O meu TCC foi um documentário sobre a Revista Ocas" e o que a revista - quanto veículo de comunicação e organização não-governamental - promovia na vida das pessoas em situação de rua. Pois bem. Hoje, cerca de um ano e meio depois da apresentação, eu me lembrei de uma pergunta feita na banca, que só agora encontrei a resposta.
A pergunta feita pelo professor de rádio e televisão da faculdade foi: "E, agora, como fica a sua relação com a Ocas"?" Eu, que naquele momento ainda não tinha pensado e sofria uma certa pressão por parte da revista para que entrássemos para o time de voluntários, apenas respondi que ainda não sabia. Eu pretendia pensar nisso depois do turbilhão do TCC, mas de qualquer forma tinha aprendido ali uma coisa muito valiosa: nunca mais olhar para uma pessoa em situação de rua da mesma forma e que, portanto, sempre pensaria que aquela pessoa tinha uma história e, provavelmente, algo bastante trágico a ponto de o levar para a situação de rua.
Não era mentira. Não é. Mas hoje entendo com mais clareza meu papel de jornalista. Eu não posso e nem podia entrar para o time de voluntariado porque o meu trabalho é outro. É mostrar para as pessoas que há exemplos que dão certo e podem ser repetidos. É mostrar o que o mundo ainda tem de bom e, por isso, não devo e não posso ficar presa a uma instituição. Não pra sempre. Se entrasse e lutasse especificamente por aquela ou outra causa me tornaria, então militante. E não é o foco. Eu quero fazer acontecer. Mas de outro jeito. Do meu jeito.
Um comentário:
Trabalho de graça? Aqui pra eles, ó: www.sjsp.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=101&Itemid=117
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