conversavam a mãe declarava que seu leite havia secado. E este foi o momento auge do meu sábado. Na lenda rural, acredita-se que provavelmente alguma mulher "roubou" o leite dela. E isso acontece quando uma mulher menstruada visita a mãe que ainda está de resguardo e não a avisa do fato, ou seja, a mãe de resguardo precisa ser informada ou perguntar se suas visitas estão menstruadas para que o leite não se vá com a mulher. Eu que não estava entendendo a princípio do que estavam falando questionei e então entendi a lenda, que veio seguida, obviamente, de diversas simpatias para saná-la.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Dia dos namorados: o diálogo
Com a aproximação da data dos namorados, indaguei o futuro marido:
- Amor, esse vai ser a última vez que vamos comemorar o dia dos namorados?
E ele me respondeu irritavelmente com outra pergunta:
- Por que você não vai ser mais a minha namorada?
Eu, irritada e taxativa, respondi:
- Não! Vou ser sua mulher.
E ele re-indagua:
- Mas você não vai ser mais minha namorada?
Eu, apaziguando:
- Não sei. É que a gente vai virar marido e mulher, que é "mais importante".
Ele reinterando a idéia inicial:
- Mas você não vai mais me namorar?
Eu, concordando:
- Vou.
Ele, concluindo:
- Então…
Com a aproximação da data dos namorados, indaguei o futuro marido:
- Amor, esse vai ser a última vez que vamos comemorar o dia dos namorados?
E ele me respondeu irritavelmente com outra pergunta:
- Por que você não vai ser mais a minha namorada?
Eu, irritada e taxativa, respondi:
- Não! Vou ser sua mulher.
E ele re-indagua:
- Mas você não vai ser mais minha namorada?
Eu, apaziguando:
- Não sei. É que a gente vai virar marido e mulher, que é "mais importante".
Ele reinterando a idéia inicial:
- Mas você não vai mais me namorar?
Eu, concordando:
- Vou.
Ele, concluindo:
- Então…
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Cobrir feiras é...
... repor o estoque de caneta;
... ganhar vários brindes das empresas;
... camelar o dia todo;
... pauta, entrevista, matéria, entrevista, matéria, entrevista, matéria, entrevista, matéria.
... se encantar com algumas pessoas fofas e querê-las para si;
... acreditar-se competente;
... ser proletária para ganhar unszinhos.
... repor o estoque de caneta;
... ganhar vários brindes das empresas;
... camelar o dia todo;
... pauta, entrevista, matéria, entrevista, matéria, entrevista, matéria, entrevista, matéria.
... se encantar com algumas pessoas fofas e querê-las para si;
... acreditar-se competente;
... ser proletária para ganhar unszinhos.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Delete
É a vontade que tenho de fazer com o dia de hoje que foi ruim: deitar, dormir e acordar de novo nesta segunda-feira só para fazê-la diferente e, quem sabe, um pouco melhor. Mas como não dá vou deletar.
Em poucos minutos separarei minha roupa de amanhã e me entregarei às cobertas para sentir menos frio e ler um pouquinho antes de dormir. O resto da semana já sei que vai ser pancada, então vou me preparar sonologicamente*.
* quem preparar a psique se prepara psicologicamente. Eu vou preparar meu sono.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Trabalho, trabalho e trabalho
Acho que a coisa vai começar a apertar. A semana voou. Tenho (ainda) milhares de coisas a fazer e nem sei por onde começo: pelos e-mails que invariavelmente terão que ser lidos, pelo acréscimo de imagens nas notícias já publicadas, no relato da reunião de hoje, nas providências que tenho que tomar, nas matérias que tenho que escrever, na organização das tarefas a fazer daqui em diante para depois não me perder. Nem sei. E como semana que vem eu já sei que vai ser difícil, não quero deixar muita coisa para depois. Quero me organizar e deixar tudo OK, mas hoje já é quinta e não estou no ritmo enlouquecido de trabalho para começar agora, mas amanhã o dia será curto e sábado começa com trabalho logo cedo e se estende com um show (que promete ser delícia) da CéU no Teatro Municipal e termina com o namorado. E domingo tem os outros compromissos assumidos e mais as coisas que invariavelmente vão sobrar. E UFA! Nem sei.
Só sei que pretensão me irrita tanto que dá vontade de chacoalhar a pessoa. Porque ela - no meu ponto de vista - não entende nada do que a gente tava falando. E eu, desculpa, sou pontuada pela experiência. Experiência, meu bem. E você não entende nada de setor INTERNO de comunicação. E só por isso já fica difícil de chegar a um entendimento. Grrr. É difícil. E a gente tem que se fazer de vencida, às vezes, só para não piorar a situação. E eu respiro fundo e mantenho a pose. Haja!
Sobre o feriado
E pouco depois de postar sobre o péssimo humor um convite me tirou de casa. Diverti a Xará com o latente sarcasmo de quem acha tudo ruim, péssimo porque na verdade o mundo é espelho Sebastião. Então fui. E combinei para o dia seguinte mais um encontro. E o sol e a vida feliz, embora acinzentada pelos meus olhos, animaram-me. E o efeito foi tão mágico mais tão mágico que na segunda-feira eu estava insuportável. De tão feliz.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Siga as instruções
1- Aceite o convite de uma amiga para preparar um jantar surpresa para a mãe dela
2- Sirva de ajudante (ou subalterna, como ela prefere) durante todo o processo
3- Seja, de bandeja, elogiada
4- Experimente arriscar-se
5- Faça a mesma receita com algumas mudanças
6- Obtenha sucesso e fique feliz!
1- Aceite o convite de uma amiga para preparar um jantar surpresa para a mãe dela
2- Sirva de ajudante (ou subalterna, como ela prefere) durante todo o processo
3- Seja, de bandeja, elogiada
4- Experimente arriscar-se
5- Faça a mesma receita com algumas mudanças
6- Obtenha sucesso e fique feliz!

