segunda-feira, 30 de junho de 2008

Workaholic

Entrei em um ritmo frenético. Mesmo. Muito. Nível doida. Caminho sem volta. Só que a semana tem mais de 15 coisas pra resolver e uma gripe chegando. Trabalhar demais sempre me baixa a resistência. E agora vou ter que me obrigar a diminuir. Será que vai dar?
To indo pra cama com remédio e livro porque o primeiro semestre do ano termina. Hoje avaliação no trabalho me fez pensar que meio ano já passou e eu podia avaliar meu semestre.
22 filmes, 18 livros, algumas exposições e diversos programinhas culturais (não to com tudo aqui, mas depois vou ver se coloco) como teatro, shows. Enfim. Melhor do que me propus. E isso que tem as muitas outras coisas que estou fazendo junto. Dá-lhe que dá-lhe que 2008 vai ser muito bom.
Turistando em SP

Adoro passeinhos culturais e que me fazem conhecer São Paulo. Sou, como já disse aqui, enlouquecida para ir a um concerto na Sala São Paulo. Ainda não fui. Mas preciso mais do que nunca.
No final de semana fui com minha irmã e meu cunhado à visita monitorada que acontece lá e me deslumbrei. Só de entrar na sala de concertos meu coração disparou e, conforme a história ia sendo contada e relatos iam surgindo, me arrepiava.
Sim, estou ensandecida para ir lá e ver tudo "funcionando". Fiquei realmente impressionada. Entre as coisas legais que aprendi estão:

Estação Júlio Pestes, onde está a Sala São Paulo

- a sala é uma das 4 melhores no mundo, sendo a melhor sala de concertos da América Latina

- tudo é desmontável e encaixado na estrutura do prédio, porque é Patrimônio Histórico então não podia ser modificado e nem receber nenhuma intervenção

- onde é hoje a sala de concertos deveria ser (no projeto original) o espaço onde a primeira classe esperava o trem e era, na prática, um jardim

- a obra foi inaugurada no dia do aniversário do então governador do estado de SP, Mário Covas, em 19 de julho em 1999, que foi reeleito no ano seguinte

- a sala foi construída como exigência do regente John Neschiling para assumir a Osesp, que até então não tinha sede própria

- todas as salas são alugáveis para eventos

- o palco pode sem ampliar conforme as necessidades, assim como o teto abaixa, se levanta ou se altera conforme a necessidade do concerto tocado (para salas grandes ou pequenas, ou seja, para grandes ou pequenas reverberações). Além disso, o piano é elevado no meio do palco, que comporta abaixo as cadeiras que podem desaparecer do palco e grandes instrumentos

- além da sala de concertos, o espaço abriga também salas de ensaios totalmente isoladas acusticamente

A sala de concertos. Em tons de madeira clara e azul marinho. Tudo que é novo tem um ar moderno para se destacar na construção antiga

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vermelho


Foto da Xará Preferida


Tua,
de seda e feno
no transe da metáfora
a fenda soletrada-sol,
vala de luz, vocabulário

Tua, folhagem. O
olho
alcança o Olho,
desce aos infernos:

sonha o cabelo da urna,
o vermelho
da cifra, a ferida
no centro da fogueira

Tua, tua

(Age de Carvalho, daqui)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Emendando

No dia em que você me beijou eu não pensei que fosse pra sempre.
Eu queria, queria, queria. E você demorava, demorava, demorava.
Eu me atrasei e você se adiantou. Nos encontramos no caminho. Nem em casa e nem no ponto de encontro. No meio.
Você queria ir longe demais e eu vetei. Você continua querendo e eu, vetando. Parece que nada mudou desde então.
Mas olhando percebe-se quantas coisas mudaram: cenas, cenários, ciúmes, canções, casais, casados - quase.
Continuo amando seu cabelo curto ou comprido. Seu jeito engraçado. Sua simplicidade. Sua, simplesmente. Integralmente eu posso dizer. Dos pés a cabeça e com o perfume que prefere. Pra sempre.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Fomos perfeitos.
De Cléo Araújo.

Segurei sua mão antes de atravessar a rua. E de repente, pensei: acho que quero esse homem para sempre.Você e seu jeito engraçado de ser elegante, seu jeito elegante de ser engraçado. Como naquela vez, quando cruzou a sala para me acudir de uma cantada inoportuna... Foi como se não quisesse resgatar ninguém que você seguiu, despretensiosamente determinado a me tirar da área de investidas do amigo embriagado. Eu fingi nem perceber. Toda a sedução estava em deixar você ser assim, meio lord, mesmo quando tinha que lidar com um amigo cheio de mãos. Com você fui até meio mulherzinha. Foi naquele jantar, em que eu deixei você escolher o prato para mim. Logo eu, que chegava aos lugares com o menu lido previamente pela internet e que costumava indicar os pedidos que os outros deveriam fazer. Você me quebrou, me deixou gaga e me apresentou cordeiro ao molho de menta. E eu gostei.Você segurava minha mão sobre a mesa, onde uma luzinha de vela iluminava o estreito espaço entre nós. E eu nunca mais iria querer ser sozinha na minha vida se tivesse você me mimando daquele jeito, a segurar minha mão, a me indicar pratos de cordeiro ao molho de menta, a me servir taças de vinho e a me fazer querer você para sempre.Um pouco era só por causa daquela entrada que você tinha do lado direito da testa. Outro pouco era porque você tinha aquele olhar safado/cavalheiro de Matthew Mcconaughey. Ou talvez fosse só porque você era quentinho num dia frio. Eu gostava particularmente da manhã. Você era mais perfeito do que em outras horas do dia, pela manhã. Seus braços davam a volta no meu corpo e eu me sentia sedutoramente pequena e franzina. Acho que poderia me sentir pequena e franzina para sempre, ali. Eu ficava na cama e você ia se arrumando enquanto o quarto se perfumava de um aroma de melão. Então, você se vestia. Nunca houve no mundo alguém que ficasse tão bem em uma camisa branca. Você me arrastava até a cozinha, preparava ovo mexido, suco de laranja e café. Eu só assistia. Não fazia nada, a não ser deixar você cuidar de mim e de tudo.A gente saía, você segurava minha mão e assim ficava fácil de a vida ganhar sentido. Acontecia em cada esquina, quando a gente parava para esperar os carros e você me beijava. E segurava a minha mão. E me beijava de novo. E de repente, eu pensei: acho que quero esse homem para sempre.De mim você não esperou nada de elementar. De mim, eu sei, você sentiu saudade logo depois. Mas foi como num trecho de Lygia Fagundes Telles que o resto aconteceu. O meu “para sempre” virou um casamento com os mistérios. O seu “para sempre” eu nunca soube. Eu só sei que é do toque morno das suas mãos sobre meu rosto frio que eu me lembro...Toda vez que a temperatura cai.
roubei daqui.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Lendas rurais

