quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Hora de mudar

Certos acontecimentos forçam mudanças. Às vezes é bom. Faz a gente sair da mesmice, mudar a rotina e dar uma guinada na vida. Mas a mudança agora é pra valer.

Embora ela venha aos poucos (durante os nove meses da gestação), eu não posso deixar de notar o que já mudou na vida, no corpo, na casa, nas prioridades, em tudo.

As primeiras, são aquelas que você não entende. O humor alterado, as emoções a flor da pele e os enjoos esporádicos que só são entendidos algum tempo depois da confirmação - quando finalmente cai a ficha. Mesmo porque na hora do resultado, a única coisa que você sente é um torpor. É uma emoção que te tira do chão, da razão, de qualquer pensamento sensato. É como uma montanha-russa na primeira descida: você entrou, sentou no carrinho, subiu, subiu, subiu, está esperando por aquilo, mas na hora da descida você não está preparado e sente um turbilhão de sentimentos como medo, ansiedade, frio na barriga, aflição, adrenalina, etc.

E junto com a descoberta, a primeira mudança (nos planos) e a primeira decisão tomada: trancar a pós-graduação.

Depois, veio a galope a mudança do corpo com as calças que não servem, com a busca por conforto pra mim e pra ele e com as devidas adaptações.

Agora, aos poucos, transforma-se a casa. Tira uma cama, muda o computador de lugar, re-arruma guarda-roupas, faz-se planos aos montes.

Penso também no que vai mudar depois da chegada do Arthur, mas isso, ah, isso só vou conseguir mesmo saber depois que o Arthur chegar.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tigre em fotos

Tigre, linda

Estação fluvial

Estação fluvial de cinema

Humilde casa

No Museu

O museu

A cidade

A Marina

Estação Delta

Ligeiramente descabelada só pra alcançar o trem

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O 4º dia

Finalmente no quarto dia abriu o sol. Não que estivesse calor. O vento gelado em Buenos Aires para uma friorenta como eu é suficiente para vestir casaco e cachecol.

Mariana, do nosso Querido Hotel (em todos os sentidos), nos indicou que seria melhor irmos até a estação de Maipú de taxi e não fazer uma mega baldeação de metrô e trens. Além de ser mais rápido, seria mais bonito.

E lá fomos nós, de Taxi, rumo à estação de Maipú para pegarmos o Trem de La Costa e desembarcar em Tigre, na estação Delta - onde começa o Rio Paraná.

A cidade é um charme. Se alguém me pedisse pra responder rapidamente onde na vida eu gostaria de morar eu responderia em Tigre: ruas calmas, a beira do rio, com espaço para as crianças na orla do rio, com um museu lindo e uma estação fluvial digna de cinema.

Eu não precisaria mais do que isto. O dia foi super agradável. Chegamos lá pelo trem de la costa, que vai beirando o rio da Prata, que parece mar de tão largo e grande e cidades lindas - e ricas -. Você pode descer em qualquer parada e seguir no mesmo sentido até o final sem pagar nada a mais por isso. Como estávamos com horário contado para os passeios não paramos em San Isidro, que parece linda também e bastante badalada.

Fomos direto, perdemos o ônibus de turismo por não encontrar o ponto do ônibus e acabamos indo almoçar. Depois, voltamos para pegar o ônibus novamente e para tal sentimos uma dificuldade imensa. Os pontos são mal localizados e a gente estava bastante perdido sem conseguir nenhuma informação. Andamos novamente até o ponto de antes - que era meio longe, mas não tínhamos encontrado outro ponto. Esperamos pelo ônibus e fizemos um passeio pela cidade com direito a parada no Museu de Tigre (única parada parável, na minha opinião). Ficamos lá meia hora, ou seja, até o próximo ônibus e depois corremos pra estação fluvial para pegar a embarcação que fazia um passeio pelo rio.

O marido simplesmente adorou este passeio, já eu aproveitei mesmo pra cochilar no barco. É bonito, mas demorado demais. E isso que o passeio que escolhemos só andava por ali e durava 1 hora, imagine ir até Buenos Aires que leva o dobro (é possível escolher a embarcação que volta até o Porto Madero)? Quando o passeio acabou saímos em disparada para conseguir pegar o trem das 17h e não ter que esperar mais 30 minutos que, a esta altura do dia, pareceria 2 horas.

