terça-feira, 31 de julho de 2007

A política, o gesto e a mídia

Eu normalmente me abstenho dos comentários políticos aqui. Aliás, aqui e em qualquer lugar. Mas já faz dias que os dedos coçam para que eu faça algumas observações a cerca do episódio do gesto obsceno feito pelo assessor internacional do governo, Marco Aurélio Garcia.

É claro que concordo com muitas opiniões que estão por aí e falam que foi um absurdo, mas como jornalista não posso achar menos absurdo a posição da rede de televisão que a gravou e, pior, exibiu.

Alguém aí já se perguntou o que fazia uma câmera filmadora apontada para aquela janela? Exatamente na hora da veiculação do grande jornal da tal emissora? E incrivelmente no dia que a matéria “isenta” o governo?

É triste, tristíssimo, pensar na mídia que temos. E se há um ditado nas sociedades livres que afirma que cada povo tem o governo que merece, o que posso eu pensar sobre a mídia e o jornalismo praticado e assistido/lido/ouvido diariamente?
E ninguém sequer comentou. Todo mundo fica indignado com a cena top-top, mas não pensa em quais interesses tinham nisso tudo. Quais as forças que estão neste imenso jogo de poder que a mídia e a política promovem, muitas vezes, conjuntamente. Quem manda em quem? Qual a verdadeira mensagem por trás das imagens?

O Estadão incita algo assim (clique aqui), mas não vai além e deixa, ainda, muitas outras perguntas no ar. Afinal, é mais fácil deixar como está e indignar-se apenas com a imagem do que com todo o contexto que a envolve, pois isso seria – além de tudo – desafiar a toda poderosa emissora de TV.

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