segunda-feira, 1 de março de 2010

Eu, a madrasta

Desde que casei assumi integralmente o papel de madrasta aos finais de semana. No início, as visitas eram raras e foram se tornando cada vez mais frequente a ponto de serem praticamente semanais desde janeiro - por enquanto só escaparam os feriados.
Eu me desdobro e faço de tudo: encaro piscina, brinco de pintar, de aviãozinho, faço almoços especiais, perco a televisão, ensino sudoku e dá-lhe bate-papos sobre animais, desenhos e filmes de terror. Dou explicações, educo, ensino a usar garfo e faca, encorajo a nadar e proponho passeios.
Mas tem dias que cansa. Cansa ser mãe de uma criança que não é minha, cansa tentar de tudo e não receber nem um beijo de despedida, cansa não poder ter liberdade dentro de casa, cansa ter que ficar à disposição quando se está sem paciência, simplesmente cansa. E então quando isso acontece parece que eu nunca fiz nada. Simplesmente esquece-se de todos os outros finais de semana.
E eu que sempre brinquei que eu sou a boadrasta fico realmente me sentindo a mádrasta.

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