Uma visita a uma cidade desconhecida pode surpreender. Jau, localizada no centro-oeste do estado, é a cidade que fui visitar uma amiga que teve bebê recentemente e me surpreendi desde a estrada até os costumes.
No caminho, eu e o namorado observávamos a paisagem e a predominância do plantio de cana para o lado que viajávamos. Sem brincadeira, era um mar de cana. 3/5 da estrada era cana; 1/5 era laranja; 1/2/5 era café e 1/2/5 era banana.
Para chegar na casa dela foi fácil e foi bom ver que ainda existe cidade do interior com cara de cidade do interior. Meus referenciais de interior não são mais cidades assim tão interioranas, como Campinas e São José dos Campos. A rua, em um bairro que está nascendo e até pouco tempo era vizinha de uma fazenda, só tem casinhas e é bem sossegada. A ponto de podermos colocar as cadeiras na calçada e ficarmos batendo um papo durante à tarde (coisa, aliás, bem de interior!).
Inacreditável também foi notar a quantidade de crianças e bebês que tem em uma só rua. Mais de 50% das poucas casas que tem a rua estão com bebês pequenos e/ou recém-nascidos. E em dia de vacinação, isso significou ver todos e ainda ouvir as lendas rurais acerca do assunto maternidade e crianças.
Primeiro a vizinha da frente veio conversar enquanto o marido levou a pequena Heloísa de 2 meses para vacinar. O assunto: a criança troca o dia pela noite e então disfilou-se o primeiro rosário sobre simpatias para resolver o problema: vesti-la com uma roupa ao contrário, colocá-la para dormir com os pés virados na cabeceira da cama, alimentá-la em posição invertida e mais outras tantas que nem consegui assimilar.
Pois bem, pouco depois outras vizinhas passaram pela rua com seus bebês e todos foram ver o mais novo morador e enquanto todos conversavam a mãe declarava que seu leite havia secado. E este foi o momento auge do meu sábado. Na lenda rural, acredita-se que provavelmente alguma mulher "roubou" o leite dela. E isso acontece quando uma mulher menstruada visita a mãe que ainda está de resguardo e não a avisa do fato, ou seja, a mãe de resguardo precisa ser informada ou perguntar se suas visitas estão menstruadas para que o leite não se vá com a mulher. Eu que não estava entendendo a princípio do que estavam falando questionei e então entendi a lenda, que veio seguida, obviamente, de diversas simpatias para saná-la.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Junina
Adriana Franco

Quermesse?
Quero mesmo!
Dia dos namorados: o diálogo

Com a aproximação da data dos namorados, indaguei o futuro marido:
- Amor, esse vai ser a última vez que vamos comemorar o dia dos namorados?
E ele me respondeu irritavelmente com outra pergunta:
- Por que você não vai ser mais a minha namorada?
Eu, irritada e taxativa, respondi:
- Não! Vou ser sua mulher.
E ele re-indagua:
- Mas você não vai ser mais minha namorada?
Eu, apaziguando:
- Não sei. É que a gente vai virar marido e mulher, que é "mais importante".
Ele reinterando a idéia inicial:
- Mas você não vai mais me namorar?
Eu, concordando:
- Vou.
Ele, concluindo:
- Então…

sábado, 7 de junho de 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Cobrir feiras é...

... repor o estoque de caneta;
... ganhar vários brindes das empresas;
... camelar o dia todo;
... pauta, entrevista, matéria, entrevista, matéria, entrevista, matéria, entrevista, matéria.
... se encantar com algumas pessoas fofas e querê-las para si;
... acreditar-se competente;
... ser proletária para ganhar unszinhos.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

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É a vontade que tenho de fazer com o dia de hoje que foi ruim: deitar, dormir e acordar de novo nesta segunda-feira só para fazê-la diferente e, quem sabe, um pouco melhor. Mas como não dá vou deletar.
Em poucos minutos separarei minha roupa de amanhã e me entregarei às cobertas para sentir menos frio e ler um pouquinho antes de dormir. O resto da semana já sei que vai ser pancada, então vou me preparar sonologicamente*.
* quem preparar a psique se prepara psicologicamente. Eu vou preparar meu sono.