Chico Buarque já cantaria que a coisa aqui tá preta. Mas isso, por aqui, todo mundo sabia e notava.
Primeiro foi o atraso de salários (poucos dias, mas de se estranhar para onde se pagava sempre adiantado), depois foram os planos de saúde que mesmo sendo descontado uma parcela no salário não estavam sendo pagos e por isso não era possível o uso, o não pagamento dos telefones e na filial do RJ a linha ficou cortada um bom tempo. Então, veio o atraso das publicações, o fechamento da antiga sede em outro estado e, conseqüentemente, todo mundo de lá na rua, cortaram a assinatura dos jornais. Aí, percebendo a coisa e não me contratando logo de cara e com a enrolação de dois meses para definirem - mal e porcamente - minha situação entendi que estava na reta. E no início do mês que meu contrato findaria a notícia: ele não será renovado. Ok, já imaginava.
Mas hoje em mais um capítulo dessa avalanche o presidente renuncia seu cargo e todos não sabem exatamente o que vai acontecer. Os boatos, claro, não cessam e a sede está mais vazia que o normal. Já ouvi uma frase boa: "Eles sempre fazem isso em uma sexta-feira e depois vai todo mundo pra casa e fica o final de semana inteiro chocando ovo e pensando o que será que vai acontecer."
Ao que parece, o poder passa de mãos aos poucos e deve voltar às antigas, sem presidente fixo, apenas com as pessoas do conselho por aqui alguns dias.
Apesar dos pesares é bom pensar que estou fora do barco agora que furou e o naufrágio parece inevitável. É quase um consolo, pra dizer a verdade.
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