Quiche Lorraine adaptado para o namorado vegetariano. Meio bacon meio azeitonas verdes picadas.
A receita você pode pegar aqui.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Momento Luis Fernando Guimarães ou Super Sincero
O namorado se dirigiu ao banheiro e eu aproveitei para entrar na loja de maquiagem. Entrei e me encostei no primeiro nicho de maquiagem, mesmo porque era leve e combinava com meu gosto.
Enquanto olhava a vendedora se aproximou.
- Pois não, posso te ajudar?
- Não, obrigada. Só estou olhando.
- Mas quer que eu te ajude em alguma coisa? Procura algo específico?
- Não, sabe que é. Meu namorado foi ao toalete e eu acabei entrando na loja só para esperar por ele.
- Ah, tá!
terça-feira, 13 de maio de 2008
Charada
O que é, o que é:
O que é, o que é:
- tem sua rádio preferida salva no rádio do carro, mas não é seu namorado?
- cobra sua presença semanalmente, mas não é seu terapeuta?
- te manda vários e-mails, mas não é seu chefe?
- repara em você dos pés a cabeça, mas não é sua melhor amiga?
- te elogia sempre, mas não é sua mãe?
- pede palpites profissionais, mas não é sua irmã?
- te dá palpites profissionais, mas não é seu pai?
sexta-feira, 9 de maio de 2008
quinta-feira, 8 de maio de 2008
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Sobre casamentos
Eis que ser a primeira a casar tem benefícios e sacrifícios. Afinal são anos e anos de expectativa por esse momento. Não esperava-se, no entanto, que só chegaria na minha vez. Mas é assim que é. 3ª filha; 1º casamento. 3ª neta (avós maternos), 1º casamento.
E hoje fui a casa da minha avó, que não ia há bastante tempo. Saudades. Comentários sobre os preparativos é a toada. Porque, agora, a primeira pergunta que todo mundo me faz quando me vê ou fala comigo é: Como estão os preparativos? No começo, a resposta era devagar. Agora eu já digo: me enlouquecendo. Mas, confesso, é bom.
Toda vez que eu vou nos meus avós escuto um pouco da história do casamento deles. Hoje, por exemplo, soube que ela ainda tinha 20 anos, então como não era legalmente maior de idade o pai teve que permitir. E eles contaram dos preparativos, do vestido e tudo. E eu pedi, claro, as fotos.
E foi então que eu soube a melhor das histórias. Minha avó, filha de espanhóis, escolheu seu vestido quando tinha apenas 7 anos! Ela folheava uma revista e se deparou com o vestido. Na mesma hora correu para sua mãe e disse: É com esse vestido que vou me casar! Eles eram pobres e, talvez, ela ainda não tinha dimensão disso e ouviu como resposta um frustrante: Só se você casar com um homem rico porque a gente não tem condição de fazer um vestido desse.
Mas mesmo assim ela não desistiu. Guardou a revista por longos anos. E quando foi pedida em casamento pelo meu avô, disse: Meu sonho é casar com este vestido, mas não tenho condição de fazê-lo. Meu avô (LINDO!) disse que sem problemas. Ele fez o vestido para ela. Do mesmo jeito. E foi assim que ela realizou o sonho dela.
E é com essas histórias que ando me emocionando mais que tudo. Não sei se com todas é assim, mas se eu, normal, já sou chorona; eu, noiva, sou mais que o dobro.
sábado, 3 de maio de 2008
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Gosto é gosto ou Puxando a sardinha pro meu lado
Eu estou a diagramar umas coisas para o trabalho. Pois bem. Fiz 5 sugestões de capa para o material. Pois bem. Em uma delas usei uma foto minhas, mas dei uma arte nela e ficou muito legal (eu achei!). Mandei as 5 sugestões e fiquei torcendo para escolherem a minha. Mas imaginava que não ia ser essa a idéia. Pois bem. Hoje recebi a resposta e a minha não foi escolhida. Só que eu fiquei tão triste, mais tão triste que não quero nem mais diagramar. Eles pediram o óbvio. E eu fiquei frustrada.
Agora comparem:

Minha capa. Foto minha. Nada de óbvio do título. É SP sim, é a cidade sim. Não tem foto de luta, mas também não é o óbvio do óbvio.

A capa mais óbvia que eu poderia fazer. A mais chavão. Ainda fiz outras (uma com esta foto em PB, outra com uma outra ilustração de prédios e uma outras com uma ilustração que eles usam sempre e até tinham sugerido).
Eles escolheram essa e ainda me parabenizaram pela idéia original (oi, cadê a idéia mesmo?).
Pois é, hoje meu sobrenome é frustração.
terça-feira, 29 de abril de 2008
Trabalho, trabalho, trabalho e um feriado no meio
Tenho tido sorte. As semanas de muito trabalho acabam sendo as com feriado. Ou seja, não importa o quanto eu trabalhe porque há sempre uma folga no fim do túnel. Aliás, uma folga prolongada. Muito embora eu deva trabalhar na sexta-feira. Por minha conta mesmo, é que eu não suporto saber que tem um monte de coisa pra fazer.
Trabalhar em casa também tem disso: a gente fica meio workaholic. Não são só as folgas, não. Também tem trabalho em overdose e praticamente sem intervalo de almoço.
Na segunda foi das 9H às 22H. Embora eu tenha ido e voltado para a reunião nesse meio tempo. Porém, conto o deslocamento como trabalho afinal não fiz nada além. Muito pelo contrário, fiquei pensando nas mil coisas a fazer. Hoje foi das 8H30 às 19H30. E sem idas e voltas, só com um almoço rápido. Porque também tem isso: você vai até a sala, almoça e volta pro computador.
