A gente ia fazer o bus turismo. Mariana, a dona do hotel que a gente ficou, recomendou que parássemos mesmo só no Caminito, que é longe e não tem acesso se não for de taxi. Já os outros pontos ficavam mais perto de outros pontos turísticos ou até mesmo do centro ou do metrô, então não era de grande valia.
Como o Bus Turístico tem ponto de saída da Calle Florida com a Diagonal Norte fomos até lá de metrô. Estávamos na linha vermelha, próximo à estação Malabia. Ela nos ensinou como chegava ao metrô, que sentido chegar e onde descer. E fomos.
A princípio a estação assustou. É muito diferente de São Paulo. A plataforma é pequena, há bancas de jornal e de alimentos dentro do metrô (nas plataformas, pra falar a verdade), é muito escuro e parece mais suja e menos organizada que em SP. O trem também é bem velho, barulhento e bem mais estreito que em SP. Não tem jeito, não dá pra não comparar. Embora tarde (umas 10 da manhã, quase 11), o trem chegou cheio. Com gente cantando e tocando dentro pra arranjar algum dinheiro. Entramos e percebemos que as estações não eram anunciadas e nem havia um painel com a lista de estações.
Por sorte, eu tinha um mapa e então sabia onde teria que descer (na verdade, depois de qual estação deveria me preparar). Ale, a princípio, ficou um pouco perdido porque nunca anda de metrô em SP, mas como estou acostumada, achei fácil. Descemos na estação e na Rua Florida e nos dirigimos ao cruzamento.
E, então, para onde vamos? Para esquerda ou para direita? Dilema. Abrimos o mapa e então enquanto tentávamos nos localizar no mapa um senhor parou e disse:
- Não precisa procurar, eu ajudo vocês. Onde vocês querem ir?
De imediato, respondi: à Diagonal Norte.
E então, ele perguntou de novo: Mas com qual?
Lembrei que eles se localizam por esquinas e então respondi novamente: Florida com Diagonal Norte.
Então ele disse: É só continuar por aqui (e apontou para o outro lado da avenida)- a quatro quadras é a Diagonal Norte.
Agradecemos efusivamente quando ele respondeu:
- Obrigado vocês por estarem no meu país!
Sério, alguém mais no mundo não iria se apaixonar por Buenos Aires, pelos portenhos, pela cidade e por tudo? Eu, que já estava apaixonada antes mesmo de desembarcar por lá, já não precisava de mais nenhum motivo.