sexta-feira, 8 de novembro de 2002

Um furacão passou pelo meu coração hoje, só pode ser. Até agora estava tudo bem, calmo como sempre. Mais alguma coisa aconteceu e desmanchou tudo aqui. Espalhou tudo pelo chão. Derrubou pastas e bagunçou tudo. E agora o que sinto é um misto de medo, tristeza, desespero e desamparo. Os arquivos se misturaram e eu preciso de silêncio, paz e paciência pra arrumar tudo isso. O coração dói porque os arquivos proibidos, esquecidos e lacrados estão todos espalhados, abertos e me fazem ver, pensar, sentir e lembrar de coisas que eu pouco lembrava e não podia ver. Porque não ver, talvez, seja a única forma de não sentir, não lembrar.
Eu não sei se é de verdade ou invenção dessa minha cabeça que não quer mais pensar em gostar de ninguém e sentir tudo que estou sentindo com o coração. A cabeça resolveu pegar o comando tarde demais e pode causar sérios danos... saiam de perto porque já nem sei que caminho quero tomar.
Não quero sair, to querendo fugir e contemplar o mar pra poder pensar. Porque sempre que estou mal, lá é o primeiro lugar para onde eu penso em fugir... queria que as ondas levassem tudo que está aqui. Tudo que sinto e tudo que está preso e resolvam tudo de uma vez, me trazendo de volta só as coisas boas. E se puder, me traga quem ficou de tudo. Me traga respostas porque é delas que eu mais preciso.
E são quase duas... e a dor não passa. E as memórias não cessam e eu não sei por onde começar a organizar. Organizar tudo vai me fazer ver, pegar e sentir tudo de novo e pra isso eu preciso de silêncio, de mar, de ondas, de vento, de solidão, de areia. Mais já é tarde e acho melhor mesmo eu ir dormir. Quem sabe amanhã a coragem resolve vir me ver e me ajuda nisso tudo... não quero falar, porque não tem o quê falar. Vou dormir e quem sabe ter um sonho lindo pra me confortar.

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