Amanhã tem mais. Mas de manhã tenho que resolver outras coisas, então pego no batente à tarde e espero terminr tudo até às 20H. Assim posso me dar o luxo de aproveitar o feriado com as leituras e com mais eu quiser.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Sobre os sonhos e a realidade que atormenta
Não que eu esteja na melhor das condições para escrever, mas cansei de fingir. Desde o maldito dia 10 que te vi não paro de sonhar com você. E se fosse só sonhos tudo bem, mas não. Os sonhos são todos em 3D e me atormentam demais. Mil vezes eu me pergunto quase que retoricamente: Papai do Céu, por quê? E como não obtenho resposta me contento com a resposta que eu mesma inventei: Você me coloca em um dia incomum, em um caminho fora da minha rota normal em um dia em que eu não devia estar lá, no mesmo ônibus que o ser e só me faz notar quando ele desce do ônibus.??? Realmente não era para ser. E eu me consolo. Teoricamente. E sonho quase toda santa noite com ele. Não há sossego que chegue. Eu ainda não consegui sossegar. Menos ainda entender todo o significado disso tudo.
De costa, de longe, com uma roupa não repetida eu te reconheci. Eu olhei e disse: é ele! FODEU! Eu ainda sim prestei atenção e ele não atravessou a rua. Isso significa que eu passaria no ônibus por ele, no mesmo trajeto e poderia, enfim, verificar. E sim, era ele. Sem acreditar e sem saber eu levantei. Disse frases desconexas e fiquei de dentro do coletivo te olhando. E você, perdido, procurava um caminho. Minha vontade era gritar seu nome, te guiar, te seguir, saber onde ia, sinalizar que te via e fazer você me ver. Mas eu não fiz nada.
Eu vi, eu senti, mas travei. Não fui capaz de gritar, de descer, de seguir, de saber. Não era pra ser, senão tinha te visto, teria rolado ali mesmo - na frente dos passageiros e no meio do ônibus -, mas mais uma vez não foi.
Deve ter sido o acaso, embora eu não acredite nele.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Sobre My Blueberry Nights

* Estou apaixonada pelo Jude Law
* Natalie Portman é irritavelmente linda
* O título em inglês (My Blueberry Nights) é muito melhor que em português (Um beijo roubado)
* Amei a trilha sonora
* Achei que os 'fade out' foram usados em exagero
* Inacreditáveis as imagens do início e a fotografia do filme
* Foi mais que um excelente programa para uma tarde de quarta-feira
* Vale a pena assistir

* Estou apaixonada pelo Jude Law
* Natalie Portman é irritavelmente linda
* O título em inglês (My Blueberry Nights) é muito melhor que em português (Um beijo roubado)
* Amei a trilha sonora
* Achei que os 'fade out' foram usados em exagero
* Inacreditáveis as imagens do início e a fotografia do filme
* Foi mais que um excelente programa para uma tarde de quarta-feira
* Vale a pena assistir
terça-feira, 22 de abril de 2008
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Oficina IMS

Sabe quando uma coisa é muito boa e legal? Amei fazer a oficina de Criação Literária no Instituto Moreira Salles, que acabou ontem. Deu uma peninha saber que acabou. Mas foi bom. Aliás muito bom. Principalmente que não achei que, para mim, seria tão produtiva. Agora a intenção é continuar a oficina by myself. É se aprofundar, ler autores importantes, escrever, treinar, tentar. Colocar em prática os conhecimentos adquiridos e adquirir outros.
Além, claro, de cultivar as pessoas que conheci lá.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Poetiza
Agora que disseram que eu posso/devo/vou escrever poemas, eu fico tentando o tempo todo.
E já fiz mais dois.
Segue abaixo o poema que fiz em versão do poema do Vitor, exercício da oficina literária:
Primeira Noite
Se de minhas mãos
Segregam leves dedos,
que de enleio traçam rotas
pelas ruas e alamedas
de seu peito;
Hei de ser teu!
Se de teu suor
Despetala-se o acorde de um óleo suave,
E a dor do orvalho crispado
faz da sua pele
o sabor mais doce da pecã;
Hás de ser minha!
Se do nosso calor
Arde verde sua brisa na minha sombra da tarde,
Para que do leito de nossa cama, ao córrego
De teu mundo inteiro em lâmina desagua
E me repartes, mulher
Que fique certo
A profana canção de jazz
Os puros versos viscerais
O sagrado rito comungado
Os místicos instantes
e os olhares de carinho
Agora que disseram que eu posso/devo/vou escrever poemas, eu fico tentando o tempo todo.
E já fiz mais dois.
Segue abaixo o poema que fiz em versão do poema do Vitor, exercício da oficina literária:
Primeira Noite
Se de minhas mãos
Segregam leves dedos,
que de enleio traçam rotas
pelas ruas e alamedas
de seu peito;
Hei de ser teu!
Se de teu suor
Despetala-se o acorde de um óleo suave,
E a dor do orvalho crispado
faz da sua pele
o sabor mais doce da pecã;
Hás de ser minha!
Se do nosso calor
Arde verde sua brisa na minha sombra da tarde,
Para que do leito de nossa cama, ao córrego
De teu mundo inteiro em lâmina desagua
E me repartes, mulher
Que fique certo
A profana canção de jazz
Os puros versos viscerais
O sagrado rito comungado
Os místicos instantes
e os olhares de carinho
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Com tudo
A semana já começa agitada. Curso, oficina, trabalho, tarefas, reuniões, etc. Ainda bem que há um feriado no fim do túnel. E a semana que vem parece que vai ser mais calma. Essa vai ser caótica, já deu pra notar.
Mas mesmo que a segunda-feira tenha começado com chuva chata e tendo que acordar bem cedo, eu acordei às gargalhadas. Verdade. Sabe quando você acorda chorando? Pois é, hoje eu acordei gargalhando. Sonhei com alguma piada e com o circo que fui ontem. E acordei não me agüentando de rir.
