quinta-feira, 29 de abril de 2010

Caça-orientando

Tenho um professor na pós que é bem legal. Sua aula Jornalismo como instrumento educativo para crianças e adolescentes foi ótima, apesar de ter deixado de lado um pouquinho da questão jornalista em si - sem a análise dos formatos usados hoje e uma reflexão real sobre o que é feito e poderia ser e não é, mas enfim, a aula foi bacana, provocou várias coisas em mim e, por isso, valeu.
Ele é muito articulado, então deu todas as aulas sem nenhuma cola, citando vários autores e tal - o que fascina qualquer um! Mas acabei descobrindo que ele é, na verdade, um caça-orientando.
Logo nas primeiras aulas ele quis saber se alguém já estava na época da monografia, se sabia o que ia fazer e se tinha orientador. Até aí, tudo bem. Depois, no decorrer das semanas, este mesmo assunto voltava. Ele dava conselhos, opinava, sugeria.
E eu comecei a desconfiar até que ele disse que não queria um trabalho final sobre a matéria dele e sim um ante-projeto da monografia. Neste dia eu tive certeza que ele só queria mesmo arranjar mais uns orientandos para ele, que é pesquisador e por ter bolsa precisa manter um certo número de orientandos, bancas, teses, artigos, etc.
E ainda teve pior. Um dia ele questionou se alguém na sala tinha interesse em fazer strictu senso. Quando eu disse que sim, que queria fazer mestrado ele me perguntou imediatamente em quê. Respondi Direitos Humanos ele me perguntou: aqui na PUC tem? Minha vontade era de gritar socorro! Ri por dentro e respondi honestamente, não sei, nunca procurei porque minha intenção é fazer na USP - no Largo São Francisco.
Mesmo assim ele não desiste - manda email com matérias sobre o tema do meu projeto e sempre se mostra interessado. O pior é que eu não sei se ele gostou mesmo do tema ou se simplesmente quer mais um orientando!

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