sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pra se apaixonar ou O 1º dia em BasAs

A gente ia fazer o bus turismo. Mariana, a dona do hotel que a gente ficou, recomendou que parássemos mesmo só no Caminito, que é longe e não tem acesso se não for de taxi. Já os outros pontos ficavam mais perto de outros pontos turísticos ou até mesmo do centro ou do metrô, então não era de grande valia.
Como o Bus Turístico tem ponto de saída da Calle Florida com a Diagonal Norte fomos até lá de metrô. Estávamos na linha vermelha, próximo à estação Malabia. Ela nos ensinou como chegava ao metrô, que sentido chegar e onde descer. E fomos.
A princípio a estação assustou. É muito diferente de São Paulo. A plataforma é pequena, há bancas de jornal e de alimentos dentro do metrô (nas plataformas, pra falar a verdade), é muito escuro e parece mais suja e menos organizada que em SP. O trem também é bem velho, barulhento e bem mais estreito que em SP. Não tem jeito, não dá pra não comparar. Embora tarde (umas 10 da manhã, quase 11), o trem chegou cheio. Com gente cantando e tocando dentro pra arranjar algum dinheiro. Entramos e percebemos que as estações não eram anunciadas e nem havia um painel com a lista de estações.
Por sorte, eu tinha um mapa e então sabia onde teria que descer (na verdade, depois de qual estação deveria me preparar). Ale, a princípio, ficou um pouco perdido porque nunca anda de metrô em SP, mas como estou acostumada, achei fácil. Descemos na estação e na Rua Florida e nos dirigimos ao cruzamento.
E, então, para onde vamos? Para esquerda ou para direita? Dilema. Abrimos o mapa e então enquanto tentávamos nos localizar no mapa um senhor parou e disse:
- Não precisa procurar, eu ajudo vocês. Onde vocês querem ir?
De imediato, respondi: à Diagonal Norte.
E então, ele perguntou de novo: Mas com qual?
Lembrei que eles se localizam por esquinas e então respondi novamente: Florida com Diagonal Norte.
Então ele disse: É só continuar por aqui (e apontou para o outro lado da avenida)- a quatro quadras é a Diagonal Norte.
Agradecemos efusivamente quando ele respondeu:
- Obrigado vocês por estarem no meu país!

Sério, alguém mais no mundo não iria se apaixonar por Buenos Aires, pelos portenhos, pela cidade e por tudo? Eu, que já estava apaixonada antes mesmo de desembarcar por lá, já não precisava de mais nenhum motivo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um dia caótico

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite. Mas de uma terça-feira que começa caótica, o que devemos esperar?

Parece que estava prevendo. Tomei banho calmamente. Passei hidratante no corpo. Sequei o cabelo. Olhei o céu e troquei a manga comprida por uma manga curta. Me vesti, passei perfume, arrumei as coisas e saí.

Esperei o ônibus e desci na Barra Funda - caótica. Estação fechada e sem previsão de abertura. UsuárioS na linha. E então? Liguei ao trabalho e avisei, mas decidida resolvi pegar o trem - coisa que NUNCA faço porque ODEIO. Na verdade, tenho medo de andar de trem. Por preconceito, até pode ser, mas era melhor do que esperar ad infinitum o problema do metrô resolver.

Peguei o trem na Barra Funda, sentido Julio Prestes. Leiga, achei que seria a mesma coisa que a Luz - estação onde tem trem para o Brás, onde trabalho. Ledo engano. Tive que sair da estação Julio Prestes e caminhar até a Luz. Como não gosto daquela região fui rezando.

Na Luz achei a plataforma de embarque e vim, ainda bem, em um trem vazio. Mas como as pessoas fedem no trem. E logo hoje que eu estava até perfumada!

Apesar do atraso, cheguei ao trabalho. Só espero que a maratona não se repita na volta ou que não caia uma chuva torrencial porque justo hoje eu deixei meu guarda-chuva em casa.