E a semana podia ter começado melhor? Não pra mim.
sábado, 12 de abril de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Repercussão
Depois de ter sido tema de parte da aula da oficina ontem, as repercussões continuam. O poema, no final das contas, ficou com quatro versões: uma original e uma segunda versão do autor (Vitor), outra minha e, por último, uma do professor.
E ainda agora recebi o e-mail de uma das participantes que, ao ler as quatro versões, escolheu a minha e ainda emendou um poeminha ao final:
Menina pequena, grande mulher
Com tenra idade
Já sabe o que quer
Com tenra idade
Já sabe o que quer
É ou não é pra ficar feliz?
Vida de jornalista
Isso de ser jornalista é tão bom. Nas duas últimas semanas tenho trabalhado muito, mas muito mesmo. Do tipo pegar no batente às 07 da manhã e só largar lá pelas 07 da noite e só não esticar por conta dos outros compromissos. As tarefas não páram de aumentar, embora tenha concluído várias. Mas, por outro lado, hoje já encerrei. Quer dizer, mais ou menos, porque a gente fica sempre a postos, mas me sentar para os afazeres hoje não mais. Vou aproveitar a tarde para colocar o resto da vida em ordem - como as gavetas e armários que estão pela hora da morte e ainda ler os textos da oficina que estão só se acumulando.
Oficineira
Gosto de oficinas. Acho que mais do que de cursos. Porque são mais curtas e tem propósitos mais fechados. Acabam valendo mais a pena pelo aproveitamento que se tira delas. Enfim. Já mencionei aqui que ando fazendo uma. Pois é, é literária e tem 6 encontros, sendo 2 por semana.
E o que é mais legal são os exercícios propostos: fazer uma nova versão de um poema enviado por outro oficineiro, criar uma pseudo-entrevista consigo mas que as respostas sejam citações e epígrafes, além de claro trazer exemplos do tema proposto e criar - muito. Enfim. Gostei dos dois exercícios que fiz com mais dedicação e afinco: a versão do poema e a pseudo-entrevista que não fiz comigo mesma, mas criei um personagem. Ambas foram comentadas, ontem, em sala de aula.
Aí, aquela vontade de escrever que sempre bate e eu acabo deixando passar vai ser bem mais valorizada. Tô cheia de idéias e vontades de criar. Agora, só falta colocar (mais) em prática.
terça-feira, 8 de abril de 2008
.
Tudo ao mesmo tempo agora não. Pilhas de coisa pra fazer: do trabalho e de um curso. Mal dá tempo de ir ao banheiro e se ouve: o celular tocar e o MSN apitar. A menina do trabalho liga agendando uma reunião no horário do dentista. A mãe chama no MSN convocando você e o namorado para resolver coisas com o pai, sendo que você terá uma semana atribulada do começo ao fim. Você nem sabe o que resolve primeiro: as coisas do trabalho, que te pagam; ou as coisas do curso, que você paga. Que difícil! É nesse momento que eu queria ser todas.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
terça-feira, 1 de abril de 2008
Quem canta seus males espanta
Ontem mais que comprovei o tal dito popular. Estava no ônibus voltando para casa quando uma menina adentrou o coletivo. Não pude deixar de reparar que ela tinha fones em suas orelhas e estava balbuciando as palavras da música que ouvia. Mas, de repente, acho que surtou. Ela sentou antes da catraca e começou a cantar a música. Sim, em alto e bom som. Para que os poucos passageiros a ouvissem.
Pois bem, a princípio ela cantava em média altura, então não eram todos os parcos passageiros que a podiam ouvir. Mas quando ela passou pela catraca e ficou esperando seu ponto em frente à porta e ao lado do cobrador. Pois bem. A menina começou a cantar alto. Mesmo. E terrivelmente desafinada.
Ela estava se achando em cima de um palco, só podia. E ainda simulava um dança. Eu estava me sentindo torturada. Ela cantava tão mal que eu não consegui nem ao menos saber se a música que ela cantava era conhecida ou não.
Eu gosto muito de cantar, mas sei bem que sou péssima. Por isso, preservo os ouvidos alheios e aproveito momentos como chuveiro, em frente ao computador, no carro ou um show para soltar a voz. E sempre ao lado de conhecidíssimos. Se não, negativo.
E ela estava lá, em pleno busão soltando a voz. Se pelo menos cantasse bem, eu teria adorado, mas era ruim a coitada - que ainda por cima estava se achando! Só sei que naquele ritmo não é só os males que ela vai espantar não, vai ser a cidade inteira.
sexta-feira, 28 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
A novela do diploma
Eis que me formei em dezembro de 2006. Tudo muito bem, tudo muito bom. Feliz da vida ainda esperei até a colação de grau para pegar meu certificado de conclusão de curso e tirar o tão sonhado registro profissional. Eis que em abril de 2007 estava com ele e um mês antes já tinha solicitado na faculdade o diploma. Achei que quando o MTB precário* vencesse já teria meu diploma em mãos e poderia, sem problemas, renovar meu registro e tê-lo definitivamente.
Durante todo o ano de 2007 cobrei. Liguei e eles não tinham nem previsão, nem modelo, nem nada. Eles não sabiam informar como seria feito, quanto custaria - embora, a lei determinasse seu valor -, quanto tempo demoraria e nem nada. Faculdade desorganizada e burocrática, como sempre. Uma vez ainda me ligaram me pedindo para pagar quase 200 reais e eu me neguei. Veementemente neguei. E a menina teve a cara de pau de me dizer que eu estava certa, mas que não podia fazer nada e que, então, conversaria com o diretor da faculdade para ver se ele pagava a diferença! Ri na cara dela. Fui muito sarcástica como quase nunca sou com as pessoas.
E a uma semana de vencer o meu MTB nada de diploma e nada de previsão por parte da faculdade. Ontem fui lá armar meu barraco e exigir meu diploma em uma semana, para que não perca meu registro e nem tenha outros problemas, já que uso o meu registro profissionalmente.