Mas a gente nem imaginava que o pior ainda estava por vir. Apesar de ter dado tempo de pegar o trem, quando saímos na estação de Maipú, SURPRESA, pegamos uma gigante manifestação da juventude peronista. A avenida de duas pistas e com 5 faixas cada estava tomada de gente e interditada. Eu, me achando rata de passeata, estava achando o máximo e achei que ia ser fácil passar pela multidão.

Realmente, difícil não foi. Mas se tívessemos ouvido o guarda que dizia: melhor vocês voltarem para a estação e pegarem o trem para retiro, teríamos nos saído melhor. Mas eu disse: Imagina, demora uns 40 minutos pra chegar lá e depois de lá ainda vai demorar mais uns 20 minutos pra chegar no hotel. Se a gente atravessar a multidão, pega logo um taxi e volta em 30 minutos.

Realmente caminhar entre a multidão não foi difícil e em 20 minutos cruzamos a manifestação. O problema é que taxi nenhum parava para a gente. E a gente acabou andando pelo menos uma hora até arranjar um taxista que disse: até este lugar eu não levo vocês! Como a gente estava fora da cidade de Buenos Aires o cara não queria ir até lá e alegou que o carro dele não estava bom. A nossa sorte foi que o outro taxista do mesmo ponto nos levou.

Putz, esse apuro foi total. Mas a gente só consegui rir e andar. Ria e continuava andando atrás de um taxi que parasse. Realmente, nada tirava nosso bom humor.

Sentados no taxi, o cansaço bateu. Voltamos pro hotel, dormimos e depois tomamos banho e sem nenhuma coragem de sair de novo depois da saga que tínhamos vivido. Resolvemos pedir uma pizza no hotel mesmo (claro que a super Mariana nos ajudou mais uma vez). Regados a vinho, batemos papo, comemos pizza e rapidinho voltamos pro quarto pra dormir e descansar do dia turbulento.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Algumas imagens do primeiro dia

No bus turístico

Na Boca

No Museo da Passion Boquense

Na Boca

No Hard Rock Cafe
Recalculando a rota

Foi no terceiro dia que achei que não ia valer a pena ir até Colonia del Sacramento como planejado. Estávamos relativamente longe do Porto Madero e a embarcação sairia de lá às 8h - como se tratava de uma viagem até outro país, a exigência era de estar lá uma hora antes. Só que pra estar lá às 7h teríamos que acordar às 5h.
Quem merece acordar às 5h em plenas férias? Mesmo que fosse para passear eu desistia. Especialmente porque a volta obrigatoriamente aconteceria às 19h. Ou seja, cansativo demais e estressante também. Abortamos a ideia sem peso na consciência.
O quinto dia ficaria com uma volta no centro para fotografar melhor os pontos turísticos, ir ao obelisco, entrar na catedral e o que mais desse para fazer. Além, claro, de ir atrás de algumas encomendas.
Acho até que o meio da viagem é um ótimo período para ajustar planos, recalcular a rota e refazer o roteiro. Foi o que fiz e foi a melhor coisa.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma pausa de mil compassos

Às vezes eu acho que não vou terminar nunca de contar como foi minha semana de férias em Buenos Aires.
Ontem recebi 130 fotos que mandei imprimir. Ainda tem umas 80. Vou mandar imprimir também. E montar um álbum. E escolher algumas para colocar aqui. Eu juro.
Isso sem contar todos os papéis que acumulei e guardei da viagem.
Quem sabe até o final do mês eu consiga mudar de assunto.
Enquanto isso a vida segue e cresce. E me deixa feliz.

domingo, 3 de outubro de 2010

3º dia em BasAs

Fomos ao zoológico. Eu tinha lido nas minhas pesquisas que o zoológico de Buenos Aires era incrível, imperdível, etc e tal. Eu, como amo zoológico e passeios de criança, inclui ele no meu roteiro como algo que não poderia sair. Este era um passeio imperdível. E foi. Eu simplesmente amei. Tirei a maioria das fotos da viagem lá.

Foi uma manhã deliciosa. O dia estava nublado e frio, mas nada que cachecol, luvas e botas não resolvesse o problema. E foi assim que saímos: encapotados para mais um dia de passeio.