No final das contas, de um dia que começa caótico eu só espero mesmo que o dia termine bem, como cantaria Luciana Melo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

1ª noite em BsAs

Embarcamos para Buenos Aires às 15h15 de uma segunda-feira. Ótimo horário. Chegaríamos lá no final da tarde e a tempo de ir pro hotel se trocar e encarar o primeiro programa: um show de Tango. Antes de sair do Brasil verifiquei com a dona do hotel em que estávamos e ela me garantiu que não seria necessário fazer reserva. Melhor ainda.
Eu queria ir ao Cafe Tortoni, tradicional, famoso e tal. Era para lá que iríamos.
Depois de esperar 2 horas pra embarcar - a tal antecedência pedida para voos internacionais - e voar mais quase 3, o pique foi embora. Fila no aeroporto para trocar dinheiro e caminho ao hotel. Quem tinha pique mesmo de ir assistir um show de tango?
Ideia abortada. Acabamos indo a pé mesmo, conselho da Mariana, dona do hotel e que merece um post a parte, para um bar que ela mesmo indicou. Chamava-se Antares e apesar de ser segunda-feira deveria estar aberto porque era feriado. O bar tinha degustações de cervejas artesanais - coisa que eu e o marido gostamos bastante - então partimos pra lá.
Ainda de noite, em nossa primeira saída, as primeiras impressões. Embora fosse quase dez da noite, mulheres caminhavam com um carrinho de bebê, gente pela rua e parecia outro lugar no mundo. Segurança e tranquilidade para andar pela rua naquele horário. Fomos até o bar que ficava a umas 7 quadras do Hotel e era uma gracinha. Tinha bastante casais e éramos apenas mais um - só que turistas. A maioria ali parecia mesmo local.
Fizemos a degustação de cervejas. Eram 7 copinhos de 75 ml. Só tinham 5 cervejas disponíveis e eu só consegui beber 2. As outras, como eram ou escuras ou muito forte (ou os dois), acabei deixando de lado. Mas valeu a experiência.
As duas cervejinhas eram tão fortes (acabei tomando 4, porque repeti as duas que gostei) que tivemos que sair de lá de taxi. Pronta pro sono dos justos e dos bêbados.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Minha Buenos Aires

Sei lá porque cismei com Buenos Aires. Acho mesmo que nem Freud explica. Tinha que ir pra lá de qualquer jeito nas minhas férias. Era uma questão de vida ou morte. Pelo menos pra mim. E então comecei a falar de Buenos Aires. Mas falar sem parar. E depois passei a pesquisar: sites, fóruns, revistas de viagens, encartes de jornal, tudo. Achei blogs, guias e muitas, muitas informações.

E então fui me empolgando, e empolgando, e empolgando. Até que o marido diz sem quê e nem porquê que não queria ir para lá. Que não tinha vontade de conhecer, que isso e aquilo. Brochei. A viagem ia ser nossa segunda lua de mel.

Brochei e pedi uma segunda opção de lugar, então. Eu estava com Buenos Aires na cabeça e não pensava em mais nada. E se era ele quem não queria ir para lá que me disesse, então, para onde iríamos.

E eu parei de falar de Buenos Aires. Mas continuei lendo e pesquisando.

E ele nunca me deu outra sugestão. Apenas me disse: o Brasil é grande. Tá bom, isso eu sabia. Mas não queria Brasil - pro sul estava com trauma e pro nordeste mais ainda. Ainda insisti algumas vezes questionando onde ele queria ir. Sem respostas.

Chegando junho, me enchi. Dei o ultimato. Ou você escolhe outro lugar ou vamos para Buenos Aires. Ele deu de ombros e eu ri. Ok, Buenos Aires. Fui atrás de passaporte, passagens, hospedagem e roteiro.

Como tinha muitas informações, fiz roteiros imensos, mas que não eram fixos. Tinha a facilidade de mudar tudo conforme queríamos e então partimos, a princípio, com este roteiro.

16/08 - Embarque em SP e desembarque em Buenos Aires no final da tarde. À noite, jantar com tango.
17/08 - Bus tur com as paradas anotadas de onde ir e o que ver. De noite, Hard Rock Cafe.
18/08 - Zoológico. Cassino de noite e jantar em Porto Madero.
19/08 - Visita à cidade de Tigre.
20/08 - Visita à cidade de Colônia del Sacramento, no Uruguai.
21/08 - Roteiro em Buenos Aires (o que faltou e caminhada por Palermo).
22/08 - Volta à São Paulo.

Claro que não aconteceu tudo isso e nem exatamente assim, mas no próximo post eu conto mais sobre como foi e como eu construí a minha Buenos Aires.