Hoje tive que fazer uma carta explicando meus motivos para ver se até o final da semana eles conseguem resolver meu caso ou, pelo menos, me dar uma posição.
* MTB precário é válido por um ano já que é feito com o certificado de conclusão de curso e ao ser renovado, com o diploma, passa a ser válido eternamente.
Eis que me formei em dezembro de 2006. Tudo muito bem, tudo muito bom. Feliz da vida ainda esperei até a colação de grau para pegar meu certificado de conclusão de curso e tirar o tão sonhado registro profissional. Eis que em abril de 2007 estava com ele e um mês antes já tinha solicitado na faculdade o diploma. Achei que quando o MTB precário* vencesse já teria meu diploma em mãos e poderia, sem problemas, renovar meu registro e tê-lo definitivamente.
Durante todo o ano de 2007 cobrei. Liguei e eles não tinham nem previsão, nem modelo, nem nada. Eles não sabiam informar como seria feito, quanto custaria - embora, a lei determinasse seu valor -, quanto tempo demoraria e nem nada. Faculdade desorganizada e burocrática, como sempre. Uma vez ainda me ligaram me pedindo para pagar quase 200 reais e eu me neguei. Veementemente neguei. E a menina teve a cara de pau de me dizer que eu estava certa, mas que não podia fazer nada e que, então, conversaria com o diretor da faculdade para ver se ele pagava a diferença! Ri na cara dela. Fui muito sarcástica como quase nunca sou com as pessoas.
E a uma semana de vencer o meu MTB nada de diploma e nada de previsão por parte da faculdade. Ontem fui lá armar meu barraco e exigir meu diploma em uma semana, para que não perca meu registro e nem tenha outros problemas, já que uso o meu registro profissionalmente.
Hoje tive que fazer uma carta explicando meus motivos para ver se até o final da semana eles conseguem resolver meu caso ou, pelo menos, me dar uma posição.
* MTB precário é válido por um ano já que é feito com o certificado de conclusão de curso e ao ser renovado, com o diploma, passa a ser válido eternamente.
segunda-feira, 24 de março de 2008
domingo, 23 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
Segurança
Por duas vezes esse assunto se deparou comigo essa semana e de formas distintas.
Primeiro pensei em segurança em relação às relações, relacionamentos e, claro, ao sexo oposto. E pensei que bem uns anos a mais não fazem em relação a isso? Pois é, às vezes a gente fica achando ruim envelhecer, mas é isso que nos dá segurança em viver. Não deve ser à toa que tem tanta mulher linda e mais velha. É a tal da segurança que nos transforma.
Estive lembrando, por exemplo, quando um amigo da minha irmã me paquerou. Ele gostou de mim e até mandava recadinhos por ela, que trabalhava com ele. Eu fazia colégio no mesmo lugar em que ele fazia faculdade. E não tinha coragem sequer de chegar próximo ao prédio que ele estudava, marcar um encontro e nem nada assim. Vergonha, medo, sei lá, era tomada por tudo ao mesmo-tempo-agora. O tempo passou e ninguém poderia imaginar o quão ousada eu poderia ser ao responder um e-mail e ir ao encontro de uma pessoa que fugia dos (ditos) padrões normais das minhas relações e até das relações das minhas amigas.
A outra questão na qual me peguei pensando nisso se diz em relação ao trabalho. A reunião de segunda-feira mexeu bastante comigo. Pela primeira vez na vida me vi em uma reunião de trabalho como a responsável pela minha área. Pela primeira vez na vida não era apenas uma estagiária ou subordinada. Era, naquele momento, a tal nova jornalista ou jornalista nova como já tinha sido apresentada e que, mesmo assim, estava gabaritada para expor suas idéias, dar sugestões e falar com alguma (mesmo que pequena) prioridade. Jamais me imaginei tão nova fazendo esse papel. Jamais achei que ia me sentir tão bem e confortável, sem o medo que tantas vezes me acometeu em tantas outras reuniões em que participava como mera coadjuvante.
Pois é! E viva a segurança!
terça-feira, 18 de março de 2008
segunda-feira, 17 de março de 2008
Rotina
O novo trabalho não imprime exatamente uma rotina. Eu estou ainda fazendo as propostas da área de comunicação para então criar a minha rotina. A única coisa fixa ainda é a reunião de segunda a tarde e é nela que defino a minha semana juntamente com a demanda deles para acompanhar reuniões e cobrir eventos.
Mas toda manhã eu me sento ao computador para fazer as propostas e ler as notícias e resolvi que seria também bom ouvir as notícias do rádio. Então minhas únicas rotinas são ler, ouvir, pensar, planejar e projetar. Aos poucos, partimos também para as ações.
Sim, estou adorando o novo emprego e os desafios que vieram com ele. Porque eu coordeno toda a comunicação sendo, apenas, uma recém-formada. Haja responsa.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Uma estranha no ninho
Por Adriana Franco
Diferente entre os demais. Foi como me senti quando adentrei a sala de reunião. Os olhos se voltaram para a mais nova estranha do ninho. Estranha em TODOS os sentidos: porque nunca esteve antes, pela roupa que usava, pelos sapatos que calçava, pela forma que caminhava e pela maneira que se portou naquela abafada sala no centro da cidade. Sentar e abrir um caderno não deve ser uma atitude comum naquele recinto e, por isso, foi tomada com tanta estranheza.
Embora estivesse aflita em busca de algum conhecido, resolvi me aquietar e esperar enquanto recebia rajadas retas e diretas de uma curiosidade desafiadora por meio de olhares e cochichos da mesa posta na frente da sala, e onde deviam estar sentada cerca de seis mulheres.
Foi então que percebi que a espera se entenderia e tomei uma atitude ainda mais incomum naquele recinto carregado de reivindicações e esperanças: abri um livro e me pus a ler.
E essa atitude não despertou menos interesse que as tomadas anteriormente, apenas reforçou que eu não era como nenhum dos presente e, claramente, os meus motivos também eram outros.