Foi aí que comecei a notar como o marido é ansioso e perceber que eu tinha cometido um grave erro. Ainda no meio do roteiro do zoológico ele começou a me perguntar o que faríamos depois, depois e depois.

A ansiedade dele em terminar o roteiro do dia era gigante. Ele queria me agradar e dar conta de todos os passeios que eu planejei (e que eram muitos), mas isso começou a me incomodar. Hoje, depois da viagem, percebo que ele é sempre assim ansioso para resolver tudo ao mesmo tempo agora e penso que devia ter preparado um roteiro para ele (com tudo escrito) para que ele não mais me questionasse e simplesmente curtisse.

Eu estava no clima de férias total. Sem pressa. O que desse para fazer, faríamos, o que não desse ficaria para outra vez. Mas a ansiedade dele começou a me incomodar e eu comecei a pular partes do roteiro.

Neste dia, especificamente, saímos do zoológico e não passamos nem pelo jardim japonês e nem pelo rosedal, que estavam ali do lado e rezava a programação. A pressa dele era tanta em me satisfazer e em terminar o roteiro que eu acabei pulando direto pro cemitério, que tinha abortado no dia anterior porque ele estava cansado demais para mais uma parada no bus turístico.

Almoçamos e fomos ao cemitério, visitamos o túmulo de Evita, demos muitas risadas e saímos ali naquela praça gigante e linda que fica em frente ao cemitério da Recoleta. Muitos cafés, a sorveteria Freddo, e uma praça linda, com uma árvore gigantesca. Pronto, por mim ficava ali o resto do dia, mas ele ansiava por mais e pedia: o que vamos fazer agora, e depois?

E isso cansa. Enquanto eu estava no espírito passeio ele estava no espírito maratona ou corrida com obstáculos, não sei. E aquilo começou a me irritar e eu comecei a fazer coisas. Primeiro, resolvi que queria tomar sorvete. Estava frio, mas e daí? Estava lá e tinha que provar o sorvete de doce de leite. Fomos. Depois, inventei de tirar fotos nas cabines telefônicas estilo às inglesas, depois fotos na árvore, depois resolvemos entrar na Igreja que tinha ali ao lado.

Enfim, comecei a fazer coisas. Ele perguntava, e agora? E eu olhava alguma coisa e inventava o que fazer.

Depois da Igreja voltamos para o hotel. Pegamos um Taxi e voltamos para descansar. No final do dia, com chuva, fomos a algum bar ali por perto mesmo com indicação da Mariana, a dona do hotel, que ainda nos emprestou um guarda-chuva.

Fomos e voltamos ali perto mesmo por causa da chuva e da dificuldade de encontrar um Taxi disponível. O dia seguinte prometia pois iríamos até a cidade de Tigre e ainda teríamos que descobrir como era melhor chegar até lá.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

2ª noite em Buenos Aires

Não paramos em outros pontos. A tarde já avançava e o cansaço tomava conta. Resolvemos descer no último ponto, pegar o metrô e voltar para o Hotel. Era final de tarde.

Chegamos ao hotel ainda dia. Resolvemos descansar. Alê pegou no sono. Eu aproveitei pra ligar a internet e conversar com o Brasil e baixar fotos e colocar na internet.

Lá pelas sete da noite fomos pro banho e caímos na noite: rumo à Hard Rock Cafe. Pedimos um taxi e lá fomos nós.

Na ida, no rádio tocava Ricky Martin. Pedi ao motorista para aumentar o som. Fui cantando e feliz da vida de ouvir o Ricky no rádio.

Na Hard Rock conhecemos a garçonete mais fofa de Buenos Aires inteira. Jacquelina nos atendeu tão bem, tão bem, tão bem, que parecia íntima do casal. Sentou à mesa, explicou os pratos vegetarianos da casa, fez uma deliciosa sugestão, requentou o prato no final da noite e ainda escreveu um bilhetinho em nossa conta.

Claro que ela também estava pensando na gorjeta, mas ela foi tão fofa que fiquei ainda mais apaixonada por Buenos Aires.

Diz, tem como não se apaixonar pelos portenhos? E olha que num dia só eu tinha vários motivos para me apaixonar por eles e pela cidade, que é limpa, conservada e muito bonita!