Quando o assunto tornou-se polêmico a ponto de ser falado em alto e bom som resolvi prestar atenção. “A primeira corrupção é a dos miseráveis.” exaltava-se uma das mulheres que não tirava os olhos de mim. Não sei se por medo, precaução ou curiosidade. Elas até podiam conversar entre si, mas os olhares permaneciam voltados para mim.
O assunto me tomou por um assalto. Enquanto ela exclamava que não adiantava chamar apenas os políticos de corruptos, já que os eleitores se vendiam por cestas básicas. Minha vontade era de aplaudir, mas a aula de cidadania estava apenas começando.
Na sala poucos tinham levantado a mão quando questionaram quem teria o segundo grau completo e a pauta de reunião continha dois projetos de construção de moradia popular, a manifestação do dia das mulheres e a avaliação da assembléia anterior. Além do sorteio de uma boneca, que promoveria a arrecadação de fundos para a compra de água para a manifestação.
Pra mim, a reunião foi inválida do ponto de vista profissional e do que eu esperava conseguir, mas foi bastante positiva como cidadã. Gostei não só da frase que me assaltou como do conselho dado a todos e que tomei pra mim: “Peguem nota fiscal. Enquanto os brasileiros não se educarem e não fizerem valer seus direitos, dificilmente o País vai para frente.”
A princípio lamentei estar naquela sala enquanto os amigos estavam reunidos em um bar, mas quando saí de lá sequer consegui ir ao encontro deles. Eu ainda tinha muito que pensar depois dessa aula de vida.
Por Adriana Franco
Diferente entre os demais. Foi como me senti quando adentrei a sala de reunião. Os olhos se voltaram para a mais nova estranha do ninho. Estranha em TODOS os sentidos: porque nunca esteve antes, pela roupa que usava, pelos sapatos que calçava, pela forma que caminhava e pela maneira que se portou naquela abafada sala no centro da cidade. Sentar e abrir um caderno não deve ser uma atitude comum naquele recinto e, por isso, foi tomada com tanta estranheza.
Embora estivesse aflita em busca de algum conhecido, resolvi me aquietar e esperar enquanto recebia rajadas retas e diretas de uma curiosidade desafiadora por meio de olhares e cochichos da mesa posta na frente da sala, e onde deviam estar sentada cerca de seis mulheres.
Foi então que percebi que a espera se entenderia e tomei uma atitude ainda mais incomum naquele recinto carregado de reivindicações e esperanças: abri um livro e me pus a ler.
E essa atitude não despertou menos interesse que as tomadas anteriormente, apenas reforçou que eu não era como nenhum dos presente e, claramente, os meus motivos também eram outros.
Quando o assunto tornou-se polêmico a ponto de ser falado em alto e bom som resolvi prestar atenção. “A primeira corrupção é a dos miseráveis.” exaltava-se uma das mulheres que não tirava os olhos de mim. Não sei se por medo, precaução ou curiosidade. Elas até podiam conversar entre si, mas os olhares permaneciam voltados para mim.
O assunto me tomou por um assalto. Enquanto ela exclamava que não adiantava chamar apenas os políticos de corruptos, já que os eleitores se vendiam por cestas básicas. Minha vontade era de aplaudir, mas a aula de cidadania estava apenas começando.
Na sala poucos tinham levantado a mão quando questionaram quem teria o segundo grau completo e a pauta de reunião continha dois projetos de construção de moradia popular, a manifestação do dia das mulheres e a avaliação da assembléia anterior. Além do sorteio de uma boneca, que promoveria a arrecadação de fundos para a compra de água para a manifestação.
Pra mim, a reunião foi inválida do ponto de vista profissional e do que eu esperava conseguir, mas foi bastante positiva como cidadã. Gostei não só da frase que me assaltou como do conselho dado a todos e que tomei pra mim: “Peguem nota fiscal. Enquanto os brasileiros não se educarem e não fizerem valer seus direitos, dificilmente o País vai para frente.”
A princípio lamentei estar naquela sala enquanto os amigos estavam reunidos em um bar, mas quando saí de lá sequer consegui ir ao encontro deles. Eu ainda tinha muito que pensar depois dessa aula de vida.
Apaixonado de namorar
João tem 3 anos e é meu sobrinho postiço. Somos apaixonados um pelo outro. Amor que extrapola e ele é a criança mais incrível que eu já vi. Inteligentíssimo e um doce. Cheio de truques e graça.
Ontem, depois de umas semanas sem vê-lo, ele estava todo feliz com a minha presença. A cada 5 minutos ele corria até mim e me beijava na mão, no braço, no rosto, na boca. Não parava. Até que seguiu-se o seguinte diálogo:
- Você está apaixonado, João?
- Eu tô. (fazendo cara de apaixonado: olhos semi-cerrados, rosto para baixo e voz aveludada)
- Ah, é. Por quem? (sarcástica)
- De você. (sic)
- Por mim? (professoral, mostrando que é 'por' e não 'de')
- É.
- Então, você quer casar comigo? (quase conclusiva)
- Eu não. Eu só estou apaixonado de dar beijos e não de casar!
quarta-feira, 12 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
Faça a sua câmera
Dias 5 e 12 de abril acontecerá o Workshop de Pinhole na Fullframe, ministrado pelo criador de câmeras de orifício Edison Angeloni. O preço é mega camarada, R$20 e você sai de lá com uma câmera de filmes 35mm feita de caixa de fósforo! Dia 27 de abril, no Pinhole Day, uma foto de cada pessoa que participar do workshop será publicada no site oficial do evento.
Mais informações: atendimento@fullframe.com.br.
Eu já tenho a minha e se eu fosse você, garantiria a sua.
Eu já tenho a minha e se eu fosse você, garantiria a sua.
domingo, 9 de março de 2008
Empiricamente ou Vivendo e Aprendendo
Na faculdade meus professores sempre me disseram que jornalista deve sempre ter papel e caneta a mão. Estes são os nossos instrumentos de trabalho - os mais valiosos, inclusive. É claro que poderíamos aproveitar as inovações tecnológicas e, vez por outra, contar com um gravador. Mas nenhum professor tinha me dito que protetor solar também era necessário. NUNCA! Mas agora eu sei que é. E muito.
sexta-feira, 7 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
Por e-mail
Eu falei sobre o trabalho novo. Ele questionou e eu relatei - meio por cima. E eu tenho a impressão de que ele pensou o quanto eu ainda sou sonhadora e utópica, querendo exercer um jornalismo que não existe mais - como ele mesmo já me repetiu alguns pares de vezes. Ele me dizia entre gozador e nostálgico: O jornalismo morreu!
No fundo acho que ele não é o único a me enxergar assim.
Tríptico
Os sonhos fazem parte da vida e a vida faz parte dos sonhos. E tem alguma coisa mais gostosa que sonhar e planejar? Duvido. E é assim que meus dias têm se seguido. Sonhar, planejar, procurar, buscar, conversar, definir, escolher e decidir.
Tem aquela frase que diz que sonho que se sonha só é só um sonho, e sonho que se sonha junto é realidade. Por isso que acredito que temos vivido. Sim. Presente, futuro, sonhos e realidade. Tudo junto ao mesmo tempo agora e fazendo parte desse nosso processo. Como em um tríptico ou um caleidoscópio, que se move conforme o giramos e faz, a cada girada, uma figura mais fascinante que a outra.
Daqui a pouco a gente vai poder contar os dias. Estamos praticamente monotemáticos. E muito felizes. É a vida se construindo em par.
terça-feira, 4 de março de 2008
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Questionário
1. Que horas vc acordou hoje? 8h50.
2. Diamantes ou pérolas? Diamantes - "Diamons are the girl best friend".
3. Qual foi o último filme que vc viu no cinema? Meu nome não é Johnny pela segunda vez.
4. O que vc normalmente come no café da manhã? Um copo de leite.
5. Qual é o seu nome do meio? Alves.
6. Qual comida vc não gosta? Ervilha, grão de bico e lentilha.
7. No momento, qual é o seu CD preferido? Roberta Sá, Braseiro.
8. Que tipo de carro vc dirige? Nenhum.
9. Sanduíche preferido? Cachorro-quente.
10. Que características vc despreza? Falsidade.
11. Roupas preferidas? Saias.
12. Se vc pudesse ir pra qualquer lugar do mundo de férias, para onde vc iria? Europa.
13. Marca preferida? A que me serve e também cabe no bolso.
14. Onde vc gostaria de se aposentar? Na minha cidade mesmo, Sampa.
15. Qual foi o seu aniversário recente mais memorável? Ano retrasado: mamãe tentou fazer uma festa surpresa, eu desconfiei e, no final, não deu certo.
16. Esporte preferido pra assistir? Ao vivo: ginástica artística. Na tv: futebol.
17. Quando é o seu aniversário? 14 de dezembro.
18. Vc é uma 'morning person' ou uma 'night person'? Uma morning person.
19. Quanto vc calça? 34-35.
20. Animais de estimação? A Akira, uma golden retriver.
21. Alguma novidade que vc gostaria de compartilhar? Sim. Vou casar!
22. O que vc dizia que queria ser, quando criança? O que sou hoje: jornalista.
23. Como vc está hoje? Com a rinite atacada, infelizmente.
24. Qual é o seu doce preferido? Chocolate.
25. Qual é a sua flor preferida? Tulipa.
26. Por qual dia do calendário você está esperando ansiosamente? 7 de março. Do ano que vem.
27. Qual é o seu nome completo? Adriana Alves Franco.
28. O que vc está escutando agora? Los Hermanos.
29. Qual foi a última coisa que vc comeu? Um copo de leite.
30. Você faz pedido pra estrelas? Não porque sou tão lesa que nunca consigo ver a estrela cadente.
31. Se vc fosse um lápis de cor, que cor seria? Azul turquesa.
32. Como está o tempo agora? Sol com nuvens.
33. Última pessoa com quem vc falou no telefone? O Ale ontem à noite.
34. Refrigente preferido? Guaraná.
35. Restaurante preferido? Uma pizzaria lá na Aldeia da Serra, que esqueci o nome.
36. Qual era o seu brinquedo preferido quando criança? Boneca.
37. Inverno ou verão? Verão.
38. Beijos ou abraços? Abraços.
39. Chocolate ou Baunilha? Chocolate.
40. Café ou chá? Chá.
41. O que tem debaixo da sua cama? Gavetas.
42. O que vc fez na noite passada? Assisti tv e li antes de dormir.
43. Do que vc tem medo? De não arranjar um emprego logo.
44. Salgado ou doce? Doce.
45. Quantas chaves tem no seu chaveiro? 0, eu não tenho chaveiro.
46. Há quanto tempo vc está no seu atual emprego? Estou desempregada há algun meses.
47. Dia preferido da semana? Indiferente.
48. Em quantos lugares vc já morou? São Paulo e Campinas.
49. Você faz amigos facilmente? Acho que não. Mas conservo muito bem os que tenho.
50. Gostaria que alguém respondesse? Sintam-se à vontade.
Roubei da Paula.
1. Que horas vc acordou hoje? 8h50.
2. Diamantes ou pérolas? Diamantes - "Diamons are the girl best friend".
3. Qual foi o último filme que vc viu no cinema? Meu nome não é Johnny pela segunda vez.
4. O que vc normalmente come no café da manhã? Um copo de leite.
5. Qual é o seu nome do meio? Alves.
6. Qual comida vc não gosta? Ervilha, grão de bico e lentilha.
7. No momento, qual é o seu CD preferido? Roberta Sá, Braseiro.
8. Que tipo de carro vc dirige? Nenhum.
9. Sanduíche preferido? Cachorro-quente.
10. Que características vc despreza? Falsidade.
11. Roupas preferidas? Saias.
12. Se vc pudesse ir pra qualquer lugar do mundo de férias, para onde vc iria? Europa.
13. Marca preferida? A que me serve e também cabe no bolso.
14. Onde vc gostaria de se aposentar? Na minha cidade mesmo, Sampa.
15. Qual foi o seu aniversário recente mais memorável? Ano retrasado: mamãe tentou fazer uma festa surpresa, eu desconfiei e, no final, não deu certo.
16. Esporte preferido pra assistir? Ao vivo: ginástica artística. Na tv: futebol.
17. Quando é o seu aniversário? 14 de dezembro.
18. Vc é uma 'morning person' ou uma 'night person'? Uma morning person.
19. Quanto vc calça? 34-35.
20. Animais de estimação? A Akira, uma golden retriver.
21. Alguma novidade que vc gostaria de compartilhar? Sim. Vou casar!
22. O que vc dizia que queria ser, quando criança? O que sou hoje: jornalista.
23. Como vc está hoje? Com a rinite atacada, infelizmente.
24. Qual é o seu doce preferido? Chocolate.
25. Qual é a sua flor preferida? Tulipa.
26. Por qual dia do calendário você está esperando ansiosamente? 7 de março. Do ano que vem.
27. Qual é o seu nome completo? Adriana Alves Franco.
28. O que vc está escutando agora? Los Hermanos.
29. Qual foi a última coisa que vc comeu? Um copo de leite.
30. Você faz pedido pra estrelas? Não porque sou tão lesa que nunca consigo ver a estrela cadente.
31. Se vc fosse um lápis de cor, que cor seria? Azul turquesa.
32. Como está o tempo agora? Sol com nuvens.
33. Última pessoa com quem vc falou no telefone? O Ale ontem à noite.
34. Refrigente preferido? Guaraná.
35. Restaurante preferido? Uma pizzaria lá na Aldeia da Serra, que esqueci o nome.
36. Qual era o seu brinquedo preferido quando criança? Boneca.
37. Inverno ou verão? Verão.
38. Beijos ou abraços? Abraços.
39. Chocolate ou Baunilha? Chocolate.
40. Café ou chá? Chá.
41. O que tem debaixo da sua cama? Gavetas.
42. O que vc fez na noite passada? Assisti tv e li antes de dormir.
43. Do que vc tem medo? De não arranjar um emprego logo.
44. Salgado ou doce? Doce.
45. Quantas chaves tem no seu chaveiro? 0, eu não tenho chaveiro.
46. Há quanto tempo vc está no seu atual emprego? Estou desempregada há algun meses.
47. Dia preferido da semana? Indiferente.
48. Em quantos lugares vc já morou? São Paulo e Campinas.
49. Você faz amigos facilmente? Acho que não. Mas conservo muito bem os que tenho.
50. Gostaria que alguém respondesse? Sintam-se à vontade.
Roubei da Paula.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Enquanto isso
Era dia de semana. Foi depois de uma sessão de cinema; na volta para casa. Foi bem perto do meu destino final que ele disse algo assim: "Não vejo a hora de não precisar mais te deixar em casa."
Essa ingrata tarefa que ele repete a cerca de seis anos sem reclamar. E não era essa a vez que ele usaria para reclamar, mas para se declarar.
É, agora a gente espera a hora de chegarmos juntos ao destino final de toda e qualquer saída.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
sábado, 16 de fevereiro de 2008
A vez do samba
Ontem foi a vez de Roberta Sá. Fui ao show. E amei. Mais do que já estava amando. Ela é afinadíssima. E quando ela disse que era pra todo mundo se levantar e sambar eu agradeci porque não aguentava mais me segurar na cadeira do teatro.
Eu cantei quase todas as músicas. Eu sambei só as últimas cinco. Depois de cada música ela foi aplaudida e se eu pudesse ia no show de hoje, de novo.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Meu nome é Adriana
Pois eu assisti ao filme Meu Nome não é Johnny e até agora estou pensativa. No fim, a frase da juíza de que João Estrella era exemplo da possibilidade de recuperação das pessoas é o que me perturba. Não sei se ele é um modelo; mesmo porque ele é a exceção da regra.
Pergunto-me se ele teria se recuperado se tivesse sido mantido em uma prisão comum e também me questiono se ele só não enloqueceu no manicômio por ter o violão como companheiro. Isso não mostou no filme, só sei porque li na imprensa.
Selton Mello dá seu show. Rafaela Mandelli não fica para trás. Mas ainda fico pensando se o filme é mesmo bom. Todo mundo elogiou. Mas eu ainda não sei. Acho que precisava assistir de novo. A história é boa, mas achei o roteiro pouco ousado. A polêmica acerca do assunto é certa e talvez seja o assunto que me causa um certo incômodo.
Outro dia li um artigo do Dimenstein sobre João. E logo no começo Dimenstein diz: "ele se dispôs a contar passagens de sua infância e adolescência para que eu tivesse pistas sobre os caminhos que o levaram ao vício, à cadeia e, enfim, ao manicômio." Dimenstein discorre sobre possibilidades, mas não há certezas.
No artigo João se posiciona como o filme, que não aponta um culpado. "João Guilherme Estrella, hoje com 46 anos, prefere não culpar ninguém. Não acusa a sociedade nem a sua família. 'Fui vítima das minhas escolhas.'"
Com isso, o filme cria uma polêmica tão distante e (talvez) tão absurda que não alcança as reverberações e debates atingidos, por exemplo, por Tropa de Elite. Se apenas contar a história era a intenção do diretor Mauro Lima posso dizer que ele conseguiu. Mas confesso que o filme me deixou com vontade de ler o livro só pra saber se, pelo menos, lá há alguma parcialidade.
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